sábado, 18 de maio de 2013

GEAN INICIA UMA CAMPANHA FORTE CONTRA OS AGROTÓXICOS........

O BRASIL ENVENENADO. Anualmente são usados no mundo aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de agrotóxicos. O consumo anual de agrotóxicos no Brasil tem sido superior a 300 mil toneladas de produtos comerciais. Expresso em quantidade de ingrediente-ativo (i.a.), são consumidas anualmente cerca de 130 mil toneladas no país; representando um aumento no consumo de agrotóxicos de 700% nos últimos quarenta anos, enquanto a área agrícola aumentou 78% nesse período. O consumo desses produtos difere nas várias regiões do país, nas quais se misturam atividades agrícolas intensivas e tradicionais, e nestas últimas não incorporaram o uso intensivo de produtos químicos. Os agrotóxicos têm sido mais usados nas regiões Sudeste (cerca de 38%), Sul (31%) e Centro-Oeste (23%). Na região Norte o consumo de agrotóxicos é, comparativamente, muito pequeno (pouco mais de 1%), enquanto na região Nordeste (aproximadamente 6%) uma grande quantidade concentra-se, principalmente, nas áreas de agricultura irrigada. O consumo de agrotóxicos na região Centro-Oeste aumentou nas décadas de 70 e 80 devido à ocupação dos Cerrados e continua crescendo pelo aumento da área plantada de soja e algodão naquela região. Os estados que mais se destacam quanto à utilização de agrotóxicos são São Paulo (25%), Paraná (16%), Minas Gerais (12%), Rio Grande do Sul (12%), Mato Grosso (9%), Goiás (8%) e Mato Grosso do Sul (5%). Quanto ao consumo de agrotóxicos, por unidade de área cultivada, a média geral no Brasil passou de 0,8 kg i.a. ha-1, em 1970, para 7,0 kg i.a. ha-1, em 1998. Com relação à quantidade total de ingredientes ativos, as culturas agrícolas brasileiras nas quais mais se aplicam agrotóxicos são: soja, milho, citros, cana-de-açúcar, conforme pode ser observado na Tabela 1. Com o atual crescimento das áreas com cultura de cana-de-açúcar, o consumo de agrotóxicos no Brasil vem se modificando rapidamente. Pulverização de agrotóxicos Tabela 1. Consumo de agrotóxicos em algumas culturas agrícolas no Brasil, em quantidade de ingredientes ativos, 1998. Cultura agrícola Quantidade (ton) Participação (%) Soja 42.015 32,6 Milho 15.253 11,8 Citros 12.672 9,8 Cana-de-Açúcar 9.817 7,6 Café 8.780 6,8 Batata 5.122 4,0 Algodão 4.851 3,8 Arroz Irrigado 4.241 3,3 Feijão 4.199 3,3 Tomate 3.359 2,6 Total 128.712 Fonte: SINDAG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola). Pela quantidade total elevada de agrotóxicos usados, algumas culturas agrícolas merecem atenção, não por esses produtos serem aplicados intensivamente por unidade de área cultivada, e sim por essas culturas ocuparem extensas áreas no Brasil, como é o caso da soja, do milho e da cana-de-açúcar. Essas culturas apresentam-se como fontes potenciais de contaminação pelo uso de agrotóxicos em grandes áreas. Outras culturas agrícolas, apesar de ocuparem áreas pouco extensas, destacam-se pelo uso intensivo de agrotóxicos por unidade de área cultivada, como as culturas de tomate e batata – Tabela 2. Tabela 2. Consumo de agrotóxicos por unidade de área em algumas culturas agrícolas no Brasil, em quantidade de ingredientes ativos, 1998. Cultura Quantidade (kg ha-1) Tomate 52,5 Batata 28,8 Citros 12,4 Algodão 5,9 Café 4,2 Cana-de-Açúcar 2,0 Soja 3,2 Geral 2,9 Fontes dos dados básicos para os cálculos: SINDAG e IBGE. http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/arvore/CONTAG01_40_210200792814.html

domingo, 24 de março de 2013

Dia Internacional da Água


O Dia Mundial da Água é comemorado anualmente em 22 de março como meio para chamar a atenção sobre a importância da água doce e defender a gestão sustentável dos recursos hídricos, por recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Cada ano, o Dia Mundial da Água destaca um aspecto específico da água doce. Em 2013 o tema é “Cooperação pela Água”.
É crucial mobilizar, em nível mundial, a vontade política e o comprometimento com as questões da água. Igualmente importantes são a visão de futuro e a boa vontade para considerar caminhos inovadores para abordar a cooperação nos níveis local, regional e internacional.
Atualmente, debates abertos sobre as questões relacionadas aos recursos hídricos, bem como a ampla participação de cidadãos na tomada de decisões ( fator-chave para promover a boa governança e um clima de responsabilidade e de transparência ) podem estimular ações colaborativas e compromissos políticos.
A história tem mostrado que a natureza vital da água doce é um grande incentivo para a cooperação e o diálogo, obrigando as partes interessadas a se reconciliarem, até mesmo nos pontos de vista mais divergentes. Frequentemente, a água une mais do que divide as pessoas e as sociedades.
Os comitês de bacia caminham nesta direção: da cooperação, do diálogo , da responsabilidade, da transparência na gestão colaborativa dos recursos hídricos. Por isso escolhemos o tema da palestra de hoje ”A IMPORTÂNCIA DO COMITÊ DE BACIA LAGOA MIRIM /SÃO GONÇALO PARA NOSSA REGIÃO”. E ninguém melhor que a nossa amiga e companheira de Comitê, Karla Cozza, para falar sobre o tema.
A Karla é :
Graduada: Engenharia Química e Engenharia de Alimentos
Especialista: Engenharia Química na área Controle Ambiental
Mestra: Engenharia de Alimentos na área de Biotecnologia
Atualmente trabalhando junto à Superintendência de Tratamento da CORSAN – Corpo Técnico
Atuando junto aos Comitês de Bacia: Camaquã, Mirim-São Gonçalo e Caí
Participa:
Do Fórum Gaúcho dos Comitês – representando CB Mirim-São Gonçalo
Da Câmara Técnica Permanente de Controle e Qualidade Ambiental do CONSEMA-RS
Da Câmara Técnica de Gestão dos Recursos Hídricos Transfronteiriços
Agradecemos a presença de todos e desejamos que os próximos 15 anos de existência do GEAN sejam de PAZ, COLABORAÇÃO, RESPEITO E MUITA S REALIZAÇÕES PELA SUSTENTABILIDADE DA NOSSA REGIÃO E, EM ESPECIAL, DA BACIA BINACIONAL DA LAGOA MIRIM.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

ALERTA VERMELHO PARA AS ABELHAS!!!!!!!

