quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

BOICOTE À COCA-COLA

Andei no supermercado: a coca-cola é dona de quase todos os refrigenrantes, sucos e águas minerais. Até o guaraná Jesus do Maranhão a Coca- cola comprou. Caramba! Eu acho que sobrou guaraná antartica, os sucos de uva de Porto Alegre, polpas congeladas e as frutas que ainda são nossas. Vamos fazer nossas festas de final de ano sem coca-cola. Clara Rosa Cruz Gomes(61)81755512Email: clararosac@yahoo.com.brOrkut: Marmelada.com históriasBlog: marmeladacomhistorias.blogpost.comSite:www.clararosa.ato.br De: Monica Izabel Macedo Machado Para: "mamas_nutritivas@gruposyahoo.com.ar" Enviadas: Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012 8:51 Assunto: Re: [mamas_nutritivas] vamos ao boicote!!! chega de coca-cola?!!! De acordo, Mamita! BOICOTE À COCA-COLA! Também fico apavorada quando vejo alguém sentindo tanto prazer com essa bebida. Fico pensando; "em que mundo vive essa Criatura?", mas enfim, às vezes é melhor fazer do que dizer. Amor e Gratidão, Surya Cruz!! Tudo pela Pachamama!!! De: mama isolda Para: mamas nutritivas Enviadas: Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012 2:20 Assunto: [mamas_nutritivas] vamos ao boicote!!! chega de coca-cola?!!! amados nadie la para já!!!! sabem tinha acabado de fazer todo um mail sobre esse convite de boicote e se perdeu... não ficou nem o rastro...entao pensei...ah escrever tudo de novo.... nunca é a mesma coisa... mas daí senti aquele fervor e disse sim senhor, escrever tudo de novo.... entao vamos lá!!!! estou aqui convidando a todos a que unidos em um só coração façamos um boicote total a coca-cola.... topam??? vamos cortar de nossas vidas essa CACA-COLA como escutei em um teatro de marionetes em san marcos sierras... uma caca para nós e para nossa sagrada e amada Pachamama e para todos os seres que nela habitam.... e além disso uma industria que ajuda a financiar os armamentos que alimentam a guerra... fechemos essa porta... chega...queremos PAZ!!!! sabem, fica aqui imaginando o efeito de nossa atitude... parece pouco... mas não é...esse pensamento é que nos enfraquece, pensar que não podemos...SIM podemos... agora temos o exemplo da bolívia que está dizendo chega para a coca-cola...entao vamos nós, familia grande da mistica andina, dizer chega também... chega de ajudar a multinacional que está entre as 10 mais perigosas do mundo.... vamos parar de consumir e ajudar a que nossas familias, amigos, companheiros de trabalho também deixem.... e se estamos organizando alguma festinha, encontro, aniversário, formatura ou almoço em familia, lembremos de escolher outro tipo de bebida... se oferecemos sucos, limonadas e águitas carregadas de sol e amor estaremos ajudando a todos....que tal???? outro dia estava no onibus de pelotas a poa e fiquei observando as pessoas automatizadas pegando na geladeira a tal da coca zero.... e fiquei me segurando para nao chegar e dizer...gente acordem... isso é uma caca.... mudemos para zero coca-cola.... vamos boicotar e dizer porque não consumir... contar o que sabemos...dar as noticias... passar consciência!!!! SIM É POSSÍVEL!!! vamos lá, fazer a diferença.... lutemos unidos que podemos muito... e confiemos que VENCEREMOS!!!! com fervor, sentindo a revoluçao nas pequenas coisas, mama isolda ps...segue a matéria que me instigou ao boicote!!!! Coca-Cola A bebida favorita do mundo, ou "o leite do capitalismo”, acumula demandas e sanções em, diversos países derivados de graves fatos de contaminação, más práticas trabalhistas e uso de águas não autorizado. Na fase de produção, a companhia utiliza quase três litros de água para cada litro de produto finalizado. As águas utilizadas que a multinacional lança em lugares protegidos, como aconteceu na Colômbia, situação pela qual foi multada em agosto passado pela Secretaria Distrital do Ambiente da Prefeitura Maior de Bogotá, ao demonstrar que haviam descarregado seus dejetos em áreas alagadas de Capellanía, na zona de Fontibón, contaminando muito. O fato é considerado atentatório contra uma área de especial importância e proteção ecológica. O processo por contaminação da área alagada de Capellanía tem sua origem na caducidade da permissão de vertimentos, outorgado à multinacional por 5 anos e da não autorização da Secretaria de Ambiente para renovar essa permissão. Posteriormente, mediante visitas técnicas, foi verificado o estado da rede de saneamento da Coca-Cola e a realização de descargas industriais, evidentemente não autorizadas. Uma situação similar aconteceu na Índia, em 2005, onde ao redor de mil manifestantes marcharam para pedir que a planta próxima a Varanasi fosse fechada; eles tinham a certeza de que todas as comunidades próximas às plantas engarrafadoras da Coca-Cola padecem com a contaminação de seus solos e lençóis freáticos. Análises toxicológicos registram a presença de altas porcentagens de pesticidas proibidos, como o DDT e como os "bons vizinhos” distribuíram seus dejetos industriais aos camponeses de Mehdigani com o argumento de que serviam para "adubo”. O resultado é que, hoje, os solos são estéreis. E, como se fosse pouco, a bebida em questão, além de consumir água em excesso, não contém nenhum elemento nutritivo. Ao contrário, ao conter altas concentrações de açúcar, é um dos principais contribuintes da obesidade que atinge cada vez mais nossas populações do terceiro mundo, gerando por outra parte, problemas dentários. E o efeito de "matar a sede” é conseguido mediante o uso de ácido fosfórico. Sabias que...? - A Espanha é o país europeu que consome mais Coca-Cola? - Outros produtos seus são a Fanta, Sprite, Aquarius, Nestea, Minute Maid , Tab, Sonfil, Finley, Nordic Mist ou Fruitopia (há 324 distintos)? - Uma lata de 33 cl. contém unos 35 gr. de açúcar? - Em 1931, a Coca-Cola mudou a vestimenta verde do Papai Noel para vermelho para uma campanha publicitária, fazendo jogo com sua cor corporativa? - Outras universidades em Atlanta, Toronto, Califórnia, Irlanda ou Berlim já expulsaram a Coca-Cola de seus Campi? - As garrafas de plástico da Coca-Cola na Espanha não são de material reciclado, mas de plástico virgem. - Casualidade que o ex presidente mexicano Fox seja ex-representante da Coca-Cola? E que Adolfo Calero , ex-gerente da Coca-Cola, agente da CIA e figura pública da contra nicaraguense? E o embaixador dos EUA na Índia? E o magnata golpista Cisneros, na Venezuela? E o ministro Jorge Presno, do Uruguai? - Conta com delegações em mais de 200 países, incluindo paraísos fiscais como o Bahrein ou as ilhas Caimán, para evadir impostos por seus benefícios? - Em 2003, obtiveram benefícios fiscais em torno de 21.044 milhões de dólares (a metade dos gastos previstos pela ONU para garantir a educação básica a todas as crianças do mundo)? - Impulsiona potentes grupos de pressão: opôs-se ao Tratado de Kyoto, através de seus lobbys US Council for International Business e a Business Round Table; mudou regulações na União Europeia através do American Chamber of Comerce; foi fundadora do International Life Science Institute, muito influente na FAO e na OMS , etc.? - Contém produtos transgênicos? Na próxima vez que busques uma bebida, recorda a contaminação das áreas úmidas, o uso não autorizado de águas subterrâneas, a violência e que um litro equivale a três… Talvez seja melhor uma limonada! ESCOLHO VIVER NA NAÇÃO PACHAMAMA, ONDE TUDO É SIMPLES E FÁCIL... ONDE MISTERIOSAMENTE TUDO DÁ CERTO! www.misticaandina.com.br www.ongpachamama.org __._,_.___

AGAPAN-CONAMA

A AGAPAN (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) dirige-se às ONGs do CNEA (Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas), a fim de solicitar o apoio à indicação do seu nome para ocupar a vaga Nacional no quadro de representação da sociedade civil no Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. As considerações a seguir visam justificar a solicitação de apoio. Em várias oportunidades, a AGAPAN ocupou a vaga Regional no CONAMA. Na condição pioneira do ambientalismo, nossa entidade lutou pela democratização da sociedade brasileira, pela instauração de uma legislação ambiental e pela criação de órgãos públicos voltados para a defesa do meio ambiente. A questão ambiental tal como foi contemplada na Constituição de 1988 foi uma vitória da sociedade civil e um marco culminante das nossas lutas. No entanto, estamos vivendo uma conjuntura história de retrocesso nas nossas conquistas. Atualmente estamos acumulando perdas imensas, tudo parece estar erodindo aos nossos pés. É neste momento histórico que nos sentimos particularmente motivados para uma atuação no CONAMA, visando a contribuir para o resgate dos princípios e das raízes do ambientalismo brasileiro, neste órgão colegiado que ajudamos a criar. Por isso, almejamos um assento no CONAMA depois de 41 anos de lutas constantes contra a degradação e destruição da beleza da vida. A AGAPAN, declarada de Utilidade Pública Municipal e Estadual, é uma associação civil de defesa da natureza. Foi fundada a 27 de abril de 1971, em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tendo uma atuação voltada para problemas ambientais locais (Porto Alegre), regionais (Estado do Rio Grande do Sul e Região Sul), nacionais (Brasil), internacionais (Cone Sul: Brasil, Uruguai e Argentina) e globais. A atuação da entidade é totalmente baseada no trabalho voluntário dos associados. A Diretoria e o Conselho Superior são integrados por membros pertencentes ao quadro social da AGAPAN, eleitos democraticamente por Assembleia para mandatos de dois anos. A sustentação financeira das suas atividades é proveniente de doações e das anuidades dos seus associados. Somos extremamente criteriosos e seletivos em relação ao recebimento de patrocínios e verbas. Não aceitamos contribuições de instituições ou empresas envolvidas, direta ou indiretamente, com corrupção ou atividades geradoras de degradação ambiental. Nossas maiores riquezas são o respeito público, o reconhecimento nacional e internacional, a dedicação e a qualificação científica, ética e política do nosso quadro social, uma história de 41 anos de lutas pela Vida e pela sustentabilidade ecológica. Como costuma dizer nosso conselheiro e ex-presidente, o químico e geneticista professor Flávio Lewgoy, “nosso maior patrimônio é moral”. No início dos anos 70 ousamos propor uma concepção de política baseada no respeito à diversidade natural e cultural, mas sobretudo uma sociedade inspirada na natureza, que é nossa origem e nosso destino. No entanto, cada vez mais nos defrontamos com os avanços corporativos das grandes empresas, colocando os interesses do capital acima do supremo interesse, que é a vida. A cooptação dos organismos estatais tem resultado no esvaziamento do Conama, como principal instância colegiada de deliberação de políticas públicas na área ambiental em nível nacional. Portanto, nos propomos a lutar por uma maior politização do Conama. A experiência, persistência, coragem e coerência que podemos oferecer vão exigir a constante conexão com vocês, como forma de apoio, não apenas na indicação do nosso nome, mas também em toda nossa Gestão. Pedimos por estas razões o apoio de todos que quiserem nos ajudar a construir essa nova realidade. Porto Alegre, 30 de novembro de 2012. - AGAPAN Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural agapan@agapan.org.br www.agapan.org.br

