quarta-feira, 7 de maio de 2014

TATU BOLA

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Pela conservação do mascote da Copa do Mundo e de seu habitat, pesquisadores propõem desafio à Fifa e ao governo brasileiro: mil hectares de Caatinga protegidos para cada gol marcado na competição.

Recife, 25 de abril de 2014 - A seleção do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), uma espécie tipicamente brasileira, como mascote oficial da Copa do Mundo Fifa 2014 é uma grande oportunidade para engajar os parceiros do maior evento esportivo do mundo em uma agenda efetiva de conservação. Entretanto, tanto o tatu-bola quanto seu habitat principal, a Caatinga do nordeste do Brasil, estão ameaçados e precisam de proteção.

Em um artigo que acaba de ser publicado na revista científica Biotropica, pesquisadores das Universidades Federais de Pernambuco (UFPE), do Vale do São Francisco (Univasf), da Paraíba (UFPB), do ICMBio e da Universidad Autônoma do México discutem o que os organizadores da competição deveriam fazer para que o seu mascote oficial possa ser beneficiado pelo tão falado legado da Copa.

“Estamos estimulando a Fifa e o governo brasileiro a incorporarem três ações conservacionistas concretas ao legado ambiental da Copa no Brasil: 1) expandir o sistema de parques e reservas na Caatinga; 2) honrar os investimentos prometidos para os “Parques da Copa”; e 3) acelerar a publicação do plano de ação para a conservação do tatu-bola” aponta Felipe Pimentel Lopes de Melo, um dos autores e professor da UFPE.

Ameaçada pelo desmatamento, pela caça e pastoreio excessivos, grandes extensões da Caatinga vêm desaparecendo rapidamente e a expansão da sua área protegida e a melhoria de seus parques e reservas é um desejo antigo de todos que se preocupam com este ecossistema genuinamente brasileiro. “Acreditamos que ainda há tempo para um grande gol ambiental e estamos provocando a Fifa e o governo brasileiro a estabelecerem uma meta ambiciosa: para cada gol marcado na Copa do Mundo, ao menos 1.000 hectares de Caatinga devem ser protegidos como parques e reservas”, explica Enrico Bernard, também da UFPE.

Ao ajudarem a retirar o tatu-bola da lista de espécies ameaçadas e ao comprometerem-se com a proteção da Caatinga, os pesquisadores esperam que a Fifa e o Governo Brasileiro pratiquem o fair play e marquem o melhor gol da Copa no Brasil. “Proteger o que resta da Caatinga é extremamente urgente. O futebol é o esporte mais popular do mundo e esperamos que toda a atenção da mídia nacional e internacional pela Copa nos ajude a espalhar esta mensagem de conservação. Queremos que a escolha do tatu-bola não seja apenas simbólica, mas que efetivamente contribua para a conservação desta espécie tão carismática e de seu ambiente”, afirma José Alves Siqueira, professor da Univasf e um dos maiores divulgadores da riqueza biológica da Caatinga.

Os pesquisadores esperam que o desafio seja aceito pela Fifa e pelo governo brasileiro, e que Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e companhia façam o maior número de gols de uma Copa. Além de deixarem as torcidas em êxtase, seus gols contribuiriam para a conservação da biodiversidade brasileira.

Artigo: “Football and Biodiversity Conservation: FIFA and Brazil Can Still Hit a Green Goal”, Felipe P. Melo, Jose A. Siqueira, Braulio A. Santos, Orione Alvares-da-Silva, Gerardo Ceballos & Enrico Bernard. Biotropica DOI: 10.1111/btp.12114.

Acessos:http://biotropica.org/worldcuphttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/btp.12114/abstract

Contatos:Dr. Felipe Pimentel Melo – fplmelo@gmail.comDr. Enrico Bernard – enrico.bernard@ufpe.brDr. José Alves Siqueira – pcicjas@superig.com.br

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Agrotóxicos na alimentação....