Alerta vermelho para as abelhas Inseticidas considerados prejudiciais pela União Europeia tiveram licença de uso prorrogada no Brasil até o final deste ano Da Redação Produtores de mel do Rio Grande do Sul estão preocupados com a safra de outono, que terá o seu auge de produção entre abril e maio, por conta do efeito dos inseticidas neonicotinoides sobre as populações de abelhas. O tema adquiriu atualidade graças a um estudo que a European Food Safety Authority (EFSA) divulgou recentemente sobre quatro produtos utilizados na Europa. Na avaliação de risco da EFSA, os pesquisadores europeus chamam a atenção que quatro desses inseticidas utilizados no controle de pragas sugadoras - a clotianidina e o imidaclopride, fabricados principalmente pela Bayer, e o tiametoxan, produzido pela Syngenta - representam riscos para as abelhas. França, Alemanha, Itália, entre outros países, já suspenderam a utilização desses inseticidas. Já o Brasil restringiu a utilização aérea, por meio de ação do Ibama, para reavaliar quatro princípios ativos: Imidacloprido (marca comercial conhecida 'Galeão'), Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil. Ao prever os prejuízos que poderiam ocorrer na safra 2012/13, Ibama e Mapa definiram que seriam abertas exceções para pulverizações aéreas nas culturas de soja, algodão, cana-de-açúcar, arroz e trigo por um período. De acordo com o coordenador-geral de Agrotóxicos do Mapa, Luís Eduardo Rangel, o prazo de tolerância deve durar até o final de 2013, quando haverá duas possibilidades: proibir novamente o uso de neonicotinoides ou que a Embrapa realize estudos capazes de mitigar o impacto dos produtos aos insetos benéficos na aplicação. De acordo com o professor de Apicultura da faculdade de Agronomia da Ufrgs Aroni Satler, no Brasil e Rio Grande do Sul já existem duas comprovações de mortandade de abelhas pela ação de neonicotinoides, sendo uma em São Paulo e outra no Rio Grande do Sul. Para conseguir essa comprovação, conforme Satler, o apicultor deve convocar um funcionário de um órgão oficial, como a Emater ou o Batalhão da Polícia Ambiental, colher cem gramas de abelhas mortas na sua presença, congelar e levar o material para um laboratório credenciado. Em 2012, segundo o professor da Ufrgs, o preço para analisar a contaminação era de R$ 200,00 por princípio ativo. Para esta safra de grãos, a cultura do arroz representa a maior ameaça, pois utiliza a aviação aérea, na qual a deriva de inseticida é maior. Por isso, Satler recomenda que os apicultores reforcem a estratégia de fortalecer as populações de abelhas neste período, pois o envenenamento enfraquece as colmeias. O que alegam as empresas Da avaliação de risco publicada pela Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (EFSA), três dos quatro inseticidas neonicotinoides são da Bayer. Em nota, a empresa diz que está avaliando os relatórios publicados pela EFSA e que o principal consenso alcançado na avaliação da pesquisa científica nesta área é que o baixo nível de saúde das abelhas e as perdas de colônias são causados por vários fatores, entre eles o ácaro parasitário Varroa. A Syngenta, detentora do princípio ativo tiametoxan, avalia que o estudo foi conduzido de maneira apressada e limita-se a apontar riscos meramente teóricos. 'Anos de monitoramento em campo e muitos outros estudos, que demonstram a ausência de efeitos em colônias de abelhas situadas em locais onde se utilizou o produto, não foram considerados pela entidade', diz a empresa em nota. 'As condições de uso, clima e regiões de aplicação no Brasil diferem sensivelmente das da Europa. Portanto, o estudo não deve pautar a discussão sobre o tema no país.'

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

SEMENTES CRIOULAS

SEMENTES CRIOLAS: RESGATE DA SOBERANIA E PROMOÇÃO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA Na história das sementes, está também a história da humanidade. Com a descoberta da agricultura, as sementes passaram a fazer parte da vida dos povos, permitindo-os fixar moradia, uma vez que não havia mais necessidade das pessoas deslocarem-se em busca de alimentos, que passaram a vir das próprias sementes cultivadas. Tendo presente a importância das sementes, a Cáritas RS propõe uma reflexão sobre as Sementes Crioulas, isto é, as sementes desenvolvidas e adaptadas pelos camponeses, quilombolas e indígenas. Conhecer e resgatar suas variedades é muito importante para garantir a biodiversidade da espécie, possibilitando um reencontro dos povos com sua história, sua mística, sua religiosidade, sua cultura e seus valores. As sementes crioulas são derivadas dos cultivos tradicionais das espécies vegetais. São diversificadas, produzidas sem o uso de agroquímicos e não sofrem modificações genéticas em laboratório. Em cada lugar do mundo, existem diferentes variedades de sementes adaptadas às condições locais. Elas permitem formas de trabalho familiar e comunitário, que garantem autonomia do processo produtivo e soberania alimentar. Produzir com sementes crioulas permite-nos desenvolver um modelo de agricultura baseado na sustentabilidade, que deve levar em conta as dimensões social, política, ambiental, cultural, organizativa e econômica, articuladas entre si. Hoje, grandes empresas multinacionais usam as sementes como forma de poder e dominação, pois estão se apoderando das sementes nativas e mantendo bancos de geoplasma sob seu poder. Para a Cáritas, que acredita numa nova organização de sociedade, pautada por solidariedade e justiça, torna-se cada vez mais urgente resgatar as variedades de sementes crioulas, pois essa é uma das formas de reconstruir a soberania dos povos e defender a vida no planeta. A defesa das sementes crioulas é um símbolo da luta pelo direito à vida e à diversidade. Sementes crioulas são fontes de vida. Perdê-las significa perder a essência de vida!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Á G U A !!!!!!!!!!!!

