quarta-feira, 28 de março de 2012

HORA DO PLANETA

Pelo quarto ano consecutivo, o WWF-Brasil convoca a população brasileira a participar do movimento mundial Hora do Planeta, que levou 1 bilhão de pessoas a apagarem as luzes em todo o mundo, em 2011. A mobilização tem como objetivo a reflexão sobre o aquecimento global e os problemas ambientais que a humanidade enfrenta.

O Rio de Janeiro será, mais uma vez, a cidade-âncora da campanha brasileira e ícones da paisagem carioca serão apagados, como o Cristo Redentor, a Igreja da Penha, o Monumento dos Pracinhas, a orla de Copacabana e o Arpoador.

PARTICIPE: no dia 31 de março, apague suas luzes por 60 minutos, a partir das 20:30hs (horário local).

Participe

http://www.ligadasflorestas.org.br/
Faça seu cadastro e participe da
LIGA DAS FLORESTAS.

quinta-feira, 22 de março de 2012

ÁGUA

Água para comer

Dependemos dela não apenas para matar a sede, mas também para produzir nossos alimentos. E o desafio é desenvolver práticas de irrigação que economizem água e aumentem a produtividade

Como é seu café da manhã? Digamos que seja um copo de suco de laranja, uma xícara de café com leite e uma fatia de pão com manteiga. Ainda que existam pequenas variações desse cardápio básico, você consumiu, apenas nessa pequena refeição do início do dia, aproximadamente 400 litros de água – e, ao longo do dia, você consumirá, pela alimentação, muito mais água para comer do que para matar a sede ou exercer seus hábitos de higiene. Segundo estudos realizados pela ONU, cada ser humano gasta de 20 a 50 litros de água por dia para consumo direto (beber, tomar banho, cozinhar) e, no mesmo período, consome de 2 mil a 5 mil litros indiretamente na sua alimentação.
Esses dados refletem a necessidade, cada vez maior, da utilização da água para produzir alimentos por meio da irrigação – uma técnica incorporada à agricultura que tem sido uma das principais responsáveis pelo aumento da produtividade de alimentos desde tempos remotos. Não parece haver dúvidas quanto ao fato de que assírios, caldeus e babilônios já utilizavam a irrigação em 4500 a.C. A primeira grande obra dessa natureza, porém, é atribuída ao faraó Ramsés 3º, que, por volta de 1190 a.C., ordenou a construção de diques, represas e canais para melhorar o aproveitamento das águas do rio Nilo. Mas talvez a referência mais ilustre de irrigação seja a de Israel, que conseguiu transformar áreas desérticas em plantações extremamente produtivas a ponto de não só suprir suas necessidades, mas, também, tornar-se exportador de cereais e frutas.
Assim, a importância da irrigação é tão pronunciada que hoje dois terços do consumo de água em todo o planeta é destinado à agricultura, segundo a FAO. No Brasil, a área irrigada é muito pequena e com um grande potencial de crescimento. Segundo o Ministério da Integração Nacional (MI), dos 30 milhões de hectares que podem ser irrigados, somente 4 milhões estão em produção. São apenas 5% da área plantada no Brasil – mas que representam, ainda segundo o MI, 16% do volume de alimentos e 35% do valor de produção.
Em outras palavras, a irrigação não só permite a agricultura em áreas carentes de água como, também, é um fator fundamental para o aumento da produção, mesmo em áreas úmidas, como indica um estudo do Ministério da Agricultura (veja quadro ao lado). E aumentar a produção de alimentos é cada vez mais uma questão fundamental para o presente e, principalmente, para o futuro – tendo em vista o aumento de demanda decorrente do crescimento populacional. Segundo a ONU, com 80 milhões a mais de habitantes no planeta por ano, é preciso acrescentar mais 64 bilhões de metros cúbicos de água na agricultura no mesmo período. Em 1960, diz um estudo da FAO, um hectare era capaz de sustentar, em média global, 2,4 pessoas e, graças à irrigação, essa média subiu, em 2005, para 4,5 pessoas – e deve aumentar para 6,4 pessoas até 2050.