A utilização indiscriminada de agrotóxicos em nosso país (o Brasil é o maior consumidor do mundo) e o incentivo de alimentos transgênicos (estamos em terceiro lugar e pioneiros em seu estudo) são verdadeiros desrespeitos à vida de nossa população, aumentando cada vez mais o número de mortes e doenças crônicas, além de provocar alterações no meio ambiente.

Pesquisas indicam o crescimento do índice de pessoas com câncer, que pode estar relacionado ao uso de agrotóxicos, basicamente através da alimentação. Conforme dados do Ministério da Saúde, a cada ano 10 mil brasileiros morrem por causas relacionadas ao uso indevido de produtos químicos.

Segundo o último censo agropecuário do IBGE no campo foram notificados mais de 25 mil casos de intoxicação de agricultores. Recentemente, a Anvisa revelou que frutas e verduras consumidas pelos brasileiros têm um índice de 81% de contaminação por aditivos químicos.

Outro dado estarrecedor é a constatação de que a quantidade excessiva de agrotóxicos e fertilizantes já é a segunda causa de contaminação da água no País. Só perde para o despejo de esgoto doméstico, o grande problema ambiental brasileiro. É preciso encontrar soluções para que tenhamos uma sociedade mais saudável, justa e equilibrada.

A Revolução Orgânica - A produção de alimentos orgânicos vem crescendo gradativamente no âmbito mundial. Na Europa e Estados Unidos existem hoje supermercados que só comercializam produtos isentos de agrotóxicos.

Estima-se um crescimento na ordem de 40% ao ano de novos adeptos dessa justa causa. Os dados comprovam a preocupação dos consumidores em levar para seus lares alimentos de maior valor nutritivo e saudáveis.

No Brasil a Agricultura Familiar Orgânica está em expansão. O Rio de Janeiro está entre os três maiores produtores, ficando atrás apenas do Paraná e de São Paulo. A maior parte de sua produção está concentrada nas Regiões Serrana e Baixada Metropolitana.

Os alimentos orgânicos são produzidos sem agrotóxicos, adubos químicos, queimadas e sementes transgênicas. O consumo destes alimentos resulta em uma redução de ingestão de resíduos de agrotóxicos que encontramos em produtos convencionais. São mais nutritivos, saborosos, restauram a biodiversidade, protegem a qualidade da água, reduzem o aquecimento global e economizam energia, além de ajudarem a manter as pequenas propriedades agrícolas, resguardando as futuras gerações.