Vocês sabiam que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água? Para provocar o debate sobre esta questão neste espaço virtual posto aqui fragmentos de um artigo escrito por mim em 2012, com o título de "Água para todos: Uma meta para o milênio". "Recentemente, tivemos a notícia de que o mundo alcançou antes do prazo a meta e reduzir pela metade a quantidade de pessoas sem acesso à água potável. Conforme a pesquisa apresentada pela OMS e Unicef, na última década mais de dois bilhões de pessoas conseguiram acesso a fontes de água potável. Ao final de 2010, 89% da população mundial, 6,1 bilhões de homens e mulheres, haviam alcançado esse direito. Apesar dos índices positivos, vemos também que 783 milhões de pessoas continuam fora dessa porcentagem. Ainda mais alarmante, é a disparidade entre países e classes sociais. Na América Latina, 90% das pessoas têm acesso a fontes melhoradas de abastecimento de água, 31% a mais do que na África subsaariana. O grande desafio encontrado é garantir água de qualidade às regiões mais pobres e aos menos favorecidos. No Rio Grande do Sul, temos um cenário positivo: 98% da população urbana é abastecida por água tratada de qualidade. Além de uma extensa cobertura, possuímos a dádiva de contar com um precioso patrimônio da humanidade no nosso subterrâneo, o Aquífero Guarani. Porém, ainda assim, nos deparamos com as zonas mais necessitadas sofrendo com a falta deste bem. Quais as atitudes que tomaremos para tornar o acesso à água potável universal? Como indivíduos, podemos implementar atitudes responsáveis, evitando o desperdício e contribuindo com a destinação correta de nossos resíduos. Como poder público, devemos garantir políticas permanentes de investimentos e práticas sustentáveis. Como sociedade, necessitamos defender que o controle da água não seja submetido aos interesses do capital. A gestão desse bem está diretamente relacionada ao exercício da cidadania e à sobrevivência da humanidade no planeta"

Efeitos do GLIFOSATO.....