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sabem tinha acabado de fazer todo um mail sobre esse convite de a todos a que unidos em um só coração façamos um boicote total a coca-cola.... topam??? vamos cortar de nossas vidas essa CACA-COLA como escutei em um teatro de marionetes em san marcos sierras... uma caca para nós e para nossa sagrada e amada Pachamama e para todos os seres que nela habitam.... e além disso uma industria que ajuda a financiar os armamentos que alimentam a guerra... fechemos essa porta... chega...queremos PAZ!!!! sabem, fica aqui imaginando o efeito de nossa atitude... parece pouco... mas não é...esse pensamento é que nos enfraquece, pensar que não podemos...SIM podemos... agora temos o exemplo da bolívia que está dizendo chega para a coca-cola...entao vamos nós, familia grande da mistica andina, dizer chega também... chega de ajudar a multinacional que está entre as 10 mais perigosas do mundo.... vamos parar de consumir e ajudar a que nossas familias, amigos, companheiros de trabalho também deixem.... e se estamos organizando alguma festinha, encontro, aniversário, formatura ou almoço em familia, lembremos de escolher outro tipo de bebida... se oferecemos sucos, limonadas e águitas carregadas de sol e amor estaremos ajudando a todos....que tal???? outro dia estava no onibus de pelotas a poa e fiquei observando as pessoas automatizadas pegando na geladeira a tal da coca zero.... e fiquei me segurando para nao chegar e dizer...gente acordem... isso é uma caca.... mudemos para zero coca-cola.... vamos boicotar e dizer porque não consumir... contar o que sabemos...dar as noticias... passar consciência!!!! SIM É POSSÍVEL!!! vamos lá, fazer a diferença.... lutemos unidos que podemos muito... e confiemos que VENCEREMOS!!!! com fervor, sentindo a revoluçao nas pequenas coisas, mama isolda ps...segue a matéria que me instigou ao boicote!!!! Coca-Cola A bebida favorita do mundo, ou "o leite do capitalismo”, acumula demandas e sanções em, diversos países derivados de graves fatos de contaminação, más práticas trabalhistas e uso de águas não autorizado. Na fase de produção, a companhia utiliza quase três litros de água para cada litro de produto finalizado. As águas utilizadas que a multinacional lança em lugares protegidos, como aconteceu na Colômbia, situação pela qual foi multada em agosto passado pela Secretaria Distrital do Ambiente da Prefeitura Maior de Bogotá, ao demonstrar que haviam descarregado seus dejetos em áreas alagadas de Capellanía, na zona de Fontibón, contaminando muito. O fato é considerado atentatório contra uma área de especial importância e proteção ecológica. O processo por contaminação da área alagada de Capellanía tem sua origem na caducidade da permissão de vertimentos, outorgado à multinacional por 5 anos e da não autorização da Secretaria de Ambiente para renovar essa permissão. Posteriormente, mediante visitas técnicas, foi verificado o estado da rede de saneamento da Coca-Cola e a realização de descargas industriais, evidentemente não autorizadas. Uma situação similar aconteceu na Índia, em 2005, onde ao redor de mil manifestantes marcharam para pedir que a planta próxima a Varanasi fosse fechada; eles tinham a certeza de que todas as comunidades próximas às plantas engarrafadoras da Coca-Cola padecem com a contaminação de seus solos e lençóis freáticos. Análises toxicológicos registram a presença de altas porcentagens de pesticidas proibidos, como o DDT e como os "bons vizinhos” distribuíram seus dejetos industriais aos camponeses de Mehdigani com o argumento de que serviam para "adubo”. O resultado é que, hoje, os solos são estéreis. E, como se fosse pouco, a bebida em questão, além de consumir água em excesso, não contém nenhum elemento nutritivo. Ao contrário, ao conter altas concentrações de açúcar, é um dos principais contribuintes da obesidade que atinge cada vez mais nossas populações do terceiro mundo, gerando por outra parte, problemas dentários. E o efeito de "matar a sede” é conseguido mediante o uso de ácido fosfórico. Sabias que...? - A Espanha é o país europeu que consome mais Coca-Cola? - Outros produtos seus são a Fanta, Sprite, Aquarius, Nestea, Minute Maid , Tab, Sonfil, Finley, Nordic Mist ou Fruitopia (há 324 distintos)? - Uma lata de 33 cl. contém unos 35 gr. de açúcar? - Em 1931, a Coca-Cola mudou a vestimenta verde do Papai Noel para vermelho para uma campanha publicitária, fazendo jogo com sua cor corporativa? - Outras universidades em Atlanta, Toronto, Califórnia, Irlanda ou Berlim já expulsaram a Coca-Cola de seus Campi? - As garrafas de plástico da Coca-Cola na Espanha não são de material reciclado, mas de plástico virgem. - Casualidade que o ex presidente mexicano Fox seja ex-representante da Coca-Cola? E que Adolfo Calero , ex-gerente da Coca-Cola, agente da CIA e figura pública da contra nicaraguense? E o embaixador dos EUA na Índia? E o magnata golpista Cisneros, na Venezuela? E o ministro Jorge Presno, do Uruguai? - Conta com delegações em mais de 200 países, incluindo paraísos fiscais como o Bahrein ou as ilhas Caimán, para evadir impostos por seus benefícios? - Em 2003, obtiveram benefícios fiscais em torno de 21.044 milhões de dólares (a metade dos gastos previstos pela ONU para garantir a educação básica a todas as crianças do mundo)? - Impulsiona potentes grupos de pressão: opôs-se ao Tratado de Kyoto, através de seus lobbys US Council for International Business e a Business Round Table; mudou regulações na União Europeia através do American Chamber of Comerce; foi fundadora do International Life Science Institute, muito influente na FAO e na OMS , etc.? - Contém produtos transgênicos?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O que será dos rios???

Código: vitória ruralista pode fulminar rios intermitentes Daniele Bragança* 08 de Agosto de 2012 Primeira votação dos destaques do Código Florestal: vitória ruralista. Após adiamentos e muita discussão, a comissão mista que analisa a medida provisória do código florestal não conseguiu votar hoje parte dos destaques apresentados pelos parlamentares. O saldo do primeiro dia de votação foi negativo para os ambientalistas, que tiveram rejeitadas 6 das suas emendas mais importantes e ainda perderam o principal embate do dia: o destaque que tira a proteção dos rios intermitentes foi aprovado pela comissão. Por 15 a 12, os ruralistas retiraram o status de Área de Preservação Permanente naqueles rios que secam em determinado período do ano, chamados intermitentes. Portanto, só haverá proteção de mata ciliar, e a obrigatoriedade de recompor essa área caso tenha sido desmatada, nos rios cujo leito não seca: os rios perenes. A emenda é de autoria do deputado Geovanni Queiroz (PDT-PA). O senador Jorge Viana (PT-AC) chamou a votação de desastrosa. “Metade dos rios vai ficar sem proteção e isso compromete toda a rede hidroviária. Os rios não perenes são os pequenos ou as nascentes. Se eles não forem preservados, todos os outros estão em risco. É de uma irresponsabilidade alarmante”, disse Viana. A senadora Kátia Abreu, um dos principais membros da bancada ruralista, negou que a decisão signifique o fim desses rios. “Se fosse assim a Europa não tinha uma gota d’água, porque lá não existe área de preservação. A relação não é direta assim: não tem árvore, não tem água”, afirmou. Em nota técnica publicada em maio deste ano, a Agência Nacional das Águas (ANA) alertava para a importância dos rios intermitentes para as bacias hidrográficas: “É importante salientar que os canais intermitentes são importantes na geração do escoamento direto em uma microbacia e a proteção destes canais é imprescindível para a manutenção da saúde da microbacia”. A nota foi publicada na época em que se estava discutindo o possível veto da presidente Dilma ao projeto de Reforma do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo a ANA, do ponto de vista dos recursos hídricos, o antigo Código Florestal de 1965 era o mais adequado para definir as faixas de proteção permanente ao longo dos cursos d’água. Mesmo com o alerta de um órgão estatal, o governo diminuiu as faixas de proteção nos rios. Pousio sem limites Outra vitória da bancada ruralista foi a alteração da regra do pousio - prática de interrupção temporária das atividades agropecuárias da área produtiva, para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo. A Frente Parlamentar Agropecuária queria a retirada do tempo máximo de 5 anos para a prática do pousio. No texto do relator Luiz Henrique, além do tempo limite, havia a regra do pousio ser utilizado em apenas 25% da área rural. Após discussão entre o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que queria a suspensão do tempo máximo, e o senador Jorge Viana (PT-AC), que defendeu a manutenção do tempo, argumentando que a retirada da regra traria insegurança jurídica, pois afetaria a noção de áreas abandonadas, o relator fez um acordo: retirou do texto a regra de 25% e, em troca, manteve a regra do prazo máximo de 5 anos. Na prática, uma fazenda poderá ficar 5 anos 100% improdutiva e não estará sujeita a reforma agrária. Além desses dois pontos, mais três emendas foram votadas. Uma delas propunha retirar do texto a definição de áreas úmidas, como o Pantanal, e foi rejeitada. Outra que propunha excluir a definição de áreas abandonadas foi aprovada. Os parlamentares aprovaram ainda emenda que incluiu a definição de créditos de carbono. Assim, na sessão da tarde desta quarta-feira, só houve tempo de apreciar 5 destaques. Os ruralistas conseguiram aprovar os três de sua iniciativa. Dessas, 28 são de parlamentares ligados ao agronegócio e 9 de deputados e senadores que têm atuação ligada a questões ambientais. Inicialmente, os ruralistas queriam a aprovação de 20 destaques e os ambientalistas lutavam por 15. Hoje cedo, mais de 300 emendas à MP foram rejeitadas em bloco. Um acordo entre os líderes permitiu a exclusão de 306 das 343 emendas apresentadas pelos parlamentares. Em resposta à aprovação do destaque que retira o status de Área de Preservação Permanente dos rios intermitentes, aqueles rios que secam em determinada época do ano e temendo um estrago muito maior no texto da MP do Código Florestal, o governo resolveu suspender a votação marcada para a manhã desta quinat-feira. A comissão só volta a se encontrar novamente no dia 28 de agosto. *Com informações da Agência Câmara de Notícias e da Agência Brasil *Atualizado - 09/08/2012 - às 10:35.

O que será dos rios???

Código: vitória ruralista pode fulminar rios intermitentes Daniele Bragança* 08 de Agosto de 2012 Primeira votação dos destaques do Código Florestal: vitória ruralista. Após adiamentos e muita discussão, a comissão mista que analisa a medida provisória do código florestal não conseguiu votar hoje parte dos destaques apresentados pelos parlamentares. O saldo do primeiro dia de votação foi negativo para os ambientalistas, que tiveram rejeitadas 6 das suas emendas mais importantes e ainda perderam o principal embate do dia: o destaque que tira a proteção dos rios intermitentes foi aprovado pela comissão. Por 15 a 12, os ruralistas retiraram o status de Área de Preservação Permanente naqueles rios que secam em determinado período do ano, chamados intermitentes. Portanto, só haverá proteção de mata ciliar, e a obrigatoriedade de recompor essa área caso tenha sido desmatada, nos rios cujo leito não seca: os rios perenes. A emenda é de autoria do deputado Geovanni Queiroz (PDT-PA). O senador Jorge Viana (PT-AC) chamou a votação de desastrosa. “Metade dos rios vai ficar sem proteção e isso compromete toda a rede hidroviária. Os rios não perenes são os pequenos ou as nascentes. Se eles não forem preservados, todos os outros estão em risco. É de uma irresponsabilidade alarmante”, disse Viana. A senadora Kátia Abreu, um dos principais membros da bancada ruralista, negou que a decisão signifique o fim desses rios. “Se fosse assim a Europa não tinha uma gota d’água, porque lá não existe área de preservação. A relação não é direta assim: não tem árvore, não tem água”, afirmou. Em nota técnica publicada em maio deste ano, a Agência Nacional das Águas (ANA) alertava para a importância dos rios intermitentes para as bacias hidrográficas: “É importante salientar que os canais intermitentes são importantes na geração do escoamento direto em uma microbacia e a proteção destes canais é imprescindível para a manutenção da saúde da microbacia”. A nota foi publicada na época em que se estava discutindo o possível veto da presidente Dilma ao projeto de Reforma do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo a ANA, do ponto de vista dos recursos hídricos, o antigo Código Florestal de 1965 era o mais adequado para definir as faixas de proteção permanente ao longo dos cursos d’água. Mesmo com o alerta de um órgão estatal, o governo diminuiu as faixas de proteção nos rios. Pousio sem limites Outra vitória da bancada ruralista foi a alteração da regra do pousio - prática de interrupção temporária das atividades agropecuárias da área produtiva, para possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo. A Frente Parlamentar Agropecuária queria a retirada do tempo máximo de 5 anos para a prática do pousio. No texto do relator Luiz Henrique, além do tempo limite, havia a regra do pousio ser utilizado em apenas 25% da área rural. Após discussão entre o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que queria a suspensão do tempo máximo, e o senador Jorge Viana (PT-AC), que defendeu a manutenção do tempo, argumentando que a retirada da regra traria insegurança jurídica, pois afetaria a noção de áreas abandonadas, o relator fez um acordo: retirou do texto a regra de 25% e, em troca, manteve a regra do prazo máximo de 5 anos. Na prática, uma fazenda poderá ficar 5 anos 100% improdutiva e não estará sujeita a reforma agrária. Além desses dois pontos, mais três emendas foram votadas. Uma delas propunha retirar do texto a definição de áreas úmidas, como o Pantanal, e foi rejeitada. Outra que propunha excluir a definição de áreas abandonadas foi aprovada. Os parlamentares aprovaram ainda emenda que incluiu a definição de créditos de carbono. Assim, na sessão da tarde desta quarta-feira, só houve tempo de apreciar 5 destaques. Os ruralistas conseguiram aprovar os três de sua iniciativa. Dessas, 28 são de parlamentares ligados ao agronegócio e 9 de deputados e senadores que têm atuação ligada a questões ambientais. Inicialmente, os ruralistas queriam a aprovação de 20 destaques e os ambientalistas lutavam por 15. Hoje cedo, mais de 300 emendas à MP foram rejeitadas em bloco. Um acordo entre os líderes permitiu a exclusão de 306 das 343 emendas apresentadas pelos parlamentares. Em resposta à aprovação do destaque que retira o status de Área de Preservação Permanente dos rios intermitentes, aqueles rios que secam em determinada época do ano e temendo um estrago muito maior no texto da MP do Código Florestal, o governo resolveu suspender a votação marcada para a manhã desta quinat-feira. A comissão só volta a se encontrar novamente no dia 28 de agosto. *Com informações da Agência Câmara de Notícias e da Agência Brasil *Atualizado - 09/08/2012 - às 10:35.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Derretimento do gelo