Aumento de produtividade
Tecnicamente, irrigar significa apenas deslocar a água de seu lugar de origem para outro. Foi o que aconteceu, por exemplo, nos anos 80, com os canais de irrigação construídos para desviar parte das águas do rio São Francisco para as redondezas de Petrolina, o que permitiu à cidade o título de maior exportador de frutas do Brasil.
Segundo estimativa da FAO, em 2030 dois terços de todos os cereais colhidos no planeta serão oriundos da agricultura irrigada e a maior preocupação dessa instituição é garantir “mais produção com menores quantidades de água nessas áreas”. Afinal, o problema não é exatamente a escassez da água, mas, sim, sua disponibilidade onde ela é necessária. “A irrigação não consome a água”, diz Abílio Antunes, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) da área de irrigação. “A água que se perde no transporte permanece no ciclo hidrológico e volta ao ambiente.” A questão envolve, isto sim, a demanda concentrada em determinadas regiões que pode eventualmente provocar escassez de água. Por esse motivo, as ações para economia de água começam a se multiplicar para permitir seu uso mais racional, otimizado e amplo.
“É possível diminuir a quantidade de água captada pela agricultura irrigada sem diminuir a produção. Os agricultores, de modo geral, tendem a irrigar acima do necessário para obter um máximo físico da produção”, diz Eugênio Ferreira Coelho, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Segundo ele, se o agricultor procurasse o “máximo econômico” – ainda que a sua produção fosse menor – ele poderia economizar até 15% da água utilizada.
A verdade é que a busca de soluções a respeito das formas de irrigação, tendo em vista maior produtividade e melhor uso da água, é uma preocupação histórica. A invenção da técnica de irrigação com aspersor de impacto, feita 1933 por Orton Englehart, que cultivava laranjas no sul da Califórnia, foi comparada, na época, ao invento da lâmpada e do telefone – e, de fato, revolucionou a produção de alimentos, oferecendo a primeira alternativa prática de irrigação por superfície, com o desenvolvimento dessa técnica de irrigação por simulação de chuva.
Hoje, muitos produtores já estão preocupados com esse assunto e procuram encontrar soluções não só mais produtivas como também que representem economia consistente de água. Um exemplo vem do Rio Grande do Sul. Os 18.500 produtores de arroz do estado são responsáveis por cerca de 60% da produção brasileira. Graças às extensas áreas de planícies e à abundância de água, o sistema que predomina na região é o de cultivo com irrigação controlada, que tem nível de produtividade muito alto e é o mais utilizado no mundo.
O arroz irrigado é uma das culturas que mais demanda água e tem sido alvo constante de práticas para melhorar esse aspecto. Os esforços dos rizicultores gaúchos têm dado resultado. Em 1960, a produção de 1 quilo de arroz utilizava 5,7 mil litros de água, hoje muitos produtores já alcançaram a marca de mil litros de água para cada quilo de arroz, utilizando-se de novas práticas e tecnologias.