ÁGUA NO BRASIL

Água doce e limpa: de "dádiva" à raridade*

Estudiosos prevêem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África. Mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas. Entre os países, o Brasil é privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo.
Outro foco de dificuldades é a distância entre fontes e centros consumidores. É o caso da Califórnia (EUA), que depende para abastecimento até de neve derretida no distante Colorado. E também é o caso da cidade de São Paulo, que, embora nascida na confluência de vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo as fontes próximas e tem de captar água de bacias distantes, alterando cursos de rios e a distribuição natural da água na região. Na última década, a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas quase dobrou a proporção de água sem tratamento (de 3,9% para 7,2%) e o desperdício ainda assusta: 45% de toda a água ofertada pelos sistemas públicos.
Disponibilidade e distribuição
Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica em rios do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País.
O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Além disso, mais de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semi-Árido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponível 6% do total da água.
Mesmo na área de incidência do Semi-Árido (10% do território brasileiro; quase metade dos estados do Nordeste), não existe uma região homogênea. Há diversos pontos onde a água é permanente, indicando que existem opções para solucionar problemas socioambientais atribuídos à seca.
Qualidade comprometida
A água limpa está cada vez mais rara na Zona Costeira e a água de beber cada vez mais cara. Essa situação resulta da forma como a água disponível vem sendo usada: com desperdício - que chega entre 50% e 70% nas cidades -, e sem muitos cuidados com a qualidade. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de recurso natural renovável (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água.
Nas cidades, os problemas de abastecimento estão diretamente relacionados ao crescimento da demanda, ao desperdício e à urbanização descontrolada – que atinge regiões de mananciais. Na zona rural, os recursos hídricos também são explorados de forma irregular, além de parte da vegetação protetora da bacia (mata ciliar) ser destruída para a realização de atividades como agricultura e pecuária. Não raramente, os agrotóxicos e dejetos utilizados nessas atividades também acabam por poluir a água. A baixa eficiência das empresas de abastecimento se associa ao quadro de poluição: as perdas na rede de distribuição por roubos e vazamentos atingem entre 40% e 60%, além de 64% das empresas não coletarem o esgoto gerado. O saneamento básico não é implementado de forma adequada, já que 90% dos esgotos domésticos e 70% dos afluentes industriais são jogados sem tratamento nos rios, açudes e águas litorâneas, o que tem gerado um nível de degradação nunca imaginado.
Alternativas
A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Seria necessário, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento. Apesar de não ser própria para consumo humano, poderia ser usada, entre outras atividades, nas indústrias, na lavagem de áreas públicas e nas descargas sanitárias de condomínios. Além disso, as novas construções – casas, prédios, complexos industriais – poderiam incorporar sistemas de aproveitamento da água da chuva, para os usos gerais que não o consumo humano.
Após a Rio-92, especialistas observaram que as diretrizes e propostas para a preservação da água não avançaram muito e redigiram a Carta das águas doces no Brasil. Entre os tópicos abordados, ressaltam a importância de reverter o quadro de poluição, planejar o uso de forma sustentável com base na Agenda 21 e investir na capacitação técnica em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente, além de viabilizar tecnologias apropriadas para as particularidades de cada região.
A água no mundo
A quantidade de água doce no mundo estocada em rios e lagos, pronta para o consumo, é suficiente para atender de 6 a 7 vezes o mínimo anual que cada habitante do Planeta precisa. Apesar de parecer abundante, esse recurso é escasso: representa apenas 0,3% do total de água no Planeta. O restante dos 2,5% de água doce está nos lençóis freáticos e aqüíferos, nas calotas polares, geleiras, neve permanente e outros reservatórios, como pântanos, por exemplo.
Se em termos globais a água doce é suficiente para todos, sua distribução é irregular no território. Os fluxos estão concentrados nas regiões intertropicais, que possuem 50% do escoamento das águas. Nas zonas temperadas, estão 48%, e nas zonas áridas e semi-áridas, apenas 2%. Além disso, as demandas de uso também são diferentes, sendo maiores nos países desenvolvidos.
O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas - o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso – mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.
*Os textos compilados nesta seção foram originalmente publicados no Almanaque Brasil Socioambiental, cuja primeira edição está esgotada. Uma nova edição está prevista para 2007.

domingo, 30 de março de 2014

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Dia Mundial da Água

História do Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

Fonte: http://comuniquecomomeioambiente.blogspot.com.br/2010/03/dia-mundial-da-agua-2010.html

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 

Frases sobre o Dia Mundial da Água:
- Água é vida. Vamos usar com inteligência para que ela nunca falte.
- O futuro de nosso planeta depende da forma com que usamos a água hoje.
- Todo dia é dia de água, pois ela está presente em tudo e em todos.
- O Dia Mundial da Água não é só para pensar, mas principalmente para agir: vamos usar este recurso natural com sabedoria para que ele nunca acabe.
- Sem a água não haveria vida na Terra! Pense nisso neste Dia Mundial da Água.
Você sabia?
- A Unesco estabeleceu que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água.

ÁGUA....

Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo, revela Unicef | Agência Brasil


Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, saneamento e condições de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água.
No Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a ONU-Água divulga a cada três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico.
As doenças diarreicas poderiam ser praticamente eliminadas se houvesse esse esforço, principalmente nos países em desenvolvimento, segundo o levantamento. Esse tipo de doença, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas anualmente.
No Brasil, dados divulgados pelo Ministério das Cidades e pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, mostram que, até 2010, 81% da população tinham acesso à água tratada e apenas 46% dos brasileiros contavam com coleta de esgotos. Do total de esgoto gerado no país, apenas 38% recebiam tratamento no período.
Há poucos dias, a organização da sociedade civil Trata Brasil divulgou levantamento que confirma a relação entre a falta de saneamento e acesso à agua potável e os problemas de saúde que afetam principalmente as crianças. O Ranking do Saneamento levantou a situação desse serviço nas 100 maiores cidades do país, considerando a parcela da população atendida com água tratada e coleta de esgotos, as perdas de água, investimentos, avanços na cobertura e o que é feito com o esgoto gerado pelos 77 milhões de brasileiros dessas localidades (40% da população brasileira).
O levantamento mostrou que a política em 'grande parte das maiores cidades do país avança, mesmo lentamente, nos serviços de saneamento básico, sobretudo no acesso à água potável, à coleta, ao tratamento dos esgotos e à redução das perdas de água'. Os pesquisadores destacaram, porém, que existe um número expressivo de municípios de grande porte que não avançaram nesses investimentos.
De acordo com os pesquisadores, do volume de esgoto gerado nas 100 cidades, somente 36,28% são tratados, ou seja, apenas nas cidades analisadas, quase 8 bilhões de litros de esgoto são lançados todos os dias nas águas sem nenhum tratamento. 'Isso equivale a jogar 3.200 piscinas olímpicas de esgoto por dia na natureza'.
Os órgãos das Nações Unidas apontam que, no mundo, o despejo de 90% das águas residuais em países em desenvolvimento - em banhos, cozinha ou limpeza doméstica - vão para rios, lagos e zonas costeiras e representam ameaça real à saúde e segurança alimentar no mundo.
Pelo ranking da Trata Brasil, o índice médio em população atendida com coleta de esgoto nas 100 cidades pesquisadas pela organização foi 59,1%. A média do país, registrada em 2010, era 46,2%. A boa notícia é que 34 cidades apresentaram índice de coleta de esgoto superior a 80% da população e apenas cinco municípios (Belo Horizonte, Santos, Jundiaí, Piracicaba e Franca) tinham 100% da coleta de esgoto em funcionamento.
Trinta e dois municípios se encontram na faixa de zero a 40% de coleta e 34 cidades têm entre 41% e 80% da cobertura de coleta de esgoto. 'Ou seja, na maioria dos municípios analisados ainda está distante a universalização dos serviços de coleta de esgoto', destaca o estudo.
A análise da organização não governamental destacou que vários fatores influenciam na ocorrência das diarreias, como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar, higiene inadequada e limpeza de caixas d'água. O estudo mostrou a relação direta entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de internações por diarreia. De acordo com o levantamento, em 2010, em 60 das 100 cidades pesquisadas os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias
Nas 20 melhores cidades em taxa de internação (média de 17,9 casos por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era 78%, enquanto nas dez piores cidades em internações por diarreia (média de 516 casos por 100 mil habitantes), a média da população atendida por coleta de esgotos era somente 29%.
Edição: Tereza Barbosa

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sábado, 29 de março de 2014

ATENÇÃO....É MUITO IMPORTANTE!!!!!




Pesticidas provocam pandemia de autismo, diz especialista em saúde infantil

Estudo de um dos maiores especialistas do mundo e de outros cientistas comprovam a relação entre a exposição de grávidas a essas substâncias e falhas no desenvolvimento cerebral de fetos