O conjunto de imagens divulgadas pela Nasa na terça-feira mostra um degelo rápido entre 8 e 12 de Julho. Dentro desse período de quatro dias, as medições de três satélites indicam uma expansão rápida da área do fenômeno, de um derretimento de cerca de 40% da camada de gelo para 97% da sua área. Ao longo de três décadas, Zwally fez viagens quase todos os anos à Groenlândia, e disse nunca ter visto um derretimento tão rápido. Durante um verão típico, cerca de metade do gelo na superfície da Groenlândia derrete. Entretanto, Zwally afirmou que ele e outros cientistas têm registrado uma aceleração desse processo ao longo das últimas décadas. Este ano, na estação suíça onde fica com sua equipe, ele teve de reconstruir o acampamento quando os suportes de gelo se fundiram. Zwally ficou impressionado ao ver nas imagens indicações de derretimento mesmo em torno da área da Estação Summit, que fica a uma altitude de cerca de 2 quilômetros acima do nível do mar. Foi o segundo evento extraordinário na Groenlândia em uma questão de dias. O primeiro foi a separação de um iceberg do tamanho de Manhattan, que se despreendeu da geleira Petermann. Contudo, a medição do rápido derretimento foi vista como mais grave. "Se você olhar a imagem de 8 de julho, ela poderia ser o limite máximo de aquecimento visto no verão", disse Zwally. "Houve períodos em que o degelo pode ter ocorrido brevemente em altitudes mais elevadas -- talvez por um ou dois dias -- mas vê-lo ocorrer em toda a Groenlândia, como desta vez, é inusitado, certamente para o período que temos registros de satélite". Lora Koenig, outra glaciologista do Centro Goddard, disse à Nasa que um derretimento semelhante ocorre a cada 150 anos. Mas alertou que, pontencialmente, havia amplas implicações do degelo deste ano. "Se continuarmos a observar eventos de fusão como este nos próximos anos, será preocupante". As consequências mais imediatas são o aumento do nível do mar e um maior aquecimento do Ártico. No centro da Gronelândia, a presença do gelo vai até 3.000 metros de profundidade. Nas bordas, no entanto, a camada de gelo é tremendamente mais fina e está derretendo para dentro do mar. O derretimento da camada de gelo é um fator importante na elevação do nível do mar. Os cientistas atribuem cerca de um quinto do aumento anual do nível do mar, que é cerca de 3 milímetros a cada ano, ao derretimento do gelo da Groenlândia. No caso da fusão extrema deste mês, Thomas Mote disse que há evidências de que ele possa ser consequência de uma redoma de calor sobre a Groenlândia. Ou, então, uma forte frente de ar quente. Esta redoma de calor, acredita-se, chegou sobre a Groenlândia em 08 de julho e se manteve até o dia 16 de Julho. *Publicado através da parceria de ((o))eco com a Guardian Environment Network (veja a versão original). Tradução de Eduardo Pegurier

quarta-feira, 25 de julho de 2012

LEI DO LIXO

Lei do Lixo” finalmente é regulamentada Salada Verde 14 de Janeiro de 2011 Com a publicação de decreto de regulamentação no dia 23/12/2010, finalmente começa a valer a "Lei do Lixo", como já é conhecida a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS - sancionada em agosto de 2010 pelo presidente Lula (Lei nº 12.305 - clique para ver). Na prática, a lei estabelece a Gestão Integrada de Resíduos, onde o material descartado pela sociedade e todos os atores envolvidos (como sistemas de coleta seletiva, cooperativas, triagem e tratamento dos resíduos, por exemplo) são regulamentados com base no sistema de responsabilidade compartilhada. Ou seja, o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para o acompanhamento e análise do programa, foi determinada a criação do SINIR (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos) com o prazo máximo de dois anos a ser implantado. A principal designação do SINIR será a coleta, sistematização e disponibilização de dados e estatísticas relativos aos serviços públicos e privados ligados à gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, bem como dos sistemas de logística reversa (que implica a coleta e destinação final ambientalmente adequada de determinados resíduos pelo próprio setor produtivo, na fase pós-consumo) implantados. Também foram criadas as punições na área de gerenciamento de resíduos sólidos, como, por exemplo, a importação de resíduos sólidos, mesmo que para tratamento e beneficiamento. Na teoria, casos como ocorrido no ano passado, quando uma empresa nacional aceitou importar lixo da Inglaterra é uma infração. Incentivo tributário Também no apagar das luzes do governo Lula, foi publicada, em 31/10/2010, a Lei Federal n.º 12.375 que, no artigo 5ª, introduz alterações na legislação tributária, oferecendo crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, até 31/12/2014, aos estabelecimentos industriais que usarem resíduos sólidos recicláveis como matéria prima na fabricação de seus produtos ou em processos intermediários na cadeia produtiva, desde que adquiridos diretamente de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. (Daniele Bragança)

sábado, 30 de junho de 2012

Escrever sobre um evento do tamanho da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) sempre será uma missão parcial. Impossível dar conta de tudo com um público estimado entre 30 e 50 mil pessoas, delegações de 193 países (114 líderes) e, principalmente, aproximadamente seis mil eventos ao longo de nove dias, alguns paralelos.

Foi a partir de recortes que se cobriu a Conferência. Poucos resistiram à diversidade de culturas presentes, destacando os aspectos pitorescos e de bastidores. Muitos se concentraram na construção do documento, que simplesmente resultou de um consenso possível. Como querer que um documento acordado por 193 nações seja ambicioso e contenha os passos definitivos para salvar o mundo de nós mesmos?

A meu ver, uma conferência como essa é realmente um marco para que muita coisa seja feita. Os gestores públicos ambientais do Nordeste do Brasil, por exemplo, lá estiveram e assumiram o compromisso de dar uma atenção maior ao bioma Caatinga. Neste sentido, eles já até anunciaram um encontro específico, em Mossoró (RN), já no segundo semestre.

O inconformismo com os resultados oficiais da Rio+20 é legítimo, necessário e seria até estranho se não existisse. A sociedade precisa estar atenta, se mobilizar, cobrar e daí destaco mais um importante marco da Conferência: tanta gente reunida, discutindo e propondo as mais diversas formas de ações ao mesmo tempo… Se isso não for uma coisa positiva, ninguém vai encontrar luz em túnel algum.

O documento, intitulado “O Futuro que Queremos” é apenas um indício de que alguém está preocupado com alguma coisa. O que importa é o que se vai fazer a partir daí, o que serão os próximos 20 anos. E, para quem articulou o discurso de que retrocedemos em relação à Rio 92, quem teve a curiosidade de olhar as manchetes do dia seguinte ao encerramento daquela conferência de 20 anos atrás viu praticamente o mesmo tipo de clima de derrota. E alguém pode dizer que a Rio 92 foi um evento vão?

O documento da Rio + 20 estabelece o Fórum de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável, que representa o avanço do multilateralismo destacado pela presidente Dilma no encerramento da Conferência. Ele substituirá a Comissão do Desenvolvimento Sustentável, criada na Eco-92 e terá a função de fiscalizar o cumprimento de compromissos sobre Desenvolvimento Sustentável assumidos na Agenda 21 (firmada na Eco-92), no Plano de Johannesburg (Rio+10) e noutras conferências.

Em meio ao clima de frustração destacado por toda a imprensa, foi anunciado também que a Rio+20 rendeu aproximadamente 700 compromissos voluntários entre Organizações Não-Governamentais (ONGs), empresas, governos e universidades, com um investimento de US$ 513 bilhões para ações de desenvolvimento sustentável nos próximos dez anos a 15 anos, principalmente nas áreas de transporte e energia limpa, redução de desastres e proteção ambiental.

As ações de transição para a tal Economia Verde – na qual toda atividade econômica deve levar em conta aspectos socioambientais, com o objetivo de chegar ao desenvolvimento sustentável – foram condensadas em um compromisso pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas, que reuniu as maiores empresas do mundo.

No Brasil, 226 empresas assinam o termo – entre elas, gigantes de setores tradicionalmente poluidores, como Petrobras, Vale e Braskem. Ao todo, são aproximadamente sete mil empresas signatárias de princípios que incluem redução das emissões de gases poluentes, maior eficiência energética, entre outras ações no processo produtivo.

Apesar de todas as críticas antes, durante e depois da Rio+20, depois de dias de reuniões, assembleias e uma grande passeata pelo centro do Rio, a Cúpula dos Povos, evento paralelo organizado pela sociedade civil, entregou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, um documento resultante do somatório de ONGs, movimentos sociais e partidos, com uma imensa lista de reivindicações que, acredito eu, deve ser levada em conta por alguém.

Eu até admito que, como a personagem Pollyana, do clássico da literatura infanto-juvenil de Eleanor H. Porter (1913), sou um pouco chegada ao “jogo do contente”, mas sem fugir da realidade. Desta forma, é possível arrancar muita coisa positiva da Rio+20, na esperança de que até 2015, quando entram em vigor os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tenhamos um horizonte mais promissor para a vida em nosso Planeta. Mas, para isso, é preciso estar atento e forte, como já se dizia nos idos de 1968, pelo Movimento Tropicalista, pelo talento de Caetano Veloso e Gilberto Gil, que também fizeram shows durante a Conferência.

*Maristela Crispim é editora do Diário do Nordeste. Ela cobriu a Rio+20 pelo programa de bolsas de ((o))eco / Internews.

sábado, 16 de junho de 2012

RIO + 20

Rio+20 Brasil precisa diminuir quantidade de agrotóxicos usados na agricultura Comente|Imprima|Comunique errosRSS|Envie para um amigo|BoletinsA+A- Compartilhe esta notícia twitter bloguer facebook orkut O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse neste sábado (16) que o Brasil precisa diminuir a quantidade de agrotóxicos utilizados na agricultura. A afirmação foi feita durante visita à Cúpula dos Povos, evento que acontece no Aterro do Flamengo, na zona sul da cidade, paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O ministério pretende considerar, a partir deste ano, critérios de sustentabilidade em suas ações de apoio à agricultura familiar, que, de acordo com Pepe Vargas, atende a 70% da demanda brasileira por alimentos. Vargas disse que temas como o manejo sustentável da água, do solo e dos insumos serão incluídos nas chamadas públicas de sua pasta. “O Brasil ainda produz com muito agrotóxico. Queremos que haja redução dos agrotóxicos. Isso vai garantir alimentos ainda mais saudáveis e a saúde dos agricultores familiares. A agricultura familiar é, por excelência, o espaço onde podemos construir isso com muito mais facilidade”, disse. O ministro explicou que no Plano Safra 2012/2013, a ser lançado no dia 4 de julho, o “corte da sustentabilidade vai ser ainda mais reforçado”. Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 25 de maio de 2012