Segundo Andrés Carrasco, o estudo atesta o que outros cientistas também já confirmaram Do IHU* Reproduzido do Página 12 Há duas semanas, o professor de embriologia Andrés Carrasco denunciou no jornal Página/12 os efeitos devastadores do composto herbicida glifosato sobre os embriões humanos. Esperava uma reação, "mas não tão violenta": foi ameaçado, armaram uma campanha de desprestígio contra ele e até afirmaram que suas investigações não existiam. Nesta entrevista, Carrasco contesta e renova suas acusações contra as multinacionais químicas. A reportagem é de Darío Aranda, publicada no jornal Página/12, 03-05-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Ameaças Ameaças anônimas, campanha midiática de desprestígio e pressões políticas foram algumas das consequências de um duplo pecado: investigar os efeitos sanitários do modelo agropecuário e, mais grave ainda, se animar a difundi-los. No segundo piso da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires (UBA), trabalha Andrés Carrasco, professor de embriologia, principal pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas(Conicet) e diretor do Laboratório de Embriologia Molecular. Com 30 anos de trabalho científico e acadêmico, confirmou, há 20 dias, o efeito letal do glifosato em embriões, cuja marca comercial mais famosa é a Roundup, da multinacional Monsanto. Reação Ele sabia que viria uma réplica do setor, mas não esperava que fosse de um calibre tão alto. "Não descobri nada novo. Só confirmei o que outros cientistas descobriram", explica, em seu escritório pequeno e luminoso. Passaram-se duas semanas complexas, com uma campanha de desprestígio que ainda não terminou. Ele preferiu o silêncio e também avançar em novas provas. Até que colocaram em dúvida a existência da sua pesquisa. "Eles acham que podem sujar 30 anos de carreira facilmente. São hipócritas, capachos das corporações, mas têm medo. Sabem que não podem tapar o sol com a peneira. Há provas científicas, e, sobretudo, há centenas de povos que são a prova viva da emergência sanitária". Na Justiça Há 20 dias, quando o jornal Página/12 divulgou a sua pesquisa, nenhuma empresa nem meio de comunicação do setor retomou o tema. Mas, três dias depois, conheceu-se outro fato, inesperado: a Associação dos Advogados Ambientalistas apresentou um amparo judicial à Corte Suprema de Justiça, pelo qual solicitou a proibição de uso e venda até que os efeitos do produto na saúde e no ambiente sejam investigados. As empresas acenderam a luz amarela e começaram a divulgar comunicados, alarmadas pela possível queda de rentabilidade. Cinco dias depois, na segunda-feira, 20, o Ministério da Defesa proibiu a semeadura de soja em seus campos, fazendo eco ao efeito nocivo do agrotóxico. Foi um fato político inédito, uma pasta nacional alertou sobre os males dos agroquímicos. Nesse momento, empresas, câmaras do setor, meios de comunicação e operadores políticos declararam o alerta máximo. Nunca antes as multinacionais do agronegócio e seus porta-vozes haviam reagido tão violentamente. Durante toda a semana montaram uma campanha em defesa dos agrotóxicos e, ao mesmo tempo, de desprestígio às vozes críticas. O temor dos defensores dos agronegócios é a proibição de seu agrotóxico mais famoso, um dos químicos emblema do modelo agropecuário atual. Você esperava uma reação como a que ocorreu? Não. Foi uma reação violenta, desmedida e suja. Sobretudo porque não descobri nada novo, só confirmei algo a que outros haviam chegado por outros caminhos. Por isso, não entendo porque tanta agitação das empresas. É preciso lembrar que a origem do trabalho remonta a contatos com comunidades vítimas do uso de agrotóxicos. Elas são a prova mais irrefutável do que eu investiguei com um sistema e modelo experimental com o trabalho de 30 anos, e com o qual eu confirmei que o glifosato é devastador em embriões anfíbios. Mesmo em doses muito abaixo das usadas na agricultura, ocasiona diversas e numerosas deformações. Os resultados são extrapoláveis à saúde humana? Os modelos animais de vertebrados que hoje são usados na pesquisa embriológica têm a mecânica do desenvolvimento embrionário precoce e uma regulação genética comum. Os resultados devem ser considerados extrapoláveis quando um impacto externo os altera. O mundo científico sabe disso, e os funcionários dos ministérios também. Por isso, quando encontrei essas evidências, surgiram duas questões a serem resolvidas: como continuar a pesquisa para saber qual é a mecanística de um efeito que altera a forma normal do embrião, o que está em marcha. E a outra decisão era como dá-la a conhecer. Por que a difusão se transforma em um problema? Porque não há canais institucionais confiáveis que possam receptar pesquisas desse tipo, com poderosos interesses contrários. Então, a decisão pessoal foi torná-la pública, já que não existe razão de Estado, nem interesses econômicos das corporações que justifiquem o silêncio quando se trata da saúde pública. É preciso deixar claro: quando se tem um dado que só interessa a um círculo pequeno, podemos guardá-lo até que o tenhamos ajustado até o menor detalhe e canalizá-lo pelos meios para esse pequeno círculo. Mas quando demonstramos fatos que podem ter impacto na saúde pública, é obrigação dar-lhe uma difusão urgente e massiva. É uma prática comum difundir um avanço científico antes de ser publicado em uma revista científica? É algo totalmente comum. No país, há instituições que todos os dias difundem seus progressos científicos, que até possuem agentes de imprensa que difundem os avanços. Ninguém os questiona, e os meios de comunicação os replicam sem perguntar. Difundem progressos, sem papers, sem publicações, e está muito bem. Mas, claro, essas difusões não afetam interesses de grupos poderosos. Mas existe uma tensão no âmbito científico sobre quando dar a conhecer um avanço. A tensão é se a divulgação deveria esperar ser "aprovada" (reforço as aspas, porque é todo um tema à parte, que leva anos). Agora, se a pesquisa tem implicâncias além do acadêmico, se afeta a sociedade, o dilema moral é se eu a guardo até que termine o menor detalhe, e meu narcisismo esteja satisfeito, ou dou o alerta. Eu decidi dar o alerta e insisto que não é nada novo, há antecedentes claros como Robert Belle e Gilles-Eric Seralini, que fizeram estudos com outros modelos, publicados e com resultados mais importantes do que os meus. O que as instituições tinham que fazer em vez de me atacar, como está acontecendo com alguns funcionários e as empresas, é se informar e começar a trabalhar para remediar o ocorrido. As empresas e os meios de comunicação dos agronegócios defendem que não há estudos sérios. Há pesquisas em diversas partes do mundo, e são muito sérias, como as que eu acabo de mencionar. As empresas e seus jornalistas empregados desqualificam uma pesquisa, mas, ao mesmo tempo, não escutam a catarata de quadros médicos palpáveis nas zonas de soja. As províncias estão cheias de vítimas de agrotóxicos, mas os jornais não querem chegar aí, e muito menos as empresas responsáveis. Não entendo por que meu relato tem mais importância que o dasMães de Ituzaingó (bairro dos arredores de Córdoba, emblema da contaminação com agroquímicos). Os médicos das províncias estão denunciando há anos, os agricultores e os bairros urbanos também. E fica tudo silenciado. É uma evidência da realidade e é incontestável. Eu me inspirei nessa realidade, e os resultados são os conhecidos. As empresas do agronegócio, os meios de comunicação, o mundo científico e os dirigentes políticos são basicamente hipócritas com relação às consequências dos agrotóxicos, protestam e desqualificam uma simples pesquisa, mas não são capazes de observar as inumeráveis evidências médicas e reclamações em Santiago del Estero, Chaco, Entre Ríos, Córdoba e Santa Fe. Que outros trabalhos existem? Belle e Seralini na França. Também há trabalhos da Universidad Nacional del Litoral e de pesquisadores comoAlejandro Oliva, de Rosario, que contou com a colaboração do INTA [Instituto Nacional de Tecnología Agropecuária] e da Federación Agraria. Há estudos dos doutores Rodolfo Páramo (Santa Fe) e Darío Gianfelici (Entre Ríos). Não são muitos, mas existem, são sérios e estão disponíveis. Por que o setor científico não estuda? Porque não é em todo o mundo que há essa enorme quantidade de hectares com soja como ocorre na Argentina. Há quase 18 milhões de hectares. Do ponto de vista ecotoxicológico, o que acontece na Argentina é quase um experimento em massa. Tentou-se deslegitimar a sua pesquisa dizendo que a UBA e o Conicet não sabiam do seu trabalho. A UBA e o Conicet são organismos de gestão, não têm por que conhecer tudo o que eu faço ou o que todos os seus pesquisadores fazem. Está dentro de nossas faculdades definir as linhas de trabalho, investigar e dar a conhecer resultados. É a lógica da pesquisa. Por isso, eu não tenho que pedir autorização para iniciar uma ideia ou um tema novo, e eles não têm por que conhecer isso, porque a ciência não funciona com organismos fiscalizadores