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Paloma Oliveto - Correio BrasilienzePublicação:14/03/2014 08:18Atualização:14/03/2014 11:50
No último dia 12, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) realizaram um protesto em Brasília que incluiu duras críticas ao uso de pesticidas no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), 0 Brasil é o maior consumidor de pesticidas agrícolas do mundo e aumenta a utilização em uma velocidade duas vezes superior à dos demais países (REUTERS/Ueslei Marcelino)
No último dia 12, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) realizaram um protesto em Brasília que incluiu duras críticas ao uso de pesticidas no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), 0 Brasil é o maior consumidor de pesticidas agrícolas do mundo e aumenta a utilização em uma velocidade duas vezes superior à dos demais países
Uma pandemia silenciosa. É como um dos maiores especialistas internacionais em saúde da criança define os casos de transtornos do neurodesenvolvimento, problemas que afetam de 10% a 15% dos nascimentos. Pediatra e diretor do Centro de Saúde Ambiental Infantil da Faculdade de Medicina Mount Sinai, em Nova York (EUA), Phillip Landrigan acredita ter identificado os maiores vilões do cérebro em formação. Em um estudo publicado na revista Lancet Neurology, o médico defende que produtos químicos, em especial os pesticidas, estão diretamente relacionados a distúrbios como autismo, deficit cognitivo, hiperatividade e dislexia.

O novo artigo é a revisão de uma pesquisa conduzida por Landrigan em 2006, na qual o pediatra juntou dados epidemiológicos do mundo todo, além de analisar resultados de testes clínicos realizados com substâncias tóxicas. Na época, foram identificados cinco resíduos industriais — chumbo, metilmercúrio, arsênico, bisfenol policlorado e tolueno —, além de 201 produtos químicos que causaram danos ao sistema nervoso de adultos expostos a eles no ambiente de trabalho, em acidentes ou devido a envenenamento intencional. “Desde então, novos dados surgiram sobre a vulnerabilidade do cérebro em desenvolvimento, além de evidências a respeito da neurotoxidade dos produtos químicos”, alerta.

'Necessitamos urgentemente de uma estratégia de prevenção global. Produtos químicos em uso precisam ser testados novamente, levando em consideração os efeitos sobre o cérebro do feto. Aqueles que jamais foram testados devem ser tachados de inseguro' - Phillip Landrigan, diretor do Centro de Saúde Ambiental Infantil da Faculdade de Medicina Mount Sinai (Mount Sinai / Divulgação)
"Necessitamos urgentemente de uma estratégia de prevenção global. Produtos químicos em uso precisam ser testados novamente, levando em consideração os efeitos sobre o cérebro do feto. Aqueles que jamais foram testados devem ser tachados de inseguro" - Phillip Landrigan, diretor do Centro de Saúde Ambiental Infantil da Faculdade de Medicina Mount Sinai
Coautor do estudo, Philippe Grandjean, professor de saúde ambiental da Faculdade de Medicina de Harvard, diz que o cérebro do feto não é protegido contra substâncias químicas em geral. “A placenta é incapaz de bloquear a passagem de uma boa quantidade de tóxicos ambientais aos quais a mãe está exposta. Mais de 200 agentes químicos estranhos ao organismo já foram detectados no sangue do cordão umbilical, sem contar que o leite materno também é uma fonte de transmissão desses agentes”, revela. Estudos in vitro, conta o médico, sugerem que as células-tronco neurais, que vão dar origem aos neurônios e a outras estruturas do órgão, são extremamente sensíveis a essas substâncias, especialmente ao metilmercúrio. “Em suma, químicos industriais conhecidos ou suspeitos de serem neurotóxicos para adultos também são riscos em potencial para o embrião”, diz.

Landrigan e de Grandjean destacam que dados de sete estudos internacionais a respeito da influência de substâncias químicas sobre o baixo desempenho em testes de QI (quociente de inteligência) indicam que não há nível seguro de exposição a algumas delas. Além disso, outras pesquisas de longa duração mostram que os atrasos no desenvolvimento associados ao efeito do chumbo sobre a formação do cérebro podem ser irreversíveis. Exposição pré-natal ou no início do nascimento ao arsênico inorgânico detectado na água foi associada a deficits cognitivos na idade escolar em outro estudo avaliado pela dupla. Os médicos também citam o caso do leite Morinaga — em 1955, crianças japonesas foram envenenadas por arsênico presente acidentalmente em lotes da bebida. Na vida adulta, elas apresentaram índices altos de doenças neurológicas.