Experiências de sucesso
No cultivo de arroz pré-germinado, era comum que os produtores drenassem a água da lavoura após o preparo do solo para fazer a semeadura. Pesquisas mostraram que a prática pode causar o empobrecimento do solo, o assoreamento e a contaminação dos mananciais, além de perdas de 15% a 20% do volume de água utilizado em todo o ciclo da cultura. O Instituto Riograndense de Arroz (Irga) passou então a incentivar a não drenagem das plantações, com a manutenção da lâmina de água. Além dos benefícios ambientais, a prática também reduz o consumo de energia elétrica, o uso de defensivos agrícolas e a necessidade de mão de obra, ou seja, diminui o custo de produção. O projeto, denominado Tecnologias Mais Limpas, foi criado pelo Irga para que os rizicultores adotassem práticas ambientalmente mais corretas e, assim, se habilitassem a receber o selo ambiental. A iniciativa faz parte do programa Arroz RS, que tem por objetivo aumentar a produtividade média no estado – atualmente, de 7.300 quilos por hectare –, reduzindo o consumo de água, os custos de produção e o impacto ambiental da rizicultura, além de melhorar a qualidade do produto.
Visitamos a Fazenda Ranchinho, localizada no município de Mostardas (RS), que recebeu o selo ambiental em 2010. O sistema de drenagem foi redesenhado e desemboca ao lado das bombas que abastecem o sistema de irrigação com água da Lagoa dos Patos. João Nascimento da Rosa, gerente operacional da propriedade, explica: “Não é interesse do produtor perder a água cheia de nutrientes. Nosso sistema foi feito para bombear de volta para a plantação a água que escapa das quadras”. A mudança representou uma economia de 15% de água utilizada na plantação de 1.227 hectares, que produziu 7.800 quilos de arroz por hectare em 2009.
A principal medida para a economia de água na rizicultura irrigada é a sistematização da plantação, que substitui a tradicional plantação em curvas de nível. O sistema consiste na divisão da área em quadros com a medida-padrão de 1,74 hectare – também chamados de canchas – que são aplainados. A nivelação do solo facilita a manutenção de uma lâmina de água baixa e evita perdas. Marcos Solon Borges, rizicultor da região de Mostardas, confirma: “Depois que sistematizei a lavoura, a economia de água foi de pelo menos 30%”.
Há ainda muito a se fazer nesse sentido. A pesquisadora Regina Célia de Matos Pires, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, afirma que “a escolha do melhor método e do momento certo para a irrigação pode representar uma economia de até 30% de água”.
Há vários métodos de irrigação. Na irrigação por superfície, usado na rizicultura, a distribuição da água se dá por gravidade por meio de canais e sulcos cavados no solo. Na irrigação por aspersão, jatos de água são lançados ao ar e caem sobre a cultura na forma de chuva. No sistema de gotejamento, a água é transportada por mangueiras que correm rente ao solo e é aplicada de forma pontual. A grande vantagem desse último sistema, em termos de economia de água, é não molhar a folhagem ou o colmo (caule) das plantas, diminuindo a perda de água pela evaporação e pela lixiviação (quando a água escoa pela superfície levando nutrientes).
Para auxiliar os produtores, o IAC realiza estudos sobre diferentes tipos de solo e clima com dados de diversas culturas – como feijão, soja, ervilha, milho, cana de açúcar, café, tomate, batata e morango – para estabelecer os parâmetros mais adequados à irrigação de cada uma delas.
Produtores, instituições governamentais e empresas privadas estão, assim, investindo esforços para diminuir os milhares de litros de água que consumimos indiretamente dia após dia. Além das iniciativas citadas, várias pesquisas buscam encontrar formas de reduzir o consumo desse recurso, que está cada vez mais escasso nos locais onde a demanda, já grande, continua a crescer.
A Embrapa Mandioca e Fruticultura, por exemplo, tem realizado estudos sobre a técnica Irrigação Parcial de Raiz (PRD), na qual parte das raízes é irrigada e parte é submetida a secamento. Esses lados são alternados com frequência que depende dos tipos de solo e planta. As pesquisas têm mostrado resultado satisfatório, com diminuição da quantidade de água utilizada sem redução da produtividade.
Outro estudo é realizado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em parceria com a Universidade do Estado de São Paulo (USP) e busca a utilização de água de reuso, ou seja, proveniente do tratamento de esgoto, na irrigação. Essa técnica já é utilizada sem risco às populações em países como Israel, Egito, Austrália, Chile e Estados Unidos. No Brasil, ainda não há legislação sobre o assunto.
Fica evidente, assim, que a preocupação com a possível diminuição na disponibilidade de água por seu uso na agricultura é cada vez maior. Pesquisas já começam a apontar saídas criativas e experiências práticas já apresentam caminhos possíveis. Transformar essas soluções em práticas comuns é, agora, o desafio.

quarta-feira, 21 de março de 2012

FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA

Parlamentares brasileiros assinaram termo prometendo votar leis que protejam as recursos hídricos do país. Foto: Assessoria CNA

O 6º Fórum Mundial da Água terminou sábado (18/03) em Marselha, França, com o compromisso assinado por 140 países de aumentar o acesso à água potável, tratamento de esgoto e a promover o uso inteligente da água. O acordo é uma carta de intenção que não gera obrigações, ou seja, não haverá cobranças se algum país não cumprir o que prometeu.

Os resultados obtidos nesses 6 dias de evento (o fórum começou no dia 12) serão levados para a Rio+20, oficialmente conhecida como Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá em junho no Rio de Janeiro.

Na sexta-feira (16/03) parlamentares do mundo todo assinaram documento em que se recomenda que sejam incluídas na legislação de cada país mecanismos de proteção aos recursos hídricos. O Brasil foi representado por sete parlamentares: Senadores Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), Jorge Viana (PT-AC), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Sérgio Souza (PMDB-PR) e a Senadora Kátia Abreu (PSD-DF); além dos deputados Irajá Abreu (PSD-TO) e Leonardo Monteiro (PT-MG).