25/05/201214h32 > Atualizada 25/05/201218h34 Dilma veta partes do Código Florestal que favoreciam desmatamentoComentários 170Lilian Ferreira e Camila Campanerut Do UOL, em São Paulo e em Brasília A campanha pedindo o veto ao Código Florestal ganhou grande repercussão no último mês Entenda por que o Código Florestal aprovado no Congresso aumentaria o desmatamento Após intensa pressão social, a presidente Dilma Rousseff vetou 12 itens e fez 32 alterações em trechos que promoviam o desmatamento no novo Código Florestal. O projeto de lei, aprovado no Congresso no final de abril com 84 artigos, representou uma derrota do Governo ao perdoar desmatadores ilegais e permitir uso de área de vegetação nativa. As alterações deverão constar em nova medida provisória a ser enviada ao Congresso na segunda-feira (28), junto com o veto e a sanção. "O veto parcial foi feito para não permitir a redução da proteção da vegetação, para promover a restauração ambiental e para que todos pudessem fazer isso, sem que ninguém pudesse ser anistiado ou ter as regras flexibilizadas, além de alguns pontos que eram inconstitucionais ou ofereciam insegurança jurídica", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O ministro Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, concordou: "não vai ter anistia para ninguém, todos devem recompor áreas desmatadas, mas isso seguirá o tamanho das propriedades" . A medida provisória, que precisa ser aprovada no Congresso, escalona as áreas a serem reflorestadas de acordo com a largura do rio e com o tamanho da propriedade. A área de recuperação mínima seria de 5 metros e a máxima de 100m. No Código atual, o mínimo de recuperação é 30 metros. Segundo levantamento do governo, 65% dos imóveis rurais tem de 0 a 1 módulo fiscal e correspondem a 52 milhões hectares e 9% da área agrícola do país. Já as propriedades até 4 módulos fiscais, designadas como de agricultura familiar, representam cerca de 90% dos imóveis rurais e 24% da área agrícola. Área a ser protegida nas margens de rios de acordo com a medida provisória Rios com largura até de 10 metros Propriedades de 0 a 1 módulo fiscal - recupera 5 metros, desde que não ultrapasse 10% da propriedade De 1 a 2 módulos - recupera 8 metros, desde que não ultrapasse 10% da propriedade De 2 a 4 módulos - recupera 15 metros, desde que não ultrapasse 20% da propriedade De 4 a 10 módulos – recupera 20 metros Acima de 10 módulos - recupera 30 metros Rios com largura superior a 10 metros De 0 a 1 módulo - recupera 5 metros, desde que não ultrapasse 10% da propriedade De 1 a 2 módulos - recupera 8 metros, desde que não ultrapasse 10% da propriedade De 2 a 4 módulos - recupera 15 metros, desde que não ultrapasse 20% da propriedade De 4 a 10 módulos - recupera de 30 a 100 metros Acima de 10 módulos - recupera de 30 a 100 metros "Dentre as alterações presentes na MP, 14 recuperam o texto do Senado, cinco são dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo", resumiu Luis Inácio Adams, o advogado-geral da União. "Vamos recompor o texto do Senado, respeitar o Congresso e os acordos feitos", disse a ministra. Teixeira acrescentou que entre os aspectos do texto resgatados na proposta do governo estão: garantir que só vai ter acesso a crédito rural quem se cadastrar e regularizar sua propriedade, recuperando áreas desmatadas, em cinco anos. O governo volta ainda com os 50 metros de proteção nas veredas e com a definição de que manguezais são áreas de proteção. Os valores de preservação de reserva legal, ou seja, áreas da propriedade a serem preservadas de acordo com o bioma não foram alterados em relação à legislação atual, nem pelo texto do Congresso nem pelo governo: 80% para propriedades na Amazônia, 20% para o Cerrado e demais biomas e 35% para áreas de transição entre Cerrado e Amazônia. Os ministros só divulgaram dois artigos entre os 12 itens vetados, o 1º, que define a finalidade do Código Florestal, e o 61º, que determina as regras para recuperação de áreas de preservação permanente (APP). Os detalhes do que foi vetado só será publicado no Diário Oficial de segunda. Ver em tamanho maiorVEJA AS MANIFESTAÇÕES QUE PEDIRAM O VETOFoto 28 de 28 - 24.mai.2012 -Manifestantes protestam contra o Código Florestal em frente ao Palácio do Planalto. O prazo final para a presidente dar seu parecer é nesta sexta-feira (25) em uma coletiva às 14h com os ministros Mendes Ribeiro (Agricultura), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário). Segundo o vice-presidente Michel Temer, Dilma irá vetar trechos do texto Andre Borges/FolhaPressLongo caminho VEJA PRONUNCIAMENTO DA MINISTRAA legislação sobre o uso de florestas em propriedades privadas do país ainda está longe de ser finalizada. No texto sancionado pela presidente, que tramitou 12 anos no Congresso, sobraram poucas novidades. As principais disputas entre ruralistas e ambientalistas ficaram sem definição, como a área a ser recuperada em margens de rios. Para preencher as lacunas, o governo envia uma MP ao Congresso. A MP tem força de lei desde a edição e vigora por 60 dias, podendo ser prorrogada uma vez por igual período, mas se não for aprovada no Congresso, expira. A medida vai primeiramente para a Câmara, onde os ruralistas são maioria --eles dizem contar com o apoio de mais de 300 dos 513 deputados, o que lhes dá vantagem nas decisões da Casa. Os representantes do agronegócio querem que a lei amplie a área de produção (de agricultura e pecuária, entre outros) e não obrigue os proprietários a pagarem pelo reflorestamento ou multas. Eles afirmam que as alterações podem diminuir a quantidade de alimentos disponível no país. Já os ecologistas defendem a necessidade de uma maior proteção ao ambiente e à biodiversidade, além de cumprimento de multas já estabelecidas pela lei anterior. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional afirmou que "é possível produzir alimentos em harmonia com a natureza ou com baixo impacto sobre o meio ambiente (é o caso dos sistemas agroecológicos e da produção orgânica). Além disso, vem de longe o entendimento de que os problemas da fome e dos altos preços dos alimentos não são resultado da baixa produção de alimentos, mas sim de estruturas sociopolíticas e econômicas injustas – que o Projeto de Código Florestal tende a agravar". Veto As partes do texto que foram vetadas devem ser comunicadas em 48h para o presidente do Senado, com os motivos do veto. Ele será, então, apreciado em sessão conjunta do Congresso, dentro de 30 dias a contar de seu recebimento. Se o prazo de deliberação for esgotado, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, para votação final. Para derrubá-lo, é necessária a maioria absoluta. Seria preciso o apoio de 257 deputados e 42 senadores. A votação é feita conjuntamente, mas a apuração é feita de forma separada. Começa-se a apurar pela Câmara e, se conseguirem o número mínimo necessário, tem início a apuração do Senado. Se o veto das partes do texto for derrubado, o presidente do Congresso deve comunicar o fato à presidente e enviar o texto aprovado no Congresso, para que seja promulgado e publicado. Por outro lado, se o veto parcial não for derrubado, o que foi rejeitado pelo veto somente poderá estar em novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Biodiversidade

Biodiversidade: por que se preocupar?


Fico matutando como defender a nossa biodiversidade, ou melhor, como convencer que a sua proteção é fundamental para o nosso bem-estar. Ela é de importância vital por muitas razões, mas eu queria concentrar esta matéria no benefício da sua proteção para a agricultura, pecuária e biomedicina. Isso porque acredito que nem sempre é fácil para quem não tem um interesse especial na conservação da natureza entender o que ela representa em termos de seus benefícios diretos e incontestes para a nossa espécie. E digo inconteste porque outros benefícios ou atributos da biodiversidade podem ser de compreensão ou aceitação mais complexa, difícil ou relativa, como no caso da ética e estética.
A ética depende de cada indivíduo, embora eu acredite que manter vivas as outras espécies no planeta, ao invés de extingui-las ou dizimá-las, deva ser um dever intrínseco da nossa espécie. Afinal não somos deuses para acabar com as outras formas de vida e acreditar que não pagaremos por isso. A estética também depende de cada ser humano. Conheço muitos que não conseguem apreciar ou reconhecer um ambiente natural, nem gostar de uma planta, e que são indiferentes até à beleza de pandas e tigres e que só gostam das formas humanas e das máquinas produzidas pelo homem. Também há, claro, os que gostam de ver natureza somente na TV ou na internet.
Que o Brasil possui a maior biodiversidade do planeta é do conhecimento geral. Que as taxas de extinção no Brasil e no mundo apresentam números assustadores, também tem sido fartamente divulgado pela imprensa, bem como a velocidade, cada vez mais célere, de extinções. Mas, parto do pressuposto que muita gente não sabe quais são as espécies silvestres ou selvagens que estão em nosso território e que direta ou indiretamente, através dos seus genes, são usadas no dia-a-dia de nossa agricultura, para nos alimentar. Tampouco creio que se saiba muito daquelas espécies silvestres fundamentais para estudos biomédicos ou para a indústria da biomedicina. Claro está que a lista é enorme e eu não tenho espaço para dá-la. Ou este talvez não seja o caso. Assim vamos dar alguns exemplos mais gritantes.
Cotidiano

Só para brincar, eu começaria com o abacaxi silvestre do Cerrado, ou, como dizem os cientistas, a forma selvagem do abacaxi, que foi domesticado pelo homem. Poucos, vendo essa planta nada conspícua e com frutos diminutos, podem imaginar que ela é o parente mais próximo dos abacaxis que se produzem aos bilhões no mundo todo. Para adoçar um pouco o paladar, temos na Amazônia o mamão, igualmente agora cultivado em todas as zonas tropicais e subtropicais do globo, também o cacau e seu parente próximo, o cupuaçu, que há tempos agradam paladares bem mais exigentes e sofisticados. Temos ainda a indispensável mandioca, bem como a batata doce e o amendoim, sem os quais a África de hoje passaria ainda mais fome; o maracujá, atualmente parte da paisagem de qualquer área rural tropical; o urucum, tão usado para pintar nossos índios e cablocos, tingir artesanatos e para a exportação para a indústria de cosméticos, em especial as asiáticas, e tantas outras, como guaraná, mate, açaí, camu-camu, tabaco, pimenta, palmito, castanha-do-Pará, etc.
Outras, embora menos conhecidas, estão adquirindo grande importância, como muitas do Cerrado, Amazônia e da Mata Atlântica, dentre elas o espinhento pequi, tão usado na comida goiana; o caju, usado em todo país e em muitos outros da face do globo, mangaba, araticum, buriti, jatobá, pitanga, goiaba, jabuticaba, araçá, cagaita, jenipapo, ingá, umbu do nordeste, entre tantos. Muitas plantas potencialmente alimentícias ou úteis ainda esperam sua vez. Outras plantas nativas úteis não produzem alimento, como a seringueira, o que não significa que sejam menos importantes para a humanidade.
A biodiversidade não se resume às plantas alimentícias ou de uso industrial. Ela inclui belas flores, como as das primaveras e, especialmente, muitas espécies de orquídeas, que movimentam milhões de dólares a cada ano e muitas outras maravilhas. Da fauna silvestre no Brasil foi domesticado o pato selvagem, o tal que além de ter o nome científico de Cairina moschata era a base do delicioso prato amazônico: “pato ao tucupi”, mutum, macuco, os preás e mocós.
As espécies brasileiras mais importantes que temos no nível mundial são: batata doce, mandioca, cacau, amendoim, urucum, seringueira, mamão, abacaxi e caju. Isso porque esses cultivos, que têm sua origem no Brasil ou na América do Sul, são bases da economia e da alimentação popular de numerosos outros países tropicais ou subtropicais. Do algodão silvestre regional, seus genes podem ser usados para melhorar os algodões mais extensamente cultivados, que são de origem egípcia.
Dependência da natureza

Todos os que trabalham com agricultura e pecuária sabem que a ciência sempre vai precisar dos genes das espécies silvestres para melhorar variedades domesticadas que se tornaram suscetíveis a pragas e doenças, porque já não funcionam os agrotóxicos aplicados, ou a variações climáticas, pelo aquecimento global e efeito estufa. Muitas espécies ou variedades domesticadas têm uma vida muito curta, de apenas décadas. Assim, se não se pode dispor de espécies silvestres protegidas na natureza, a situação fica extremamente grave, como vem acontecendo com o milho hoje em dia, que é nativo da América Central e infelizmente não teve adequada proteção das variedades silvestres, atualmente indisponíveis, portanto, para a ciência.
No que concerne à biomedicina é quase impossível escolher exemplos, pois 50% dos remédios hoje produzidos dependem da flora nativa ou da fauna silvestre. Assim, só a título de curiosidade ou de aspectos pictóricos vamos lembrar que só o tatu e o homem têm lepra ou hanseníase, o que faz desse animal um elemento essencial para a pesquisa sobre tal enfermidade; que há criadouros de cobras no Brasil, em especial de cascáveis e jararacas somente para atender a demanda de laboratórios que produzem remédios para tratamento de doenças circulatórias e cardíacas e que, a cada ano, se investem milhões de dólares em pesquisa sobre plantas medicinais, todas elas extraídas de ambientes naturais.
Além do mais, muitas plantas superiores são usadas na preparação de pesticidas e inúmeros animais, fungos, nematóides, bactérias servem para controle biológico de pragas e doenças, tanto quando reproduzidos massivamente, como quando preparados na forma de biocidas, fartamente usados na agricultura e pecuária. De outra parte, muitas plantas ou animais têm uso ornamental garantido como as orquídeas, samambaias e os peixes para aquários.
Enfim, acabar com a natureza ou extinguir espécies silvestres tem um preço difícil de pagar pela nossa espécie ou, às vezes impossível. E, por incrível que possa parecer, apesar de ser tão diretamente dependente da natureza, a agricultura é a que mais destrói os ecossistemas naturais dos quais depende a biodiversidade, que lhe permite existir.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Código Florestal