Aumento de 600%
Segundo Phillip Landrigan, uma das grandes preocupações para os países com intensa atividade agrícola são os pesticidas usados na lavoura. “Em particular, os compostos DDT, DDE e Kepone tendem a ser persistentes e se manterem espalhados no ambiente e no corpo das pessoas. Os muito tóxicos foram banidos dos países ricos, mas em muitas nações pobres ou em desenvolvimento, eles ainda são usados”, lembra. Os estudos investigados pelo pediatra mostram uma forte associação entre a exposição materna aos pesticidas e o aumento no risco de desenvolvimento de autismo.

Clique para ampliar e saber mais sobre os perigoso dos pesticidas (Anderson Araujo / CB / DA Press)
Clique para ampliar e saber mais sobre os perigoso dos pesticidas
Essa relação foi identificada por Janie Shelton, pesquisadora de saúde pública da Universidade da Califórnia, estado americano que viu aumentar 600% a incidência do autismo nos últimos 20 anos. A pesquisadora esclarece que apenas 30% desse crescimento podem ser atribuídos à melhoria do diagnóstico. De acordo com ela, uma pesquisa feita no Vale Central da Califórnia, região com maior produção agrícola do estado, indicou que mulheres que viviam a menos de 500 metros de distância de plantações em que se usava o pesticida organoclorado tinham 7,6 mais riscos de darem à luz a bebês com o distúrbio.

A intoxicação, segundo a especialista, se dá entre o 26º e o 81º dia de gestação, fase na qual o tubo neural do feto está se fechando. Essa estrutura, mais tarde, dá origem ao cérebro e à medula espinhal. “Embora esses estudos não possam ser considerados conclusivos no sentido de estabelecerem a associação definitiva entre autismo e produtos químicos, eles levantam importantes questões relacionadas aos efeitos na saúde de um feto ainda em formação”, acredita Janie. Para Phillip Landrigan, o potencial negativo das substâncias químicas sobre o neurodesenvolvimento precisa ser encarado como problema de saúde pública mundial e discutidos internacionalmente. “Necessitamos urgentemente de uma estratégia de prevenção global. Produtos químicos em uso precisam ser testados novamente, levando em consideração os efeitos sobre o cérebro do feto. Aqueles que jamais foram testados devem ser tachados de inseguros”, defende.

Produtos causam defeitos genitais Uma análise de 100 milhões de prontuários médicos em condados americanos revelou que autismo e deficits intelectuais estão correlacionados com a incidência de malformação genital em recém-nascidos. Defeitos congênitos nos órgãos sexuais masculinos são um indicativo de exposição a fatores ambientais de risco, como pesticidas, segundo os autores do estudo, publicado na revista Plos computational biology.

Segundo Phillip Landrigan, uma das grandes preocupações para os países com intensa atividade agrícola são os pesticidas usados na lavoura - em particular, os compostos DDT, DDE e Kepone tendem a ser persistentes e se manterem espalhados no ambiente e no corpo das pessoas. Os muito tóxicos foram banidos dos países ricos, mas em muitas nações pobres ou em desenvolvimento, eles ainda são usados (REUTERS)
Segundo Phillip Landrigan, uma das grandes preocupações para os países com intensa atividade agrícola são os pesticidas usados na lavoura - em particular, os compostos DDT, DDE e Kepone tendem a ser persistentes e se manterem espalhados no ambiente e no corpo das pessoas. Os muito tóxicos foram banidos dos países ricos, mas em muitas nações pobres ou em desenvolvimento, eles ainda são usados
Depois de ajustar gênero, etnia, fatores socioeconômicos e geopolíticos, os pesquisadores da Universidade de Chicago (EUA) observaram que as taxas de autismo pulavam para 283% para cada ponto percentual de aumento na frequência de malformação em um condado. Os deficits intelectuais aumentavam 93%. “O autismo é um problema fortemente relacionado à malformação congênita dos genitais masculinos”, diz Andrey Rzhetsky, professor de medicina genética da universidade. Ele afirma que, embora o distúrbio tenha componentes genéticos, não se pode descartar as causas ambientais.

