terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tempestade solar

A mais intensa tempestade solar, desde 2005, está fazendo com que grande quantidade de partículas carregadas de carga elétrica chegue a Terra esta semana. A NOAA – Agência Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA e a Nasa alertam para possíveis danos a aparelhos eletrônicos, dificultando a comunicação em voos realizados próximos aos polos terrestres, e interferência em satélites que orbitam o planeta. Essas tempestades são classificadas em três níveis, que vão do mais fraco, classe C, moderado, classe M, ao mais forte, classe X. O fenômeno atual está no limite das mais intensas com classificação M8.7.

A cientista Thaisa Storchi Bergmann, Chefe do Grupo de Pesquisa em Astrofísica da UFRGS explica que o evento é parte do ciclo de 11 anos do Sol. A quantidade de radiação e de partículas no vento solar varia menos de 0.1%, mesmo assim isso é perceptível. “Estamos na época do máximo solar, portanto, vários flares e tempestades solares estão ocorrendo, o que acarreta um aumento no vento solar, que são as partículas que vem da estrela e que são responsáveis por eventuais danos a aparelhos e satélites e também pelas auroras polares”, explica a pesquisadora.

Outra mudança decorrente do aumento de atividade solar, informa o site do Departamento de Física da UFRGS, é o aumento da quantidade de manchas na superfície do astro. Durante o ciclo de 11 anos, o número de manchas varia entre máximos e mínimos, constatação feita em 1843 pelo astrônomo amador alemão Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875). “Ocorre um máximo solar a cada ciclo, no entanto esse máximo dura bastante, ou seja, não é só num dia de tempestade, mas sim vários dias, meses, e até mesmo anos”, explica Thaisa.

Até o momento, não foram constatados maiores problemas com sistemas de comunicação eletrônicos ou satélites, mas por precaução rotas de voos próximas ao Pólo Norte foram alteradas.

O fenômeno gerou uma memorável aurora boreal, registrada em Tromso, Noruega, pelo NIPR – Instituto Nacional de Pesquisa Polar. Desde domingo, a aurora tem sido um show no céu das mais altas latitudes do planeta, resultado do encontro dessas partículas carregadas com o campo magnético e a atmosfera terrestre, que as defletem e absorvem. Veja imagens da câmera do NIPR.

FORUM MUNDIAL TEMÁTICO

Com o tema “Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental”, o Fórum Social Temático (FST) terminou ontem (29/01) em clima de pessimismo acerca dos rumos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e questionamentos a respeito do próprio modelo do Fórum, que sofreu esvaziamento devido a problemas de organização.

O Fórum funcionou como uma prévia da “Cúpula dos Povos”, espaço de debate da sociedade civil organizada, que acontecerá paralelamente à Conferência Rio+20. Entretanto, acabou não ocorrendo o esperado encaminhamento de propostas para a Conferência. A votação sobre elas deveria ter sido ontem, último dia do Fórum, mas não ocorreu.

"Não sei como vão transformar essas ideias em ação. Acaba sendo mais uma troca de informações do que outra coisa", comentou a secretária geral da WWF, Maria Cecília Wey, ao jornal Valor Econômico.

Para o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Nilo D’Ávila, a estrutura do Fórum Social é assim mesmo, não deliberativa: “O Fórum Social não é um momento de definições, é mais um momento de debates. Não ter uma definição não me causa estranheza. Até porque a dinâmica não permite isso.”

No debate em participaram representantes das ONGs SOS Mata Atlântica e Greenpeace, e dos movimentos sociais, MST e CCBB, nenhuma proposta ficou registrada para ser levada à Rio+20.

O que ficou decidido pelo Fórum foi a rejeição de como a Conferência está sendo conduzida pela ONU e o governo brasileiro. “A decisão foi construir um debate paralelo à Cúpula dos Povos. Porém, mais importante do que proposta e papéis são os lideres que assinam embaixo. O governo brasileiro e a ONU precisam fazer com que os líderes mundiais venham a Conferência e até agora não há a confirmação de que eles virão”, disse D’Ávila em entrevista a ((o))eco por telefone nesta segunda-feira.

Rascunho Zero

Outra pauta que dominou os debates foram as críticas ao documento chamado Rascunho Zero da Rio+20, considerada sem foco, repleto de lacunas e sem metas objetivas, que façam com que o acordo que surgirá da Conferência seja eficaz e vá além de simples declarações.