Por Leonardo Boff Lamento profundamente que a discussão do Código Florestal foi colocada preferentemente num contexto econômico, de produção de commodities e de mero crescimento econômico. Isso mostra a cegueira que tomou conta da maioria dos parlamentares e também de setores importantes do Governo. Não tomam em devida conta as mudanças ocorridas no sistema-Terra e no sistema-Vida que levaram ao aquecimento global. Este é apenas um nome que encobre práticas de devastação de florestas no mundo inteiro e no Brasil, envenenamento dos solos, poluição crescente da atmosfera, diminuição drástica da biodiversidade, aumento acelerado da desertificação e, o que é mais dramático, a escassez progressiva de água potável que atualmente já tem produzido 60 milhões de exilados. Aquecimento global significa ainda a ocorrência cada vez mais frequente de eventos extremos, que estamos assistindo no mundo inteiro e mesmo em nosso país, com enchentes devastadoras de um lado, estiagens prolongadas de outro e vendavais nunca havidos no Sul do Brasil que produzem grandes prejuízos em casas e plantações destruídas. A Terra pode viver sem nós e até melhor. Nós não podemos viver sem a Terra. Ela é nossa única Casa Comum e não temos outra. A luta é pela vida, pelo futuro da humanidade e pela preservação da Mãe Terra. Vamos sim produzir, mas respeitando o alcance e o limite de cada ecossistema, os ciclos da natureza e cuidando dos bens e serviços que Mãe Terra gratuita e permanentemente nos dá. E vamos sim salvar a vida, proteger a Terra e garantir um futuro comum, bom para todos os humanos e para a toda a comunidade de vida, para as plantas, para os animais, para osdemais seres da criação. A vida é chamada para a vida e não para a doença e para morte. Não permitiremos que um Código Florestal mal intencionado ponha em risco nosso futuro e o futuro de nossos filhos, filhas e netos. Queremos que eles nos abençoem por aquilo que tivermos feito de bom para a vida e para a Mãe Terra e não tenham motivos para nos amaldiçoar por aquilo que deixamos de fazer e podíamos ter feito e não fizemos. O momento é de resistência, de denúncia e de exigências de transformações nesse Código que modificado honrará a vida e alegrará a grande, boa e generosa Mãe Terra. Agora é o momento ds cidadania popular se manifestar. O poder demana do povo. A Presidenta e os parlamentares são nossos delegados e nada mais. Se não representarem o bem do povo e da nação, de nossas riquezas naturais, de nossas florestas, de nossa fauna e flora, de nossos rios, de nossos solos e de nossa imensa biodiversidade perderam a legitimidade e o uso do poder público é usurpação. Temos o direito de buscar o caminho constitucional do referendo popular. E ai veremos o que o povo brasileiro quer para si, para a humanidade, para a natureza e para o futuro da Mãe Terra.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Conheça os 17 deputados gaúchos que votaram a favor da destruição do meio ambiente Os 17 parlamentares gaúchos que votaram a favor dessas medidas são: Onyx Lorenzoni (DEM) Giovani Cherini (PDT) Alceu Moreira (PMDB) Darcísio Perondi (PMDB) Eliseu Padilha (PMDB) Osmar Terra (PMDB) Afonso Hann (PP) Jeronimo Goergen (PP) Luiz Carlos Heinze (PP) Renato Molling (PP) Wilson Covatti (PP) Alexandre Roso (PSB) Danrlei de Deus (PSD) Nelson Marchezan Jr. (PSDB) Ronaldo Nogueira (PTB) Sérgio Moraes (PTB) Assis Melo (PCdoB) Dezessete deputados federais do Rio Grande do Sul participaram ontem da vergonhosa aprovação de mudanças irresponsáveis no Código Florestal. Todas as mudanças obedecem a uma mesma lógica: a primazia de interesses econômicos sobre princípios básicos de preservação ambiental. Com argumentos tacanhos que têm em comum uma abissal ignorância e desprezo sobre questões ambientais e uma concepção utilitarista da natureza, esses deputados deram sua contribuição para o agravamento de diversos problemas ambientais (e sociais) no Brasil. Saiba quais são algumas das mudanças aprovadas pelos deputados ligados à bancada do agronegócio, lembrando que a dívida dos proprietários rurais que descumpriram a legislação atual alcança hoje cerca de R$ 30 milhões: - Anistia a produtores que desmataram florestas nas proximidades de rios. A medida beneficia os proprietários de terra que desmataram os 30 m das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens de rios de até 10 m de largura, segundo as normas estabelecidas em 1989. Eles ficam liberados da obrigação de recuperar totalmente a área degradada. Terão de replantar apenas 15 metros. - Liberação das Áreas de Preservação Permanente em topos de morros para exploração. - Fim da obrigação de divulgar na internet os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro dos imóveis rurais que facilita o monitoramento das produções agropecuárias e a fiscalização de desmatamentos. - Os estados da Amazônia Legal com mais de 65% do território ocupado por unidades de conservação pública ou terras indígenas poderão diminuir a reserva legal em propriedades em até 50%. - Áreas ilegalmente desmatadas há mais de uma década, mas hoje com florestas em recuperação serão automaticamente consideradas como produtivas e, assim, poderão ser legalmente desmatadas. - Retirou-se o conceito de área abandonada, prejudicando a possibilidade de reforma agrária, pois já não haverá terras subutilizadas por especuladores, mas apenas áreas “em descanso”. Postado em: Código Florestal, Meio Ambiente. Etiquetas: Código Florestal
01/05/201207h00 Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicosComentários 56Fabíola Ortiz Do UOL, no Rio de Janeiro Comunicar erro Imprimir Thinkstock Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico - 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas Inca identifica 19 tipos de câncer que podem estar relacionados ao trabalho Leite materno vai ajudar pesquisadores a mapear uso de agrotóxicos Anvisa constata uso de agrotóxicos inadequados em diversos alimentos Vestígio de pesticida é encontrado em 63% das uvas em SP, aponta teste Programa busca reduzir intoxicações por agrotóxico no país Há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. Um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos, segundo alerta feito pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê lançado durante o primeiro congresso mundial de nutrição que ocorre no Rio de Janeiro, o World Nutrition Rio 2012, que termina nesta terça-feira (1º). O documento destaca que, enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o brasileiro aumentou 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto liderança, representando uma fatia de quase 20% do consumo mundial de agrotóxicos e movimentando, só em 2010, cerca de US$ 7,3 bilhões - mais que os EUA e a Europa. A primeira parte do dossiê da Abrasco faz um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde e na segurança alimentar. A segunda parte, com enfoque no desenvolvimento e no meio ambiente, terá seu lançamento durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e na Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. Segundo um dos coordenadores do estudo, Fernando Carneiro, chefe do departamento de Saúde Coletiva da UnB (Universidade de Brasília), “o dossiê é uma síntese de evidências científicas e recomendações políticas”. “A grande mensagem do dossiê é que o Brasil conquistou o patamar de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Queremos vincular a ciência à tomada de decisão política”, disse Carneiro ao UOL. Soja é o que mais demanda agrotóxico Segundo dados da Anvisa e da UFPR compilados pelo dossiê, na última safra (2º semestre de 2010 e o 1º semestre de 2011), o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos, sendo e 246 mil toneladas importadas. Em 2011 houve um aumento de 16% no consumo que alcançou uma receita de US$ 8,5 bilhões. As lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açucar representam juntas 80% do total das vendas do setor. Na safra de 2011 no Brasil, foram plantados 71 milhões de hectares de lavoura temporária (soja, milho, cana, algodão) e permanente (café, cítricos, frutas, eucaliptos), o que corresponde a cerca de 853 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados nessas lavouras, principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas. O consumo em média por hectare nas lavouras é de 12 litros por hectare e exposição média ambiental de 4,5 litros de agrotóxicos por habitante, segundo o IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico - 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas. Em segundo lugar no ranking de consumo está o milho com 15%, a cana e o algodão com 10%, depois os cítricos com 7%, e o café, trigo e arroz com 3% cada. Maior concentração em hortaliças Já para a produção de hortaliças, em 2008, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o consumo de fungicidas atingiu uma área potencial de aproximadamente 800 mil hectares, contra 21 milhões de hectares somente na cultura da soja. “Isso revela um quadro preocupante de concentração no uso de ingrediente ativo de 22 fungicidas por área plantada em hortaliças no Brasil, podendo chegar entre 8 a 16 vezes mais agrotóxico por hectare do que o utilizado na cultura da soja, por exemplo”, alerta o dossiê. Numa comparação simples, o estudo estima que a concentração de uso de ingrediente ativo de fungicida em soja no Brasil, no ano de 2008, foi de 0,5 litro por hectare, bem inferior à estimativa de quatro a oito litros por hectare em hortaliças, em média. “Pode-se constatar que cerca de 20% da comercialização de ingrediente ativo de fungicida no Brasil é destinada ao uso em hortaliças”, destaca o estudo da Abrasco. Riscos para a saúde O dossiê revela ainda evidências científicas relacionadas aos riscos para a saúde humana da exposição aos agrotóxicos por ingestão de alimentos. Segundo Fernando Carneiro, o consumo prolongado de alimentos contaminados por agrotóxico ao longo de 20 anos pode provocar doenças como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais. Um fato alarmante foi a constatação de contaminação de agrotóxico no leite materno, afirmou. Para o cientista, não se sabe ainda ao certo as consequências para um recém-nascido ou um bebê que está em fase inicial de formação. “Uma criança é altamente vulnerável para esses compostos químicos. Isso é uma questão ética, se vamos nos acostumar com o nível de contaminação do agrotóxico”, criticou. Parte dos agrotóxicos utilizados tem a capacidade de se dispersar no ambiente, e outra parte pode se acumular no organismo humano, inclusive no leite materno, informa o relatório. “O leite contaminado ao ser consumido pelos recém-nascidos pode provocar agravos a saúde, pois os mesmos são mais vulneráveis à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, por suas características fisiológicas e por se alimentar, quase exclusivamente, com o leite materno até os seis meses”, destaca o estudo. Recomendações O dossiê da Abrasco formula 10 princípios e recomendações para evitar e reduzir o consumo de agrotóxicos nos cultivos e na alimentação do brasileiro. Carneiro defende a necessidade de se realizar uma “revolução alimentar e ecológica”. Segundo o IBGE, cerca de 70 milhões de brasileiros vivem em estado de insegurança alimentar e nutricional, sendo que 90% desta população consume frutas, verduras e legumes abaixo da quantidade recomendada para uma alimentação saudável. A superação deste problema, de acordo com o dossiê, é o desenvolvimento do modelo de produção agroecológica. Carneiro e sua equipe composta por seis pesquisadores defendem a ampliação de fontes de financiamento para pesquisas, assim como a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia em detrimento ao financiamento público do agronegócio e o fortalecimento das políticas de aquisição de alimentos produzidos sem agrotóxicos para a alimentação escolar – atualmente a lei prevê 30% deste consumo nas escolas. Além disso, o documento defende a proibição de agrotóxicos já banidos em outros países e que apresentam graves riscos à saúde humana e ao ambiente assim como proibir a pulverização aérea de agrotóxicos. O cientista defende ainda a suspensão de isenções de ICMS, PIS/PASEP, COFINS e IPI concedidas aos agrotóxicos. “A tendência no Brasil é liberalizar ainda mais o uso de agrotóxico, só no Congresso Nacional existem mais de 40 projetos de lei neste sentido. Nós estamos pagando para ser envenenados”, criticou Carneiro.