dos temas que escolhemos. Faz parte da liberdade acadêmica, nos movemos por hipóteses, perguntas e desenvolvemos pesquisas. Também se disse que o Conicet, como instituição, não assinou embaixo da minha pesquisa. E é verdade, porque eu não pedi isso, e ele não tem por que assiná-lo no marco de uma ideia nova dentro da amplitude de um projeto. É o que acontece em centenas de pesquisas que se realizam. Que fique claro: o Conicet não tem responsabilidade sobre as minhas decisões. É uma decisão pessoal, como corresponde, não institucional. E está dentro das minhas faculdades. Também não se requer autorização institucional para desenvolver pesquisas, mesmo que saibamos que algumas sofrem mais resistência do que outras. São públicos os convênios entre o Conicet e a mineradora Barrick Gold, e também com a Monsanto, com a qual até contavam com um prêmio de pesquisa conjunto ("Animarse a Emprender"). As pesquisas que podem ser críticas com esses setores são menos bem-vindas do que outras? (Sorri). Prefiro não responder. O senhor poderia investigar para a Monsanto? Sim. O Conicet e a UBA permitem. E mais, muitos cientistas trabalham há anos para empresas de biotecnologia sob a figura de assessor-consultor, pela qual o Conicet permite até 12 horas semanais que seus pesquisadores forneçam serviços ao setor público ou privado. Acusa-se a sua pesquisa de não estar validada em uma publicação científica. É uma artimanha barata, de quinta categoria, que só mostra o temor das empresas. No mundo científico, é sabido que a validação de um trabalho não se dá por sua publicação em uma revista do setor. E mais, os cientistas são testemunhas de erros e inclusive de fraudes que são publicados em revistas especializadas. Muitas vezes, publica-se algo e depois se demonstra que é errôneo. E, por outro lado, muitas vezes há investigações que não são publicadas não porque sejam ruins, mas porque a revista não se interessa, seja por linha editorial ou por interesses em jogo. Um exemplo pessoal: em 1984, descobrimos genes muito importantes para o desenvolvimento embrionário, genes Hox. Publiquei dois papers na Cell, uma das melhores revistas do mundo, e havia quem acreditava e quem não. Tiveram que passar anos para que a comunidade científica os validasse. O Laboratório de Embriologia é dependente do Conicet. Seu trabalho tem que ser validado pelo Conicet? Que fique claro, por favor: nem o Conicet, nem um comitê editorial validam pesquisas. O que eles fazem é avaliar a evidência que apresentamos e julgam a solidez a partir da apresentação. Eles não têm maneira de verificar os resultados de forma prática. A única certeza de uma validação se dá em que outros pesquisadores podem repetir de forma sistemática, e até aperfeiçoada, os resultados da investigação realizada. Quando vai compartilhar seu trabalho para colocá-lo em discussão na comunidade científica? Em breve. Devo terminar alguns ensaios e estará pronto. O que eu mais quero é passá-lo aos colegas, pesquisadores que repliquem o trabalho. De fato, já o compartilhei com pares do país e do exterior. Desde já, deviam ser estudos independentes, não os previstos pelas corporações ou espaços do Estado a seu serviço. A Monsanto poderá replicá-los? Se contratar pesquisadores idôneos, sim. Não tenho dúvida de que os tem, e todos sabemos a quais resultados chegarão. Como continuará a pesquisa? Já confirmamos as más-formações. Agora, estamos avançando em conhecer qual é o mecanismo de ação, é um passo a mais. Como é um trabalho científico, continuarei com o grau de liberdade acadêmica de que disponho, tentando ver quais são as causas mecanísticas e moleculares das observações feitas para publicar os resultados. Aparte do anfíbio que nos serve de modelo, estenderemos os experimentos a outros modelos de desenvolvimento embriológico, como aves. Pode acontecer que, com essas novas provas, os resultados difundidos – de más-formações – não se repitam? Não há como. Porque foram experimentos controlados, nos quais fomos rigorosos. E, além disso, porque já há evidência científica que vai nesse sentido. Por isso, insisto, não descobrimos nada novo. Eu cheguei a um resultado e acredito nele. Se a comunidade científica chegar a outra conclusão, bem-vinda seja. O centro do problema não deveria ser essa investigação. Seria querer tapar o sol com a peneira. Eu só trouxe um ponto a mais à discussão. Mas há setores que querem encerrá-la, nem sequer por convencimento ideológico, só por conveniência econômica. Acusa-se o seu trabalho de usar um método errôneo com o glifosato, e que, por isso, os resultados são devastadores: que as concentrações da experiência nunca são as que eventualmente um humano poderia receber ao ser aplicado no campo. Houve quem mencionasse que "se colocarmos gasolina no copo de leite, claro que ocasionará intoxicações, e nem por isso se proibirá o combustível". Esse tipo de afirmação tem várias facetas. Por um lado, mostra desconhecimento biológico, o que é entendível para quem não se dedica a esse ramo da ciência. Mas, na boca dos porta-vozes das corporações, também mostra uma intencionalidade distante da inocência, com intenções de desprestigiar uma estratégia de análise mundialmente aceita. Então, sim, me parece uma comparação pouco séria, maliciosa e hipócrita. É sabido, tanto na comunidade científica quanto no setor agropecuário, que a aspersão do herbicida afeta ecossistemas, operando direta ou indiretamente sobre insetos e outras espécies animais quando se colocam em contato com o herbicida. Ou seja, além de células vegetais, também afetam organismos compostos por células animais. Nossas experiências alertam que tanto o coquetel comercial como a droga pura em células animais geram alterações do desenvolvimento embrionário. Portanto, o glifosato dentro da célula embrionária altera o funcionamento celular, tal como ocorre nas células vegetais das ervas daninhas. Por outro lado, já está provado que os herbicidas se transladam pela ação do vento. É uma prova da realidade, incontestável, o padecimento de famílias de campos limítrofes ou de bairros próximos às fumigações. Portanto, o glifosato pode atravessar barreiras respiratórias ou placentárias e entrar nas células embrionárias, inclusive existem avanços científicos nessa direção, como também existem registros de glifosato e de seus possíveis metabolitos presentes em mulheres grávidas. Isso poderia se correlacionar com potenciais efeitos de má formação. Portanto, desentranhar se o glifosato puro injetado tem efeitos sobre o comportamento de células embrionárias animais durante o desenvolvimento era inevitável em uma estratégia experimental correta, e insisto que utilizei uma estratégia de análise clássica da pesquisa científica. Acredita que deve se proibir o glifosato? Em meu trabalho, eu não proponho isso. E não é da minha competência propor uma medida desse tipo. A única coisa que eu afirmo, respaldado em 30 anos de estudo na regulação genética embrionária, é que esse produto gera alterações no desenvolvimento, estou certo disso. Seus resultados não correspondem com a classificação do Senasa [Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria] ou as recomendações da Secretaria da Agricultura. É um claro problema deles, que o classificam como de baixa toxicidade. Todo o contrário do que os diversos estudos afirmam, que confirmam a alteração de mecanismos celulares e, sobretudo, contrário ao que as famílias de uma dezena de províncias padecem. É loucura pensar que não acontece nada. Dado seu trabalho no Ministério da Defesa, vincularam sua investigação a uma operação do governo contra as entidades patronais do campo. Nenhuma pessoa séria poderia pensar nessa possibilidade. Por um lado, ninguém com 30 anos de trabalho acadêmico colocaria em risco essa trajetória. Por outro, é um fato da realidade, o governo não pediu, não acredito que queria e nem possa proibir o glifosato. Alguns meios inventaram essa conspiração, uma jogada de má intenção. De fato, sofremos algumas pressões desde o centro do oficialismo. Por isso, ninguém pode me dizer que é uma operação do governo. Que funcionários o pressionaram? Prefiro, agora, não dar seus nomes. Além dos funcionários que impulsionaram e defendem os agronegócios – sobretudo na Secretaria da Agricultura –, existem altos funcionários ligados ao setor das biotecnologias e que impulsionam os agrocombustíveis, uma segunda "sojização". Não vou dar nomes. Mas, em vez do confronto ou da pressão, se deveria aprofundar os resultados, formar equipes interdisciplinares. A reação mais razoável, a mais científica, a mais humana teria sido essa, sobretudo se há um sinal de alerta sobre uma questão relacionada com a saúde humana. A reação lógica teria sido aprofundar as pesquisas, estudar a diferença entre biodegradabilidade e decomposição, as diferentes vias de penetração, revisar a normativa de uso e controlar os efeitos sobre a saúde humana de maneira sistemática. Mas se privilegiarmos os negócios, não avançaremos com novos estudos. * Instituto Humanitas Unisinos