A delegação brasileira, presidida pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi a maior do evento, com cerca de 250 brasileiros entre empresas, parlamentares, representantes do governo e ongs. Todas as empresas administradoras de hidrelétricas estiveram presentes no fórum, como a concessionária Santo Antônio Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, e representantes das empresas Eletrobras, Furnas, Cemig, entre outras. Segundo informa da Agência Nacional das Águas, a forte presença do Brasil reforçou a posição do país sediar o 8º Fórum Mundial da Água, em 2018. O destino do 7º Fórum já está escolhido: será na Coréia do Sul, em 2015.

terça-feira, 20 de março de 2012

Código Florestal

Para o IBF a Aprovação do Novo Código Florestal Caminha para o Maior Colapso Ambiental do Planeta
Sex, 16 de Março de 2012 13:21 Thiago Solano Martins Aquino - Diretor Presidente do IBF

Segundo o pesquisador e presidente do Instituto Brasileiro de Florestas, Solano Aquino, os deputados e senadores esqueceram que as florestas representam o maior patrimônio brasileiro desde o descobrimento.

A proposta de acabar com as Áreas de Preservação Permanente (APPs) reduzindo pela metade a mata ciliar de 30 para 15 metros é uma forma de usurpar o direito das gerações futuras ao acesso aos recursos hídricos e demais recursos naturais.

O solo e clima brasileiro são os mais produtivos do mundo, mas o que está prevalecendo é a ambição e a ganância de grandes grupos agropecuários em explorar de forma insustentável e mesquinha uma faixa de terra que representará muito pouco à produtividade. É preciso que a sociedade brasileira abra os olhos, pois os parlamentares que estão conduzindo este processo deixaram de lado o interesse público para favorecer grandes grupos privados às custas do patrimônio nacional. Vale ressaltar que por uma questão social é justo que destinem menores Áreas de Preservação Permanentes para pequenos proprietários rurais em regime de economia familiar e por outro lado criar mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais para proprietários que conservam suas áreas de florestas.
Água: se é um bom negócio, não vai faltar

José Luiz Carvalho


No dia 22 de março, em comemoração ao Dia Mundial da Água, a ANA (Agência Nacional de Águas) divulgou um detalhado trabalho, Atlas Brasil, que consolida o planejamento da oferta de água em todo o País a partir do diagnóstico dos mananciais e da infraestrutura hídrica existente (sistemas de captação de água, elevatórias, adutoras e estações de tratamento) e da identificação das melhores alternativas técnicas. Segundo o Atlas, até 2025, serão necessários R$ 70 bilhões em obras de água (R$ 22,2 bilhões) e esgoto (R$ 40,8 bilhões para coleta e R$ 7 bilhões para tratamento). Nas palavras da ANAC, “As obras nos mananciais e nos sistemas de produção são fundamentais para evitar déficit no fornecimento de água nas localidades indicadas, que em 2025 vão concentrar 139 milhões de habitantes, ou seja, 72% da população”.

Infelizmente, não consegui perceber qualquer intenção da Agência em abrir a possibilidade de cooperação do setor privado em tais investimentos. Às pessoas que veem os investimentos privados com desconfiança, pode causar espécie a possibilidade de empresas privadas fornecerem água a populações. Como água é indispensável à vida, o argumento comum é que não se pode comercializar água como uma mercadoria. Alguns extremistas chegam a caracterizar o direito à água (na África do Sul é um direito garantido na Constituição). Entretanto, água é um recurso natural escasso e água potável é ainda mais escassa. Há custos para que a água potável chegue até nossas residências. Água fornecida a baixo preço implica em desperdício.

Quando você compra uma garrafa de água, ou um garrafão de 20 litros, nem sempre se dá conta de que essa água lhe é fornecida como uma mercadoria. O número de famílias, nas grandes metrópoles brasileiras, que se valem desse mercado para matar sua sede tem crescido, especialmente pela desconfiança quanto à qualidade da água que as autoridades públicas oferecem. Isso ocorre em outros países e pela mesma razão. Talvez por isso, a participação do setor privado na captação, tratamento e distribuição de água potável para populações urbanas tem crescido, especialmente nos Estados Unidos e Europa, embora existam casos na Ásia, África e América do Sul. A participação do setor privado ocorre por meio de contrato, geralmente negociado em leilão público.

Em 2001, a agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) estimou em US$ 151 bilhões os investimentos públicos em infraestrutura para abastecer de água a população por mais 20 anos. No caso de coleta e tratamento de esgoto, o investimento correspondia de US$ 331 bilhões a US$ 450 bilhões para o período 2002 a 2019. A pressão sobre o orçamento público nos três níveis permitiu mudanças na legislação que vieram a favorecer a participação do setor privado na oferta de água potável à população.