sábado, 28 de abril de 2012

Código Florestal

Desde a aprovação, na última quarta-feira, do texto da reforma do Código Florestal na Câmara dos Deputados, os ambientalistas se voltaram para a presidente Dilma Rousseff pedindo o veto presidencial. A campanha pelo veto em si é mais antiga e remonta da aprovação do substitutivo do Senado, em dezembro do ano passado, mas se intensificou nos últimos dois dias. Os ambientalistas querem o integral do texto aprovado essa quarta, 25, e a hastag #vetatudodilma já está circulando no twitter. Os sinais emitidos pelo Palácio do Planalto indicam que o veto virá, mas não o integral. Estuda-se com cuidado quais trechos são candidatos a serem barrados por Dilma. Ontem, a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, disse que há grande chance da presidente vetar os artigos que tratam da regularização das áreas consolidadas: “Ela [Dilma] já manifestou inúmeras vezes que aquilo que representar anistia não terá respaldo do governo. Então, qualquer questão que puder ser interpretada ou na prática signifique anistia, eu acredito que isso tem grandes chances de sofrer o veto”. Segundo o glossário da Câmara dos Deputados, veto é a recusa do Presidente da República de sancionar uma lei votada pelo Congresso Nacional. Há dois tipos de veto, o parcial e o total. Segundo a Constituição, o presidente tem 48 horas, a partir da aprovação do projeto no plenário, para comunicar ao presidente do Senado os motivos do veto. E, em seguida, 15 dias, para efetuá-lo. Passado esse prazo, se a presidente não se posicionar, a lei será obrigatoriamente sancionada pelo presidente do Senado, hoje, José Sarney (que, no momento, está licenciado por motivos de saúde). O veto pode ser derrubado pelo Congresso. Se Dilma usá-lo, ele será submetido a uma votação, que pode rejeitá-lo. O ritual procede da seguinte maneira: ao tomar conhecimento do veto, o presidente do Senado convoca uma sessão conjunta do Senado e da Câmara para dar conhecimento e razões do veto aos parlamentares. A partir dela, o Congresso tem 30 dias para tentar derrubar o veto. Sarney deverá também instalar uma comissão mista, composta por 3 senadores e 3 deputados. Para a derrubada, é preciso que as duas casas (Câmara e Senado) votem, em sessão conjunta, com maioria absoluta de todos os 513 deputados e 81 senadores. No caso da Câmara são necessários 257 deputados e no Senado 41 senadores. A votação é secreta e votam primeiro os deputados, depois os senadores. Caso o parlamento não aprecie os vetos dentro dos 30 dias, toda a pauta da Câmara e do Senado ficará trancada até que sejam votados. Porém, como de costume, há uma manobra regimental para estender o prazo. Em teoria, o presidente do Senado tem 72 horas para comunicar a matéria e instalar a comissão mista. Mas não há punição prevista se ele não fizer isso. O resultado é que ele pode simplesmente se omitir. Nesse caso, a contagem do prazo de 30 dias não começa. Por conta desse vácuo institucional, de acordo com o PSDB, existem cerca de 1414 vetos presidenciais aguardando apreciação do Congresso. Eles podem ficar nesse limbo anos a fio. Não deverá ser esse o caso do Código Florestal. Se Dilma vetar trechos que sejam caros à bancada ruralista haverá enorme pressão para a rápida derrubada dos vetos. Mas não será fácil. Segundo informações divulgadas na coluna de Ilimar Franco, do jornal O Globo, o Ministério do Meio Ambiente avalia que os ruralistas não têm votos suficientes para tal façanha. Caso Dilma barre dispositivos que alteraram, nessa última votação, o texto do Senado, é improvável que os senadores se ergam contra esse movimento. Afinal, Dilma estará defendendo a versão que eles próprios produziram. Por outro lado, se Dilma for fundo com a tesoura do veto, poderá receber o troco dos deputados em votações futuras sobre outros temas.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

MITOS DA SUSTENTABILIDADE

10 mitos sobre a sustentabilidade
Por Arthur Jaak Wilfrid Bosmans
Talvez por seus poucos anos de vida, talvez pela amplitude dos assuntos relacionados, o tema da sustentabilidade está sempre envolto em uma verdadeira e confusa salada de conceitos e definições.
Em artigo escrito na Scientific American , Michael Lemonick destaca os 10 principais mitos sobre a sustentabilidade.
Um texto imperdível, que você pode conferir (em inglês) no link:
http://www.sciam.com/article.cfm?id=top-10-myths-about-sustainability

1. Ninguém realmente sabe o que isso significa
O sentido moderno do termo foi claramente definido pela Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Organização das Nações Unidas, em
1987. O documento, chamado Nosso Futuro Comum, classificou o desenvolvimento
sustentável como aquele que "satisfaz as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias
necessidades". Ou seja, recomenda cuidar dos ecossistemas no presente para
que haja recursos suficientes para sustentar a vida humana no futuro.
"Sustentabilidade não é apenas proteger o ambiente", disse a VEJA o
americano Anthony Cortese, fundador e presidente da organização educacional
Second Nature: "Não estamos preocupados com a salvação do planeta. A Terra
já sobreviveu a cinco extinções em massa, a última delas a que acabou com os
dinossauros, há 65 milhões de anos, e vai sobreviver se o modo de vida
humano causar nova extinção em massa". O assunto não é se preocupar com o
fim do mundo, completa Cortese, "mas encontrar formas de preservar a
capcidade da Terra de sustentar uma civilização próspera e moderna."
2. É um sinônimo de verde
Os dois conceitos têm pontos em comum, mas "verde" significa, sobretudo, a
preferência do natural sobre o artificial. Com quase 7 bilhões de pessoas no
planeta e um acréscimo de 2 bilhões previsto para 2050, dependemos da
tecnologia para dar a elas um bom padrão de vida. A tecnologia não é algo
necessariamente ruim. Quando limpa, sem causar impactos destrutivos ao
ambiente, pode encontrar recursos renováveis, como as células solares, as
turbinas de vento e os carros elétricos. "O tempo que o planeta demora para
produzir os recursos de que o homem precisa é muito maior do que o tempo que
o homem leva para consumi-los. Por isso a tecnologia limpa é tão
importante", disse Rosely Imbernon, especialista em educação ambiental da
Universidade de São Paulo.
3. Trata-se, em resumo, de preservar a natureza
Seria limitado discutir a sustentabilidade apenas do ponto de vista
ambiental. As perspectivas sociais e econômicas da humanidade estão no mesmo
patamar da preservação do meio ambiente. Mesmo que os moradores das grandes
cidades decidam economizar água para que o abastecimento seja suficiente
para todos, quase 1 bilhão de pessoas não terão acesso garantido a esse
recurso - e isso não é sustentável. "Hoje, 70% dos recursos naturais são
consumidos por apenas 25% da população mundial. Não basta cuidar desses
recursos, é preciso encontrar uma forma de garantir uma vida saudável para
todos", diz Anthony Cortese, da Second Nature.
4 - É outra palavra para reciclagem
Reciclar se tornou a solução simbólica da crise ambiental e é a mensagem
mais divulgada quando se fala em contribuir para a sustentabilidade. Deu
certo, de muitas formas. As pessoas estão realmente preocupadas com o
assunto, e a coleta seletiva de lixo se tornou a contribuição que a maioria
está disposta a dar ao futuro do planeta. A complicação é que encaminhar
garrafas e latas de alumínio para o reaproveitamento é apenas um item de uma
enorme pauta. Energia e transporte, por exemplo, são questões com maior
prioridade. "A reciclagem deveria ser a última etapa realizada em
desenvolvimentos sustentáveis", diz Rosely Imbernon, da USP. "A escolha de
produtos com menor impacto ambiental e de tecnologias mais limpas deve ser o
primeiro passo." Em resumo, quem acha que vive de forma sustentável apenas
porque está separando o lixo para a reciclagem precisa pensar melhor no
assunto.
5. Custa muito caro
Esse é o mito dos mitos. A impressão de que ser sustentável sai caro está
associada ao fato de que existe um custo inicial na implantação de
tecnologias limpas. De fato, quando se tem um sistema insustentável - a
fábrica poluente, o transporte a diesel, lâmpadas incandescentes ou um
carrão gastador na garagem -, não há como escapar de despesas na troca por
tecnologia mais sustentável. Quase sempre o investimento é fartamente
recompensado pela economia que se fará no futuro. Algumas vezes nem é
necessário gastar com nova tecnologia, mas apenas modificar processos
rotineiros. Anthony Cortese dá uma exemplo: "A Interface, a maior fabricante
mundial de carpetes, economizou 400 milhões de dólares nos últimos dez anos
somente por reduzir o desperdício de matéria-prima utilizada na produção".
6. Significa reduzir o padrão de vida
Não é verdade. Ou, pelo menos, não toda a verdade. Durante muito tempo, a
sustentabilidade foi encarada como uma crítica ao alto padrão de vida dos
habitantes dos países ricos. O conceito de sustentabilidade não é um clamor
por uma vida menos confortável, mas, sim, uma reflexão sobre o consumo
excessivo. Basicamente, é uma proposta de fazer mais com menos. "Não é
preciso deixar de viver bem, mas mudar o conceito do que é uma vida boa",
disse a VEJA Mark Lee, diretor da Sustainability, consultoria com sede em
Londres. "Pequenas substituições podem ter resultados extraordinários."
7. Depende dos consumidores e militantes, não do governo
A escolha do consumidor e dos movimentos organizados é necessária e
produtiva, mas não é suficiente para promover grandes mudanças. Só o governo
tem o poder e os recursos para fazer diferença real. Pode, por exemplo, usar
a tributação para coibir a emissão de gases do efeito estufa. Também pode
criar padrões para veículos mais eficientes no uso de combustíveis. Um ponto
controverso diz respeito a deixar ou não a questão da sustentabilidade a
cargo da livre iniciativa. Pode-se esperar que os preços subam naturalmente
à medida que os recursos naturais fiquem escassos, reduzindo-se assim o
consumo. O problema, no entender de Anthony Cortese, é que o preço da
maioria dos produtos não inclui o verdadeiro valor dos serviços que o
planeta nos presta com seu ecossistema. Caberia ao governo informar à
sociedade o valor real dos impactos externos de cada item.
Dessa forma, a indústria se veria obrigada a procurar soluções mais
eficientes e responsáveis para não ficar fora do mercado. "Temos um falso
senso de segurançaquanto aos impactos que causamos no dia a dia; por isso
precisamos saber o preço real das coisas para refletir sobre a verdadeira
causa", diz.
8. Novas tecnologias são a solução
Nem sempre criar novas tecnologias é a solução para a dilapidação dos
recursos naturais. Às vezes, reinventar uma metodologia ou um sistema já
existente atende perfeitamente aos desafios da sustentabilidade. "Muitas
pessoas pensam na melhoria do carro, mas poucas pensam em mobilidade
urbana", diz Maria Raquel Grassi, coordenadora do núcleo Petrobras de
sustentabilidade da Fundação Dom Cabral. "Sem os engarrafamentos,
reduziríamos o gasto de combustível."
9. O cerne do problema é a superpopulação
Não é exatamente um mito, mas uma falsa questão. Todo o problema ambiental
é, em última análise, populacional. Se a população total do planeta fosse
reduzida a 190 milhões de pessoas - um Brasil, portanto -, teríamos espaço
de sobra para depositar nosso lixo bem longe de casa. Mas isso não vai
acontecer. Como já está bem demonstrado, a melhor forma de conter o aumento
da população é promover a educação e a melhoria das condições de vida. Como
a vida melhorou em boa parte do mundo, a ONU já foi forçada a rever suas
projeções de crescimento populacional: o número de pessoas na Terra deve se
estabilizar em torno de 9 bilhões em 2050. É muita gente, visto que hoje,
com 6,8 bilhões de habitantes, já estamos gastando recursos naturais acima
da capacidade de reposição do planeta. Mas há como contornar o problema. A
China, com 1,3 bilhão de habitantes, é o maior produtor de gases de efeito
estufa no mundo. Mas as emissões per capita correspondem a apenas 30% das
dos Estados Unidos, que têm 310 milhões de habitantes."A culpa não é só do
tamanho da população, mas também da integração do crescimento populacional
com os hábitos de consumo da sociedade", diz Anthony Cortese. "Se o mundo
inteiro consumisse como os Estados Unidos, precisaríamos de quatro
planetas", explica.
10. É fácil viver de forma sustentável
Nem sempre uma atitude sustentável é suficiente para colaborar com o
planeta. Não que seja inútil, mas o conceito de sustentabilidade está ligado
a atitudes que consideram resultados de longo prazo. "Na hora de tomar uma
decisão para um negócio, vale imaginar todos os impactos possíveis no
futuro, ambientais, sociais e econômicos", diz Maria Raquel Grassi. Antes de
desenvolver uma prática que aparenta ser a solução de todos os problemas, é
preciso olhar para todos os lados e ter certeza de que ela não causará
outros tipos de impacto. Um exemplo: a derrubada de uma floresta para
plantar cana para a produção de etanol. O uso do combustível alternativo
seria benéfico no que diz respeito à emissão de gases do efeito estufa. Mas
a derrubada da mata, por sua vez, encheria a atmosfera com mais dióxido de
carbono. "Entender o conceito é um grande passo, mas os resultados só são
percebidos depois que o ciclo se completa sem passar por nenhum problema",

quarta-feira, 28 de março de 2012

HORA DO PLANETA

Pelo quarto ano consecutivo, o WWF-Brasil convoca a população brasileira a participar do movimento mundial Hora do Planeta, que levou 1 bilhão de pessoas a apagarem as luzes em todo o mundo, em 2011. A mobilização tem como objetivo a reflexão sobre o aquecimento global e os problemas ambientais que a humanidade enfrenta.