A ex-senadora Marina Silva disse que "o documento apresentado como rascunho tem sérias assepsias. O problema continua grave, o diagnóstico é gravíssimo, porque baixar as expectativas (sobre os resultados do evento)?", criticou em seu discurso no debate A Rio 20 e a construção de Cidades Sustentáveis, na tarde de quarta-feira, dia 25/01. Estavam presentes na mesa Oded Grajew, um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, além dos teólogos Leonardo Boff e Frei Betto.

Em artigo publicado na sexta-feira (27/01) na Folha, Marina Silva voltou ao tema: “Nos debates, é possível identificar uma forte preocupação, provocada especialmente pelo texto-base da Rio+20, divulgado pela ONU neste mês. (...) Há um entendimento de que ele é insuficiente. Genérico, não faz uma crítica ao modelo de desenvolvimento atual e dos padrões de produção e consumo. (...) Tudo parece apontar para aquele conhecido roteiro: decepção e paralisia dos governos, enquanto a crise socioambiental só se agrava -foi assim na COP 15, 16, 17...”, escreveu.

Presidente Dilma acena com vetos ao Código Florestal

A presidente Dilma Rousseff, em reunião com 80 representantes da sociedade civil, garantiu que vetará propostas que aumentem o desmatamento, como havia prometido no segundo turno da campanha presidencial de 2010.

Sobre a reforma do Código Florestal, que será votado em março na Câmara, a presidente disse que “não será o texto dos sonhos dos ruralistas”.

Para Mauri Cruz, um dos organizadores do fórum, o aceno para o veto da presidente é uma boa notícia: "Isso não significa que o código vai ser perfeito, mas sinaliza que ela não vai sancionar do jeito que está", disse. Na Reunião com Dilma, os ativistas cobraram o veto, argumentando que o Brasil, país sede da Rio+20, não pode retroceder na legislação ambiental.



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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

2011 foi o 9º ano mais quente da história
Gustavo Faleiros
23 de Janeiro de 2012

Legenda: Temperaturas Globais 1880-2011. Cores azuis representam as temperaturas abaixo da linha de base e cores vermelhas, acima do ponto de referência. Fontes de Dado: NASA Goddard Institute for Space Studies. Visualization credit: NASA Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio

A Instituto Goddard da NASA acaba de disponibilizar uma animação com as informações de variações de temperaturas ao redor do globo. Os registros iniciam-se em 1880 e chegam até 2011. O ano que passou foi o 9º mais quente na série histórica apresentada. O Instituto Goddard interpreta estes resultados como uma clara tendência de aquecimento da atmosfera do planeta em função de emissões de gases de efeito estufa por atividades humanas.

Na animação, é possível ver um aumento das regiões em vermelho após a década de 70, contribuindo para a tese de que o aquecimento global causado pelas emissões da industrialização passou a ocorrer na segunda metade do século XX e tem se agravado desde o início dos anos 2000. Treze dos anos mais quentes da história ocorreram nos últimos 15 anos.

"Nós sabemos que o planeta está absorvendo mais energia do que emitindo", disse o diretor do Intituto Goddard, o físico James Hansen, considerado um dos primeiros cientistas a alertarem sobre o risco do aquecimento global. Ele ficou famoso por seu pronunciamento no Congresso Americano em 1988, o que teria levado à criação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. Em comunicado distribuído a imprensa, Hansen notou que, mesmo com a ocorrência do fenômeno La Ninã em 2011, o ano entrou para os dez mais quentes da história. O La Ninã contribui para o esfriamento das temperaturas do globo.
O gráfico abaixo, também fornecido pelo Instituto Goddard, mostra a tendência de aceleração no aumento da temperatura global. Na comparação com 1880, a média da temperatura do planeta elevou-se 0,51ºC.
Download de dados
As séries históricas e imagens para cada ano podem ser encontrados no site do Instituto Goddard - http://data.giss.nasa.gov/

Download de dados
As séries históricas e imagens para cada ano podem ser encontrados no site do Instituto Goddard - http://data.giss.nasa.gov/

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Lindo poema

Um trechinho de um poema lindo de Walt Whitman:
"Creio que eu poderia me transformar e viver entre os animais,
eles são tão tranqüilos e comedidos que os observo longamente.
Eles não se preocupam ou se queixam de sua condição,
Eles não ficam deitados acordados no escuro e nem choram por seus pecados,
Eles não me aborrecem discutindo seus deveres para com Deus,
Nem um só deles está insatisfeito,
nem um só deles está doente com a loucura de possuir coisas,
Nem um só deles ajoelha-se perante os outros,
nem a sua espécie que viveu há milhares de anos,
Nem um só deles é respeitável ou atarefado em todo o mundo.”