Cerca de 45% dos usuários Americanos são servidos por empresas públicas, 14,7% por empresas privadas e os demais por associações de moradores e outros arranjos. As duas maiores empresas distribuidoras de água nos EUA são estrangeiras: a American Water, de propriedade da alemã RWE, serve a 18 milhões de residentes em 29 estados, com faturamento em 2005 de US$2,2 bilhões, e a United Water, de propriedade da francesa Suez, serve a 2 milhões de residentes em 8 estados, com um faturamento naquele mesmo ano de US$ 495 milhões.

As empresas europeias e americanas relutam em investir nos países em desenvolvimento pela instabilidade das instituições. Essa foi no passado a atitude da banca internacional. Se melhorarmos nosso arranjo institucional, poderemos atrair investidores privados nacionais e estrangeiros e assim obter melhores serviços de distribuição de água e tratamento de esgoto.



*José Luiz Carvalho é professor de economia e doutorado pela universidade de Chicago. Ele também é vice-presidente do Instituto Liberal.

sábado, 17 de março de 2012

RECICLAGEM

É um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).


Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras, sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco).



Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores "comem" material sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada de novo. Esse é o chamado material biodegradável. Quando um animal morre, ele é reciclado pela natureza. Quando um material é dividido em pequenas peças, as bactérias e fungos, os mais importantes decompositores, já podem trabalhar.


A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás carbônico, vapor de água e os sais minerais, substâncias indispensáveis ao crescimento de todos os vegetais, o qual gera o húmus, ótimo
adubo para o solo.


No processo anaeróbio, são gerados os gases (metano e sulfídrico), que causam um odor desagradável; a decomposição anaeróbia produz um líquido escuro denominado chorume (líquido com grande quantidade de poluentes) encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume é o principal causador da contaminação dos rios e do lençol freático.


A reciclagem traz os seguintes benefícios:


* Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
* Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
* Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
* Melhora a produção de compostos orgânicos.
* Gera empregos para a população não qualificada.
* Gera receita com a comercialização dos recicláveis.
* Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
* Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.

No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras tivessem apoio financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de reciclagem, pois assim estariam contribuindo na geração de empregos, na diminuição de lixo e na produção de produtos de melhor qualidade com tecnologia "limpa".

A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima redução da quantidade de resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não podem ser evitados, deverão ser reciclados por reutilização ou recuperação, de tal modo que seja o mínimo possível o que tenha como destino final os aterros sanitários.


A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.





Dicas de Reciclagem

1. Recicle o vidro. Calcula-se que a reciclagem de 1 tonelada de vidro poupa 65% da energia necessária à produção da mesma quantidade. Aproveite as embalagens de vidro para conservar alimento no frigorífico, na geladeira ou no freezer.

2. Uma só pilha contamina o solo durante 50 anos. As pilhas incorporam metais pesados tóxicos.

3. Prefira eletrodomésticos recentes e de qualidade, pois gastam menos energia.

4. Regue as plantas de manhã cedo ou ao cair da noite. Quando o sol está alto e forte, grande parte da água perde-se por evaporação.

5. Uma torneira a pingar significa 190 litros de água por dia que vão pelo cano abaixo.

6. Desligue o fogão elétrico, antes de terminado o cozimento, a placa mantém-se quente por muito tempo.

7. Desligue o ferro um pouco antes de acabar de passar a roupa - ele vai se manter quente durante o tempo necessário para acabar a tarefa.

8. Seja econômico: poupe papel, usando o outro lado para tomar notas ou fazer rascunhos; os pratos e copos de papel são ótimos para piqueniques.

9. Em vez de reciclar, tente preciclar (evitar o consumo de materiais nocivos e o desperdício).

10. Um terço do consumo de papel destina-se a embalagens. E alguns têm um período de uso inferior a 30 segundos. Contribua para a redução do consumo dos recursos naturais.

11. Regule o seu carro e poupará combustível. Use gasolina sem chumbo.

12. Sempre que possível, reduza o uso do carro. Para pequenas distâncias, vá a pé. Partilhe o carro com outras pessoas. Sempre que puder opte pelos transportes coletivos.

13. Prefira lâmpadas fluorescentes compactas para as salas cujo índice de ocupação é maior - são mais eficazes se estiverem acesas durante algumas horas. Embora mais caras, duram mais e gastam um quarto da energia consumida pelas lâmpadas incandescentes. Você vai evitar que meia tonelada de dióxido de carbono seja expelida para a atmosfera.