O Rio de Janeiro será, mais uma vez, a cidade-âncora da campanha brasileira e ícones da paisagem carioca serão apagados, como o Cristo Redentor, a Igreja da Penha, o Monumento dos Pracinhas, a orla de Copacabana e o Arpoador.

PARTICIPE: no dia 31 de março, apague suas luzes por 60 minutos, a partir das 20:30hs (horário local).

Participe

http://www.ligadasflorestas.org.br/
Faça seu cadastro e participe da
LIGA DAS FLORESTAS.

quinta-feira, 22 de março de 2012

ÁGUA

Água para comer

Dependemos dela não apenas para matar a sede, mas também para produzir nossos alimentos. E o desafio é desenvolver práticas de irrigação que economizem água e aumentem a produtividade

Como é seu café da manhã? Digamos que seja um copo de suco de laranja, uma xícara de café com leite e uma fatia de pão com manteiga. Ainda que existam pequenas variações desse cardápio básico, você consumiu, apenas nessa pequena refeição do início do dia, aproximadamente 400 litros de água – e, ao longo do dia, você consumirá, pela alimentação, muito mais água para comer do que para matar a sede ou exercer seus hábitos de higiene. Segundo estudos realizados pela ONU, cada ser humano gasta de 20 a 50 litros de água por dia para consumo direto (beber, tomar banho, cozinhar) e, no mesmo período, consome de 2 mil a 5 mil litros indiretamente na sua alimentação.
Esses dados refletem a necessidade, cada vez maior, da utilização da água para produzir alimentos por meio da irrigação – uma técnica incorporada à agricultura que tem sido uma das principais responsáveis pelo aumento da produtividade de alimentos desde tempos remotos. Não parece haver dúvidas quanto ao fato de que assírios, caldeus e babilônios já utilizavam a irrigação em 4500 a.C. A primeira grande obra dessa natureza, porém, é atribuída ao faraó Ramsés 3º, que, por volta de 1190 a.C., ordenou a construção de diques, represas e canais para melhorar o aproveitamento das águas do rio Nilo. Mas talvez a referência mais ilustre de irrigação seja a de Israel, que conseguiu transformar áreas desérticas em plantações extremamente produtivas a ponto de não só suprir suas necessidades, mas, também, tornar-se exportador de cereais e frutas.
Assim, a importância da irrigação é tão pronunciada que hoje dois terços do consumo de água em todo o planeta é destinado à agricultura, segundo a FAO. No Brasil, a área irrigada é muito pequena e com um grande potencial de crescimento. Segundo o Ministério da Integração Nacional (MI), dos 30 milhões de hectares que podem ser irrigados, somente 4 milhões estão em produção. São apenas 5% da área plantada no Brasil – mas que representam, ainda segundo o MI, 16% do volume de alimentos e 35% do valor de produção.
Em outras palavras, a irrigação não só permite a agricultura em áreas carentes de água como, também, é um fator fundamental para o aumento da produção, mesmo em áreas úmidas, como indica um estudo do Ministério da Agricultura (veja quadro ao lado). E aumentar a produção de alimentos é cada vez mais uma questão fundamental para o presente e, principalmente, para o futuro – tendo em vista o aumento de demanda decorrente do crescimento populacional. Segundo a ONU, com 80 milhões a mais de habitantes no planeta por ano, é preciso acrescentar mais 64 bilhões de metros cúbicos de água na agricultura no mesmo período. Em 1960, diz um estudo da FAO, um hectare era capaz de sustentar, em média global, 2,4 pessoas e, graças à irrigação, essa média subiu, em 2005, para 4,5 pessoas – e deve aumentar para 6,4 pessoas até 2050.

Aumento de produtividade
Tecnicamente, irrigar significa apenas deslocar a água de seu lugar de origem para outro. Foi o que aconteceu, por exemplo, nos anos 80, com os canais de irrigação construídos para desviar parte das águas do rio São Francisco para as redondezas de Petrolina, o que permitiu à cidade o título de maior exportador de frutas do Brasil.
Segundo estimativa da FAO, em 2030 dois terços de todos os cereais colhidos no planeta serão oriundos da agricultura irrigada e a maior preocupação dessa instituição é garantir “mais produção com menores quantidades de água nessas áreas”. Afinal, o problema não é exatamente a escassez da água, mas, sim, sua disponibilidade onde ela é necessária. “A irrigação não consome a água”, diz Abílio Antunes, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) da área de irrigação. “A água que se perde no transporte permanece no ciclo hidrológico e volta ao ambiente.” A questão envolve, isto sim, a demanda concentrada em determinadas regiões que pode eventualmente provocar escassez de água. Por esse motivo, as ações para economia de água começam a se multiplicar para permitir seu uso mais racional, otimizado e amplo.
“É possível diminuir a quantidade de água captada pela agricultura irrigada sem diminuir a produção. Os agricultores, de modo geral, tendem a irrigar acima do necessário para obter um máximo físico da produção”, diz Eugênio Ferreira Coelho, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Segundo ele, se o agricultor procurasse o “máximo econômico” – ainda que a sua produção fosse menor – ele poderia economizar até 15% da água utilizada.
A verdade é que a busca de soluções a respeito das formas de irrigação, tendo em vista maior produtividade e melhor uso da água, é uma preocupação histórica. A invenção da técnica de irrigação com aspersor de impacto, feita 1933 por Orton Englehart, que cultivava laranjas no sul da Califórnia, foi comparada, na época, ao invento da lâmpada e do telefone – e, de fato, revolucionou a produção de alimentos, oferecendo a primeira alternativa prática de irrigação por superfície, com o desenvolvimento dessa técnica de irrigação por simulação de chuva.
Hoje, muitos produtores já estão preocupados com esse assunto e procuram encontrar soluções não só mais produtivas como também que representem economia consistente de água. Um exemplo vem do Rio Grande do Sul. Os 18.500 produtores de arroz do estado são responsáveis por cerca de 60% da produção brasileira. Graças às extensas áreas de planícies e à abundância de água, o sistema que predomina na região é o de cultivo com irrigação controlada, que tem nível de produtividade muito alto e é o mais utilizado no mundo.
O arroz irrigado é uma das culturas que mais demanda água e tem sido alvo constante de práticas para melhorar esse aspecto. Os esforços dos rizicultores gaúchos têm dado resultado. Em 1960, a produção de 1 quilo de arroz utilizava 5,7 mil litros de água, hoje muitos produtores já alcançaram a marca de mil litros de água para cada quilo de arroz, utilizando-se de novas práticas e tecnologias.

Experiências de sucesso
No cultivo de arroz pré-germinado, era comum que os produtores drenassem a água da lavoura após o preparo do solo para fazer a semeadura. Pesquisas mostraram que a prática pode causar o empobrecimento do solo, o assoreamento e a contaminação dos mananciais, além de perdas de 15% a 20% do volume de água utilizado em todo o ciclo da cultura. O Instituto Riograndense de Arroz (Irga) passou então a incentivar a não drenagem das plantações, com a manutenção da lâmina de água. Além dos benefícios ambientais, a prática também reduz o consumo de energia elétrica, o uso de defensivos agrícolas e a necessidade de mão de obra, ou seja, diminui o custo de produção. O projeto, denominado Tecnologias Mais Limpas, foi criado pelo Irga para que os rizicultores adotassem práticas ambientalmente mais corretas e, assim, se habilitassem a receber o selo ambiental. A iniciativa faz parte do programa Arroz RS, que tem por objetivo aumentar a produtividade média no estado – atualmente, de 7.300 quilos por hectare –, reduzindo o consumo de água, os custos de produção e o impacto ambiental da rizicultura, além de melhorar a qualidade do produto.
Visitamos a Fazenda Ranchinho, localizada no município de Mostardas (RS), que recebeu o selo ambiental em 2010. O sistema de drenagem foi redesenhado e desemboca ao lado das bombas que abastecem o sistema de irrigação com água da Lagoa dos Patos. João Nascimento da Rosa, gerente operacional da propriedade, explica: “Não é interesse do produtor perder a água cheia de nutrientes. Nosso sistema foi feito para bombear de volta para a plantação a água que escapa das quadras”. A mudança representou uma economia de 15% de água utilizada na plantação de 1.227 hectares, que produziu 7.800 quilos de arroz por hectare em 2009.
A principal medida para a economia de água na rizicultura irrigada é a sistematização da plantação, que substitui a tradicional plantação em curvas de nível. O sistema consiste na divisão da área em quadros com a medida-padrão de 1,74 hectare – também chamados de canchas – que são aplainados. A nivelação do solo facilita a manutenção de uma lâmina de água baixa e evita perdas. Marcos Solon Borges, rizicultor da região de Mostardas, confirma: “Depois que sistematizei a lavoura, a economia de água foi de pelo menos 30%”.
Há ainda muito a se fazer nesse sentido. A pesquisadora Regina Célia de Matos Pires, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, afirma que “a escolha do melhor método e do momento certo para a irrigação pode representar uma economia de até 30% de água”.
Há vários métodos de irrigação. Na irrigação por superfície, usado na rizicultura, a distribuição da água se dá por gravidade por meio de canais e sulcos cavados no solo. Na irrigação por aspersão, jatos de água são lançados ao ar e caem sobre a cultura na forma de chuva. No sistema de gotejamento, a água é transportada por mangueiras que correm rente ao solo e é aplicada de forma pontual. A grande vantagem desse último sistema, em termos de economia de água, é não molhar a folhagem ou o colmo (caule) das plantas, diminuindo a perda de água pela evaporação e pela lixiviação (quando a água escoa pela superfície levando nutrientes).
Para auxiliar os produtores, o IAC realiza estudos sobre diferentes tipos de solo e clima com dados de diversas culturas – como feijão, soja, ervilha, milho, cana de açúcar, café, tomate, batata e morango – para estabelecer os parâmetros mais adequados à irrigação de cada uma delas.
Produtores, instituições governamentais e empresas privadas estão, assim, investindo esforços para diminuir os milhares de litros de água que consumimos indiretamente dia após dia. Além das iniciativas citadas, várias pesquisas buscam encontrar formas de reduzir o consumo desse recurso, que está cada vez mais escasso nos locais onde a demanda, já grande, continua a crescer.
A Embrapa Mandioca e Fruticultura, por exemplo, tem realizado estudos sobre a técnica Irrigação Parcial de Raiz (PRD), na qual parte das raízes é irrigada e parte é submetida a secamento. Esses lados são alternados com frequência que depende dos tipos de solo e planta. As pesquisas têm mostrado resultado satisfatório, com diminuição da quantidade de água utilizada sem redução da produtividade.
Outro estudo é realizado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em parceria com a Universidade do Estado de São Paulo (USP) e busca a utilização de água de reuso, ou seja, proveniente do tratamento de esgoto, na irrigação. Essa técnica já é utilizada sem risco às populações em países como Israel, Egito, Austrália, Chile e Estados Unidos. No Brasil, ainda não há legislação sobre o assunto.
Fica evidente, assim, que a preocupação com a possível diminuição na disponibilidade de água por seu uso na agricultura é cada vez maior. Pesquisas já começam a apontar saídas criativas e experiências práticas já apresentam caminhos possíveis. Transformar essas soluções em práticas comuns é, agora, o desafio.

quarta-feira, 21 de março de 2012

FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA

Parlamentares brasileiros assinaram termo prometendo votar leis que protejam as recursos hídricos do país. Foto: Assessoria CNA

O 6º Fórum Mundial da Água terminou sábado (18/03) em Marselha, França, com o compromisso assinado por 140 países de aumentar o acesso à água potável, tratamento de esgoto e a promover o uso inteligente da água. O acordo é uma carta de intenção que não gera obrigações, ou seja, não haverá cobranças se algum país não cumprir o que prometeu.