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A L E R T A !!!!!

Os 10 alimentos mais contaminados por agrotóxicos Cartilha da ANVISA Um estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) mostra que muitos dos alimentos que a população consome estão contaminados. “São ingredientes ativos com elevado grau de toxicidade aguda comprovada e que causam problemas neurológicos, reprodutivos, de desregulação hormonal e até câncer” segundo a ANVISA. O Projeto de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em alimentos, realizado pela ANVISA em conjunto com os órgãos de vigilância de 25 estados participantes, mais o Distrito Federal, analisou diversos legumes, frutas e vegetais para ver a quantidade de contaminação. Entre as amostragens analisadas, os alimentos que foram contaminados com uma freqüência maior foram: 1º-Pimentão 80,00% 2º-Uva 56,40% 3º-Pepino 54,80% 4º-Morango 50,80% 5º-Couve-Flor 44,20% 6º-Abacaxi 44,10% 7º-Mamão 38,80% 8º-Alface 38,40% 9º-Tomate 32,60% 10º-Beterraba 32,00%

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

AGROTÓXICOS

Campeão de agrotóxicos O Brasil adiciona mais um triste campeonato mundial à sua coleção. O País é o principal destino de agrotóxicos proscritos em diversos países. E o governo tem pleno conhecimento disso. A informação é proveniente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com base em dados da ONU e do Ministério do Desenvolvimento. O Brasil importou 1,84 mil toneladas de agrotóxicos em 2008, volume que aumentou 29%, para 2,37 mil toneladas, no ano passado e pode crescer com a safra de 2010. "Estamos consumindo o lixo que outras nações rejeitam", disse Rosany Bochner, coordenadora do Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacoló gica da Fiocruz. Explicar por que produtores nacionais continuam a importar tais produtos em tal volume é complexo. Para se proibir no Brasil um fertilizante ou pesticida, o produto precisa passar por análises de diversos órgãos, que comprovam o dano que pode causar à saúde humana ou animal e seu impacto ambiental. E depois de registrado é extremamente difícil retirar o produto do mercado. O problema é que nada impede que esses produtos, qualquer que seja a sua toxidade, possam entrar livremente no País, pagando, claro, as alíquotas alfandegárias previstas. Em vez de interditar, por prevenção, o ingresso de produtos potencialmente malignos, os órgãos do governo, só depois que eles estão no mercado, iniciam uma avaliação que pode levar anos para ser concluída, para então restringir o seu uso ou proibi-lo. Estão em análise desde 2008 na Anvisa, por exemplo, 14 produtos tóxicos e até agora só saiu uma decisão - a de banir, a partir de 2011, a cihexatina, usada na citricultura. Até o ano que vem, o produto pode continuar a ser empregado, mas apenas no Estado São Paulo, o maior produtor de cítricos. Em colaboração com o Ibama e o Ministério da Agricultora, a Anvisa, com toda a pachorra burocrática, avalia os efeitos do acefato, do metamidofós e do endosulfan, todos eles condenados e proibidos no exterior. Há até um caso curioso - o do triclorfom -, cujo cancelamento foi pedido pela indústria que o produz. Há certamente pressões sobre órgãos do governo. Alguns produtores alegam que o clima do Brasil propicia a proliferação de pragas na lavoura, o que justificaria o uso mais intenso de herbicidas e inseticidas. Talvez haja aí um grão de verdade, mas há produtos fitossanitários com efeitos neutros ou muito menos prejudiciais. E, como se sabe, uma das vantagem dos transgênicos é sua maior resistência a pragas. Para esse abuso de produtos tóxicos na agricultura brasileira há ainda uma outra explicação. Como lembra Marcelo Firpo, pesquisador da Fiocruz, com o encolhimento do mercado internacional, as indústrias químicas do exterior passaram a estimular o aumento das vendas de produtos agrotóxicos ao Brasil, reduzindo preços. Assim, conclui, "pagamos um preço invisível, que é o aumento do custo na área de saúde". Razões culturais não podem deixar de ser mencionadas. O consumidor brasileiro se preocupa muito pouco com as condições de produção dos alimentos que lhe são oferecidos nas feiras livres ou nos supermercados, diferentemente do que ocorre no mundo desenvolvido. As principais preocupações do consumidor são com o preço dos alimentos e sua aparência, que pode ser enganosa. Surgem, porém, sinais de que a situação começa a mudar. Como informou o Suplemento Agrícola do Estado (2/6), agricultores orgânicos de São Paulo e do Paraná conseguiram colocar seus produtos em supermercados, em gôndolas separadas. Já foi criada certificação de origem e qualidade, que é fornecida, depois de inspeção, pelo Instituto Biodinâmico (IBD), que congrega 113 agricultores. Já é alguma coisa, mas é preciso inverter a mão. A grande transformação no mercado ocorrerá quando, em vez de esses agricultores lutarem para oferecer seus produtos de forma perfeitamente identificável, o comércio de alimentos passar a demandá-los sempre em maior quantidade. Por pressão do consumidor.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