14. Os transportes públicos consomem 1/13 da energia necessária para transportar o mesmo número de passageiros por carro. Implemente uma política de transportes para os empregados.

15. As fotocopiadoras e as impressoras a laser utilizam cassetes de toner de plástico, que freqüentemente têm de ser substituídas. Contate uma empresa que recicle esse plástico ou que o use novamente.

16. Um estudo desenvolvido pela NASA mostra que as plantas conseguem remover 87% dos elementos tóxicos do ambiente de uma casa no espaço de 24 horas. Distribua plantas profusamente por todas as instalações. Recomenda-se, pelo menos, uma planta de 1,2 a 1,5 metros por cerca de 10 metros quadrados. Escolha espécies de plantas que se dêem bem com pouca luz natural.

17. Instale lâmpadas fluorescentes. Substituir-se uma lâmpada tradicional por uma fluorescente evita o consumo de energia equivalente a cerca de um barril de petróleo ou 317 quilogramas de carvão, que produziria 1 tonelada de dióxido de carbono (o maior gás de estufa) e 6 quilogramas de dióxido de enxofre, que contribui para a chuva ácida. As lâmpadas fluorescentes, além disso, duram em média, 13 vezes mais do que uma lâmpada incandescente. São bons motivos para escolher.

18. Desligue as luzes e os equipamentos (computadores fotocopiadoras, etc.) quando sair do escritório. Está provado que, se durante um ano desligarem-se dez computadores pessoais, à noite e durante os fins-de-semana, vai se poupar em energia o equivalente ao preço do computador. Instale sensores de presença que desliguem as luzes sempre que a sala fique vazia.

19. Antes de decidir comprar equipamentos para o escritório, saiba que as impressoras a jato de tinta usam 99% menos energia que as impressoras a laser, durante a impressão, e 87% menos quando inativas; os computadores portáteis consomem 1% da energia de um computador de escritório. Se for possível, opte por esses equipamentos.

20. Calcula-se que um em cada quatro documentos enviados por FAX são posteriormente fotocopiados porque o original tende a perder visibilidade. Desta forma gasta-se não só o papel de FAX (normalmente não reciclável porque é revestido com produtos químicos que são aquecidos para a impressão) mas também o de fotocópia. Compre um aparelho de fax que use papel normal. Funcionam como fotocopiadoras ou impressoras em papel vulgar.

21. Roupas usadas podem ser dadas a outras pessoas ou a bazares de caridade.

22. Brinquedos velhos, livros e jogos que você não quer mais podem ser aproveitados por outros; portanto, não os jogue fora.

23. Descubra se há locais apropriados para o recolhimento de papel velho. Normalmente, esses locais são organizados pelas autoridades locais ou instituições de caridade.



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Reduzir, Reutilizar e Reciclar são as palavras da hora.

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terça-feira, 13 de março de 2012

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

ONU pede mudanças para evitar escassez de água no mundo
A demanda pelos suprimentos de água no mundo é tão intensa que será necessária uma mudança radical na forma como ela é usada para evitar a escassez, diz um estudo elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira (12). A 4ª edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, intitulado Gerenciando a Água sob Incerteza e Risco, foi lançado durante o 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.

De acordo com a pesquisa, aumentou a demanda por água para irrigação de cultivos de alimentos, para produção de energia elétrica e para fins sanitários. O documento ressalta ainda que as mudanças climáticas estão reduzindo os suprimentos ao alterar os padrões de chuvas, provocando secas mais prolongadas e o derretimento de geleiras.

O relatório aponta ainda que a Ásia tem cerca de 60% da população mundial, mas conta com apenas um terço da água potável da Terra. O Brasil produz aproximadamente 12% da água doce superficial do planeta e, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o país dispõe de 18% de toda água doce superficial da Terra.

Principais mudanças
No relatório, são descritas as principais mudanças, incertezas e ameaças que ocorrem no mundo e suas ligações com os recursos hídricos. A publicação também indica as tendências relacionadas ao abastecimento de água, ao uso, à gestão e aos financiamentos.

De acordo com Programa Mundial para o Desenvolvimento da Água, vinculado às Nações Unidas, o objetivo do estudo é buscar alternativas para que todos se envolvam na busca pela melhoria da qualidade e aceitação das decisões sobre o tema.

Fonte: Agência Brasil