Os resultados obtidos nesses 6 dias de evento (o fórum começou no dia 12) serão levados para a Rio+20, oficialmente conhecida como Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá em junho no Rio de Janeiro.

Na sexta-feira (16/03) parlamentares do mundo todo assinaram documento em que se recomenda que sejam incluídas na legislação de cada país mecanismos de proteção aos recursos hídricos. O Brasil foi representado por sete parlamentares: Senadores Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), Jorge Viana (PT-AC), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Sérgio Souza (PMDB-PR) e a Senadora Kátia Abreu (PSD-DF); além dos deputados Irajá Abreu (PSD-TO) e Leonardo Monteiro (PT-MG).

A delegação brasileira, presidida pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi a maior do evento, com cerca de 250 brasileiros entre empresas, parlamentares, representantes do governo e ongs. Todas as empresas administradoras de hidrelétricas estiveram presentes no fórum, como a concessionária Santo Antônio Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, e representantes das empresas Eletrobras, Furnas, Cemig, entre outras. Segundo informa da Agência Nacional das Águas, a forte presença do Brasil reforçou a posição do país sediar o 8º Fórum Mundial da Água, em 2018. O destino do 7º Fórum já está escolhido: será na Coréia do Sul, em 2015.

terça-feira, 20 de março de 2012

Código Florestal

Para o IBF a Aprovação do Novo Código Florestal Caminha para o Maior Colapso Ambiental do Planeta
Sex, 16 de Março de 2012 13:21 Thiago Solano Martins Aquino - Diretor Presidente do IBF

Segundo o pesquisador e presidente do Instituto Brasileiro de Florestas, Solano Aquino, os deputados e senadores esqueceram que as florestas representam o maior patrimônio brasileiro desde o descobrimento.

A proposta de acabar com as Áreas de Preservação Permanente (APPs) reduzindo pela metade a mata ciliar de 30 para 15 metros é uma forma de usurpar o direito das gerações futuras ao acesso aos recursos hídricos e demais recursos naturais.

O solo e clima brasileiro são os mais produtivos do mundo, mas o que está prevalecendo é a ambição e a ganância de grandes grupos agropecuários em explorar de forma insustentável e mesquinha uma faixa de terra que representará muito pouco à produtividade. É preciso que a sociedade brasileira abra os olhos, pois os parlamentares que estão conduzindo este processo deixaram de lado o interesse público para favorecer grandes grupos privados às custas do patrimônio nacional. Vale ressaltar que por uma questão social é justo que destinem menores Áreas de Preservação Permanentes para pequenos proprietários rurais em regime de economia familiar e por outro lado criar mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais para proprietários que conservam suas áreas de florestas.
Água: se é um bom negócio, não vai faltar

José Luiz Carvalho


No dia 22 de março, em comemoração ao Dia Mundial da Água, a ANA (Agência Nacional de Águas) divulgou um detalhado trabalho, Atlas Brasil, que consolida o planejamento da oferta de água em todo o País a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente (sistemas de captação de água, elevatórias, adutoras e estações de tratamento) e da identificação das melhores alternativas técnicas. Segundo o Atlas, até 2025, serão necessários R$ 70 bilhões em obras de água (R$ 22,2 bilhões) e esgoto (R$ 40,8 bilhões para coleta e R$ 7 bilhões para tratamento). Nas palavras da ANAC, “As obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades indicadas, que em 2025 vão concentrar 139 milhões de habitantes, ou seja, 72% da população”.

Infelizmente, não consegui perceber qualquer intenção da Agência em abrir a possibilidade de cooperação do setor privado em tais investimentos. Às pessoas que veem os investimentos privados com desconfiança, pode causar espécie a possibilidade de empresas privadas fornecerem água a populações. Como água é indispensável à vida, o argumento comum é que não se pode comercializar água como uma mercadoria. Alguns extremistas chegam a caracterizar o direito à água (na África do Sul é um direito garantido na Constituição). Entretanto, água é um recurso natural escasso e água potável é ainda mais escassa. Há custos para que a água potável chegue até nossas residências. Água fornecida a baixo preço implica em desperdício.

Quando você compra uma garrafa de água, ou um garrafão de 20 litros, nem sempre se dá conta de que essa água lhe é fornecida como uma mercadoria. O número de famílias, nas grandes metrópoles brasileiras, que se valem desse mercado para matar sua sede tem crescido, especialmente pela desconfiança quanto à qualidade da água que as autoridades públicas oferecem. Isso ocorre em outros países e pela mesma razão. Talvez por isso, a participação do setor privado na captação, tratamento e distribuição de água potável para populações urbanas tem crescido, especialmente nos Estados Unidos e Europa, embora existam casos na Ásia, África e América do Sul. A participação do setor privado ocorre por meio de contrato, geralmente negociado em leilão público.

Em 2001, a agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) estimou em US$ 151 bilhões os investimentos públicos em infraestrutura para abastecer de água a população por mais 20 anos. No caso de coleta e tratamento de esgoto, o investimento correspondia de US$ 331 bilhões a US$ 450 bilhões para o período 2002 a 2019. A pressão sobre o orçamento público nos três níveis permitiu mudanças na legislação que vieram a favorecer a participação do setor privado na oferta de água potável à população.

Cerca de 45% dos usuários Americanos são servidos por empresas públicas, 14,7% por empresas privadas e os demais por associações de moradores e outros arranjos. As duas maiores empresas distribuidoras de água nos EUA são estrangeiras: a American Water, de propriedade da alemã RWE, serve a 18 milhões de residentes em 29 estados, com faturamento em 2005 de US$2,2 bilhões, e a United Water, de propriedade da francesa Suez, serve a 2 milhões de residentes em 8 estados, com um faturamento naquele mesmo ano de US$ 495 milhões.

As empresas europeias e americanas relutam em investir nos países em desenvolvimento pela instabilidade das instituições. Essa foi no passado a atitude da banca internacional. Se melhorarmos nosso arranjo institucional, poderemos atrair investidores privados nacionais e estrangeiros e assim obter melhores serviços de distribuição de água e tratamento de esgoto.



*José Luiz Carvalho é professor de economia e doutorado pela universidade de Chicago. Ele também é vice-presidente do Instituto Liberal.

sábado, 17 de março de 2012

RECICLAGEM

É um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).


Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras, sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco).



Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores "comem" material sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada de novo. Esse é o chamado material biodegradável. Quando um animal morre, ele é reciclado pela natureza. Quando um material é dividido em pequenas peças, as bactérias e fungos, os mais importantes decompositores, já podem trabalhar.


A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás carbônico, vapor de água e os sais minerais, substâncias indispensáveis ao crescimento de todos os vegetais, o qual gera o húmus, ótimo
adubo para o solo.


No processo anaeróbio, são gerados os gases (metano e sulfídrico), que causam um odor desagradável; a decomposição anaeróbia produz um líquido escuro denominado chorume (líquido com grande quantidade de poluentes) encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume é o principal causador da contaminação dos rios e do lençol freático.


A reciclagem traz os seguintes benefícios:


* Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
* Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
* Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
* Melhora a produção de compostos orgânicos.
* Gera empregos para a população não qualificada.
* Gera receita com a comercialização dos recicláveis.
* Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
* Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.

No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras tivessem apoio financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de reciclagem, pois assim estariam contribuindo na geração de empregos, na diminuição de lixo e na produção de produtos de melhor qualidade com tecnologia "limpa".

A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima redução da quantidade de resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não podem ser evitados, deverão ser reciclados por reutilização ou recuperação, de tal modo que seja o mínimo possível o que tenha como destino final os aterros sanitários.


A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.





Dicas de Reciclagem

1. Recicle o vidro. Calcula-se que a reciclagem de 1 tonelada de vidro poupa 65% da energia necessária à produção da mesma quantidade. Aproveite as embalagens de vidro para conservar alimento no frigorífico, na geladeira ou no freezer.

2. Uma só pilha contamina o solo durante 50 anos. As pilhas incorporam metais pesados tóxicos.

3. Prefira eletrodomésticos recentes e de qualidade, pois gastam menos energia.

4. Regue as plantas de manhã cedo ou ao cair da noite. Quando o sol está alto e forte, grande parte da água perde-se por evaporação.

5. Uma torneira a pingar significa 190 litros de água por dia que vão pelo cano abaixo.

6. Desligue o fogão elétrico, antes de terminado o cozimento, a placa mantém-se quente por muito tempo.

7. Desligue o ferro um pouco antes de acabar de passar a roupa - ele vai se manter quente durante o tempo necessário para acabar a tarefa.

8. Seja econômico: poupe papel, usando o outro lado para tomar notas ou fazer rascunhos; os pratos e copos de papel são ótimos para piqueniques.

9. Em vez de reciclar, tente preciclar (evitar o consumo de materiais nocivos e o desperdício).

10. Um terço do consumo de papel destina-se a embalagens. E alguns têm um período de uso inferior a 30 segundos. Contribua para a redução do consumo dos recursos naturais.

11. Regule o seu carro e poupará combustível. Use gasolina sem chumbo.

12. Sempre que possível, reduza o uso do carro. Para pequenas distâncias, vá a pé. Partilhe o carro com outras pessoas. Sempre que puder opte pelos transportes coletivos.

13. Prefira lâmpadas fluorescentes compactas para as salas cujo índice de ocupação é maior - são mais eficazes se estiverem acesas durante algumas horas. Embora mais caras, duram mais e gastam um quarto da energia consumida pelas lâmpadas incandescentes. Você vai evitar que meia tonelada de dióxido de carbono seja expelida para a atmosfera.

14. Os transportes públicos consomem 1/13 da energia necessária para transportar o mesmo número de passageiros por carro. Implemente uma política de transportes para os empregados.

15. As fotocopiadoras e as impressoras a laser utilizam cassetes de toner de plástico, que freqüentemente têm de ser substituídas. Contate uma empresa que recicle esse plástico ou que o use novamente.

16. Um estudo desenvolvido pela NASA mostra que as plantas conseguem remover 87% dos elementos tóxicos do ambiente de uma casa no espaço de 24 horas. Distribua plantas profusamente por todas as instalações. Recomenda-se, pelo menos, uma planta de 1,2 a 1,5 metros por cerca de 10 metros quadrados. Escolha espécies de plantas que se dêem bem com pouca luz natural.

17. Instale lâmpadas fluorescentes. Substituir-se uma lâmpada tradicional por uma fluorescente evita o consumo de energia equivalente a cerca de um barril de petróleo ou 317 quilogramas de carvão, que produziria 1 tonelada de dióxido de carbono (o maior gás de estufa) e 6 quilogramas de dióxido de enxofre, que contribui para a chuva ácida. As lâmpadas fluorescentes, além disso, duram em média, 13 vezes mais do que uma lâmpada incandescente. São bons motivos para escolher.

18. Desligue as luzes e os equipamentos (computadores fotocopiadoras, etc.) quando sair do escritório. Está provado que, se durante um ano desligarem-se dez computadores pessoais, à noite e durante os fins-de-semana, vai se poupar em energia o equivalente ao preço do computador. Instale sensores de presença que desliguem as luzes sempre que a sala fique vazia.

19. Antes de decidir comprar equipamentos para o escritório, saiba que as impressoras a jato de tinta usam 99% menos energia que as impressoras a laser, durante a impressão, e 87% menos quando inativas; os computadores portáteis consomem 1% da energia de um computador de escritório. Se for possível, opte por esses equipamentos.

20. Calcula-se que um em cada quatro documentos enviados por FAX são posteriormente fotocopiados porque o original tende a perder visibilidade. Desta forma gasta-se não só o papel de FAX (normalmente não reciclável porque é revestido com produtos químicos que são aquecidos para a impressão) mas também o de fotocópia. Compre um aparelho de fax que use papel normal. Funcionam como fotocopiadoras ou impressoras em papel vulgar.

21. Roupas usadas podem ser dadas a outras pessoas ou a bazares de caridade.

22. Brinquedos velhos, livros e jogos que você não quer mais podem ser aproveitados por outros; portanto, não os jogue fora.

23. Descubra se há locais apropriados para o recolhimento de papel velho. Normalmente, esses locais são organizados pelas autoridades locais ou instituições de caridade.



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Reduzir, Reutilizar e Reciclar são as palavras da hora.

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