AGROTÓXICOS

Perigo: uso de agrotóxicos no Brasil é cada vez mais intenso 30 de julho de 2012 Por Gerson Freitas Jr. Do Valor Econômico Os produtores rurais brasileiros estão usando mais defensivos em suas lavouras. Apesar do expressivo crescimento da área cultivada com sementes transgênicas, tecnologia que promete reduzir o uso de químicos na produção agrícola, as vendas desses produtos aumentaram mais de 72% entre 2006 e 2012 - de 480,1 mil para 826,7 mil toneladas -, segundo dados do Sindag, sindicato que representa fabricantes de defensivos no país. No mesmo período, a área cultivada com grãos, fibras, café e cana-de-açúcar cresceu menos de 19%, de 68,8 milhões para 81,7 milhões de hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso significa que o consumo médio de agrotóxicos, que era pouco superior a 7 quilos por hectare, em 2005, passou a 10,1 quilos em 2011 - um aumento de 43,2%. Entre as principais classes de produtos, as vendas de fungicidas foram as que mais cresceram. Entre 2006 e 2011, o uso anual do produto destinado a combater doenças como a ferrugem da soja mais que triplicou, de 56 mil para 174 mil toneladas. As vendas de inseticidas avançaram quase 84%, de 93,1 mil para 170,9 mil toneladas. Já as entregas de herbicidas, químico usado no combate a ervas daninhas, alcançaram 403,6 mil toneladas - um aumento de 44% em relação às 279,2 mil toneladas registradas em 2006. As vendas de defensivos movimentaram quase US$ 8,5 bilhões no Brasil em 2011 - o dobro do apurado em 2005. Trata-se do segundo maior mercado do mundo, em valores, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas o primeiro em consumo de volume de agrotoxicos. O expressivo aumento no uso dos defensivos aconteceu no mesmo período em que o cultivo de transgênicos deu seu grande salto no país. Desde 2005, ano em que o Brasil aprovou sua Lei de Biossegurança, a área plantada com sementes geneticamente modificadas mais do que triplicou, de 9,4 milhões para 32 milhões de hectares. Só o cultivo do milho transgênico com a tecnologia BT - que protege as plantações dos ataques de lagartas e dispensa o uso de inseticidas para esse fim- saltou de zero para quase 10 milhões de hectares, de acordo com os últimos dados da consultoria Céleres. Anderson Galvão, CEO da Céleres, afirma que não há contradição no aumento das vendas tanto de transgênicos quanto de agroquímicos. "Embora a biotecnologia pressuponha um menor uso de defensivos, a base inicial é muito baixa", justifica. Ele pondera que, até meados da última década - anos de vacas magras na agricultura brasileira -, os produtores aplicavam menos químicos do que o necessário para combater as pragas nas lavouras devido à necessidade de cortar custos. Com o aumento da renda nos últimos anos, no entanto, os produtores puderam investir mais no trato das plantações. "Não fosse a biotecnologia, esse crescimento teria sido ainda maior", garante. "O fato é que a intensidade tecnológica da produção está crescendo. O que tínhamos antes era um problema de subdosagem", afirma Ivan Sampaio, gerente de informação do Sindag. Narciso Barison Neto, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), afirma que parte do aumento no uso de agrotóxicos deve-se à chegada da ferrugem asiática da soja na década passada. "O controle da doença exigiu um maior número de aplicações. E aí é indiferente se a soja é transgênica ou não, porque ainda não temos um produto que seja imune à ferrugem", pondera. De todo modo, os benefícios da biotecnologia em relação ao uso de agrotóxicos nas plantações ainda são marginais. De acordo com a Céleres, o plantio de sementes transgênicas poupou o uso de 4,9 mil toneladas de defensivos na safra 2010/11 - menos de 1,5% do volume total pulverizado. Desde a temporada 1996/97, quando os primeiros transgênicos chegaram ao Brasil, a economia acumulada não passou de 14,5 mil toneladas. A Céleres projeta, porém, que os ganhos serão mais expressivos na próxima década, com a consolidação da tecnologia e a chegada de novas variedades no país, como a soja resistente a insetos. Ao fim da safra 2020/21, o Brasil terá deixado de consumir pouco mais de 146 mil toneladas de defensivos, estima. Milho e algodão, que respondem por aproximadamente 22% dos defensivos vendidos no país, são as culturas mais beneficiadas pela adoção da biotecnologia. Segundo a Céleres, na safra 2010/11, lavouras de milho transgênico do Paraná, resistentes a insetos e tolerante a herbicidas, demandaram 24,7% menos defensivos na safra de verão do que um plantio convencional (4,5 quilos ante 6,2 quilos por hectare). Em Mato Grosso, em plantios transgênicos de algodão (também resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas), a economia foi de 2,8% (13,6 quilos ante 14 quilos por hectare), em média. Contudo, as lavouras transgênicas de soja - cultura que demanda, sozinha, 48% de todos os agrotóxicos vendidos no país - são mais intensivas no uso de defensivos do que as que não adotam a tecnologia. No Paraná, por exemplo, as lavouras com a tecnologia Roundup Ready (RR), da Monsanto, consumiram, em média, 3,6 quilos de agroquímicos por hectare, alta de 16,2% em relação aos 3,1 quilos consumidos em lavouras convencionais. A vantagem para o produtor está no manejo: nas lavouras RR, eles substituem vários herbicidas por um único produto, o glifosato, em dosagem maior. Outros fatores colaboram para anular os potenciais efeitos positivos da biotecnologia sobre o uso de agrotóxicos, como o aumento da resistência de ervas daninhas ao glifosato e o surgimento de pragas secundárias (ver matéria abaixo). "As doenças fúngicas nunca foram uma preocupação grande nas lavouras de milho porque o foco sempre foi o controle da lagarta. Como esse problema foi resolvido com os transgênicos, agora os produtores terão se preocupar com elas. Logo, é provável que tenhamos um aumento nas vendas de fungicidas para milho nos próximos anos", projeta Galvão