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

COMETA

Cometa poderá ser visto até a 1ª semana de janeiro

Desde a metade de dezembro, o cometa recém-descoberto C/2011 W3, conhecido como Lovejoy, tem chamado a atenção de astrônomos por ter sobrevivido à passagem rasante pelo Sol no último dia 16. E sua sobrevivência significa um espetáculo a mais na virada do ano. Astrônomos estão registrando o Lovejoy há vários dias e na passagem para 2012 ele deverá aparecer também (embora os fogos de artifício possam comprometer sua visibilidade). O cometa ‘viaja’ rumo ao polo sul celeste até a primeira semana de janeiro.
De acordo com informações do Planetário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o fato do cometa Lovejoy não ter se extinguido durante a passagem pelo Sol – o cometa passou a meros 140 mil km da superfície solar – é surpreendente: quando ocorrem fatos como este, o núcleo do cometa, constituído de gelo e poeira, se vaporiza, terminando com o astro.
Depois da façanha, Lovejoy pode ser obeservado a partir do hemisfério sul, ao amanhecer. O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) afirma que o cometa apresenta uma cauda brilhante de milhões de quilômetros de comprimento, composto de partículas de poeira que estão sendo sopradas pelo vento solar.
Ainda não é possível dizer até quando o brilho deste cometa se manterá, já que a tendência apontada pelos cientistas é de que após o Natal sua magnitude fosse reduzida rapidamente. Contudo, com binóculos ou telescópios pode-se ainda ver o astro brilhante. Especialistas recomendam aos observadores interessados em ver o Lovejoy que procurem locais escuros – de preferência longe dos grandes centros urbanos – e fixem o olhar na direção do do nascer do sol.
O cometa – O Lovejoy gira em torno do Sol, mas seu período orbital é extremamente longo. Considerado um achado recente – foi descoberto pelo astrônomo amador Terry Lovejoy no dia 27 de novembro -, ele faz parte do grupo de cometas Kreutz (os cometas rasantes que possuem órbitas que os colocam extremamente perto do Sol).
Segundo as previsões astronômicas, ele continuará sua órbita em torno do Sol e mais uma vez deverá desaparecer no Sistema Solar distante. Se ele realmente continuar existindo, a estimativa é de que volte a aparecer nos nossos céus dentro de 314 anos.
Caça aos cometas – No mês de dezembro também a Nasa – agência espacial americana – informou que trabalha na criação de um arpão capaz de atingir cometas para retirar amostras que deem indícios sobre a criação do universo. O projeto é baseado em um conceito desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA), ao qual a Nasa agregou uma câmara capaz de recolher amostras dos cometas.
Concretamente, o projeto consiste em uma máquina espacial que viaja em busca de um cometa “e que lança um arpão para retirar amostras em locais determinados, com uma precisão cirúrgica”, revelou a Nasa em seu comunicado. (Fonte: Portal Terra)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O ECO

Suçuarana fotografada em Santa Catarina
((o))eco
22 de Novembro de 2011
No último dia 04 de novembro, a equipe da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Rio das Furnas, no município de Alfredo Wagner, bacia do rio Itajaí, em Santa Catarina, tomou um susto dos bons ao ver que uma fêmea de suçuarana (Puma concolor) havia sido registrada em uma das armadilhas fotográficas instaladas na frondosa Mata Atlântica. Não muito tempo atrás, em agosto, a mesma armadilha havia captado movimentos de um jaguarundi ou gato mourisco (Puma yagouaroundi). O gestor da unidade, Renato Rizzaro, comenta: "A responsabilidade aumenta a cada surpresa da nossa armadilha fotográfica". Criada em 2002, a Rio das Furnas é a primeira RPPN na região e possui 10 hectares. "A reserva está ficando pequena para nós", brinca Rizzaro.