A E.M.E.F.Dona Margarida participa do concurso de cartas, juntamente com vários outros países
Arroio Grande, 22 de março de 2011
Prezados amigos,
Neste ano de 2011 estamos comemorando o Ano Internacional das Florestas, e eu “O Pau- Brasil, como sou uma das árvores nativas mais comentadas, até porque foi de mim que se originou o nome do nosso país, portanto tenho um grande referencial em nossa história e me sinto à vontade para falar em nome das outras espécies de árvores sobre a importância de se proteger as florestas.
Amigos, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servem de abrigo para pessoas de todo o mundo e, ainda, garantem, de forma direta, a sobrevivência de bilhões de seres humanos e um grande percentual da biodiversidade terrestre.
Em pé, as florestas são capazes de movimentar bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo.
A minha carta traz o reconhecimento da louvável atitude que a Organização das Nações Unidas teve ao declarar 2011, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas. Realmente é preciso sensibilizar a sociedade para a importância da preservação das florestas para a garantia da vida no planeta.
Não sei ler, mas aprendo muito observando tudo o que acontece ao meu redor. Confiem em mim, na minha experiência de vida, na minha vasta trajetória histórica... Precisamos mais do que nunca de ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta.
A exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta e me arrisco a citar alguns como: a perda da biodiversidade; o agravamento das mudanças climáticas;
o incentivo a atividades econômicas ilegais, como a caça de animais;
e a ameaça à própria vida humana.
Minha preocupação é que já fui, no período da colonização o principal sustentáculo da economia do país, sendo exportada para a Europa para se extrair uma tinta vermelha usada para colorir roupas (na época era muito raro encontrar formas de se obterem roupas com cores diferentes). Mas sofri na pele a extração predatória e devido a isso hoje, sou uma árvore em extinção no meu habitat natural.
Atualmente é muito difícil encontrarem - me em estado natural, a não ser em parques de preservação. Em compensação, estou sendo muito utilizada em arborização urbana. Para quem não me conhece ...tenho tronco, galhos e até fruto mas só produzo flor e fruto quando plantada em grupos.
Muitas vezes encontramos um e até três exemplares juntos que não frutificam. Por isso minha preocupação com as florestas.
Em conjunto com outras associações vegetais, a floresta encerra uma grande biodiversidade e garante o necessário equilíbrio ecológico. Por isso, ela é cada vez mais reconhecida como um espaço de importância fundamental para a manutenção dos valores naturais e para a melhoria da qualidade de vida das populações.
Meu Deus... eu preciso que me escutem! A preservação das florestas é algo muito importante. Além da indispensável função fotossintética, as florestas desempenham papéis extremamente relevantes, quer a nível ecológico, quer econômico e mesmo social.
Entre inúmeras funções, elas: São fonte de bens como madeiras, combustíveis, alimentos e matérias-primas (ex. resina, celulose, cortiça, frutos, bagas); Têm funções de proteção do solo contra e erosão, de controlo do ciclo e da qualidade da água; Concentram a maior parte da biodiversidade terrestre, nomeadamente, de espécies vegetais e animais; Têm um elevado valor paisagístico e recreativo.
Embora o homem tenha surgido na terra há mais de um milhão de anos, sua interferência negativa sobre a natureza é um fenômeno recente, que se deu início com a Revolução Industrial do século XVIII e a significativa demanda por energia (na época lenha e carvão) aliado ao processo de urbanização acelerada.
Durante muito tempo a humanidade acreditava no poder de regeneração e adaptação da natureza, não adotando qualquer medida de preservação e recuperação.
O poder de uma nação ou cidade era medido pelo número de chaminés que existiam, onde considerava-se que apenas lançando os gases tóxicos a uma determinada altura o meio ambiente se encarregaria de tratá-los e dispersá-los.
A partir da segunda metade do século passado a natureza começou a cobrar sua conta, com o tão comentado efeito estufa, a poluição do ar e a quase eliminação da qualidade de vida nos grandes centros urbanos.
Dessa forma, o Estado foi obrigado a intervir para tentar controlar o processo de degradação provocado pelo homem e, nessa tentativa, tem cometido alguns exageros que, em alguns casos, ferem o princípio de propriedade privada e da livre iniciativa.
A preservação das florestas é fundamental para a sustentabilidade dos recursos naturais renováveis, sendo de responsabilidade de todos, os limites de exploração de determinadas populações ou espécies, tanto animais quanto vegetais. Quando se avança além desses limites, o risco de extinção é muito grande e aqui cito o meu caso: o caso do pau-brasil.
Portanto, venho aqui para propor o desafio de conciliarmos a preservação das florestas e o direito ao uso da propriedade pela iniciativa privada, assegurando o desenvolvimento sócio-econômico e a qualidade de vida das futuras gerações.
Conto com vocês!
Atenciosamente
Caesalpinia echinata
Vulgo: “Pau-Brasil”
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