Não se sabe bem o motivo, mas fetos do sexo masculino são particularmente sensíveis às toxinas de pesticidas e de outros produtos químicos. Acredita-se que a exposição dos pais a essas substâncias esteja por trás de problemas como micropênis, hipospadia (localização errada da uretra), deformidade nos testículos e outros.

Em quase todas as regiões analisadas pela equipe de Rzhetsky, onde havia taxas altas de autismo, a incidência dessas malformações também estava acima da média. “Interpretamos esse resultado como um forte sinal ambiental”, destaca o pesquisador. Ele ressalta que o fenômeno não foi observado em relação a bebês do sexo feminino. A análise ainda indicou que a correlação de autismo e vacinas é muito baixa. Alguns especialistas defendem que a imunização de bebês pode desencadear o transtorno, mas os prontuários não mostram essa associação. (PO)

sexta-feira, 28 de março de 2014

HORA DO PLANETA!!!!!! FAÇA A SUA PARTE!!!!!!
Realizada pela organização ambientalista WWF, a Hora do Planeta é o maior movimento de mobilização mundial por um futuro sustentável. Momento em que milhares de pessoas ao redor do mundo são convidadas a apagar suas luzes por 60 minutos e têm a oportunidade de usar o seu poder para provocar mudanças e sinalizar que o aquecimento global é uma questão de extrema urgência.
Neste ano, o WWF-Brasil precisa do seu apoio para realizar a sexta edição da Hora do Planeta, em São Paulo, no dia 29 de março. Escolha uma ou mais das opções ao lado, faça sua doação! 
O que começou como um evento isolado em uma única cidade, Sidney, na Austrália, tornou-se uma ação global, envolvendo um bilhão de pessoas em mais de 5 mil cidades de 152 países. No Brasil, alguns dos mais conhecidos monumentos, como o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, o Monumento às Bandeiras em São Paulo, o Teatro Amazonas em Manaus e a Ópera de Arame em Curitiba já ficaram no escuro durante 60 minutos.
Entre as principais conquistas da Hora do Planeta em 2013, conseguidas a partir de mobilizações durante o evento, quando foram coletadas assinaturas para causas de urgência, está a criação de uma Área de Proteção Marinha de 3,4 milhões de equitares na Argentina, que teve a aprovação do Senado após uma grande campanha que contou com a adesão de milhares de argentinos. Mas não parou por aí! Na Rússia, mais de 125 mil pessoas apoiaram o banimento da extração industrial de madeira em áreas de floresta equivalentes a duas vezes o tamanho da França, o que levou o governo russo a preparar alterações em sua legislação florestal para garantir a proteção das áreas.

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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014


AGROTÓXICOS NO RIO GRANDE DO SUL
O excesso e o descontrole no uso de agrotóxicos geram consequências queultrapassam os limites do campo e ameaçam a qualidade da água, inclusive a distribuída à população urbana. Com um estudo que mapeou o uso de defensivos por bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul, o Estado terá a partir do próximo ano uma portaria própria que ampliará a lista de princípios ativos de defensivos analisados pelas companhias de abastecimento.

Coordenado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, o trabalho fez projeções com base em informações coletadas sobre a safra 2009/2010 e indicou o uso de 85 milhões de litros de agrotóxicos no Estado, o equivalente a 34 piscinas olímpicas cheias de veneno agrícola. É como se cada gaúcho, à época, utilizasse 8,3 litros de veneno a cada ano, no período analisado. O volume per capito gaúcho é bem superior ao nacional. Um estudo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) mostra que, em 2011, a média do país foi de 4,5 litros por habitante.