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

ÁGUA, BEM PRECIOSO!!!!!

2013: Ano Internacional da Cooperação pela Água Cerca de 11% da população mundial ainda não possui acesso à água potável e 37% vive sem redes de esgoto. Para tentar mudar essa realidade, a ONU proclamou 2013 como o Ano Internacional da Cooperação pela Água - A A + Débora Spitzcovsky Planeta Sustentável - 12/04/2012 Leia também 03/2012 | Mais pessoas têm acesso à água potável no mundo 11/2011 | Milena Boniolo despolui água com casca de banana 01/2011 | A água que você não vê 03/2010 | Especial Água: essencial e cada vez mais rara 70% da Terra é constituída por água, mas apenas pouco mais de 2% do recurso está disponível na superfície do planeta para ser usado pelo homem. Você acha pouco? Segundo a ONU - Organização das Nações Unidas, a quantidade seria mais do que suficiente para que toda a população vivesse de forma digna, se não houvesse tanto desperdício e poluição do recurso no mundo. Para chamar a atenção da sociedade civil, empresas e governos para este fato e, assim, tentar melhorar os índices de acesso à água potável e ao saneamento básico no planeta, a ONU proclamou 2013 como o Ano Internacional da Cooperação pela Água*. A ideia é promover eventos e discussões, durante esses 12 meses, que ajudem a buscar soluções para combater, entre outros problemas graves: - a ausência de acesso à água potável para cerca de 11% da população mundial; - a falta de redes de esgoto para 37% das pessoas que vivem no planeta e - a morte de cerca de cinco mil crianças, por dia, por conta de doenças diarréicas causadas pela falta de acesso à água de qualidade.

sábado, 5 de janeiro de 2013

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

OMS alerta que inundações e secas no Brasil, geradas por mudanças climáticas, causam uma série de doenças Brasília. O Atlas da Saúde e do Clima, divulgado ontem (29 de outubro) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que no Brasil as temporadas de inundações e de seca geram a curto, médio e longo prazos uma série de doenças. Em 68 páginas, o estudo mostra que as preocupações se concentram no Sul em decorrência das inundações e dos deslizamentos de terras, considerados constantes, e no Norte devido à seca. Uma série de problemas de saúde, segundo o estudo, são gerados pelas mudanças no clima atingem milhões de brasileiros e provocam surtos epidêmicos de doenças, como diarreia, malária, dengue e meningite. Nas páginas de 27 a 30, o relatório informa que de 2000 a 2010 foram registrados 1.320 casos de inundações. O período apontado como a “pior seca dos últimos 60 anos” foi de 2004 a 2010, na Amazônia. O estudo revela que as doenças mais comuns causadas pelas alterações climáticas têm relação direta com uma série de fatores, como poluição e infraestrutura local. A maior parte das mortes, segundo o relatório, é entre bebês recém-nascidos. Há registros também de elevados número de casos, nem sempre fatais, de pneumonia, diarreia e malária. Os especialistas advertem ainda para que as pessoas redobrem os cuidados com a exposição ao sol, pois há estudos que demonstram que as elevadas temperaturas e os raios de sol podem causar problemas à saúde. O alerta é para limitar a exposição ao sol, procurar lugares à sombra, usar roupas que protejam, chapéus e óculos. Também é recomendado o uso de protetor solar. Fonte: Agência Brasil / Reportagem Renata Giraldi / Edição Beto Coura

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

L I X O ???

Um dos fatores da vida moderna que mais geram discussões entre ambientalistas, governo e população em geral é o problema do lixo. O Brasil produz uma média de 240 mil toneladas de dejetos/dia, ou 1,5 kg por habitante a cada dia, enquanto países como a Suécia, onde cada habitante produz apenas 400 quilos por ano. De acordo com experiências em andamento em vários países e também no Brasil, a reciclagem é uma das formas ideais de lidar com uma parte do problema, o lixo inorgânico. Em nosso país, a maior parte do lixo vai parar nos aterros (88%), enquanto apenas 2% dos dejetos são reciclados, e cerca de 4% vai para usinas de compostagem. O pouco fôlego da reciclagem no Brasil se deve ao fato de que o processo é quase 15 vezes mais caro que apenas aterrar o lixo. Além disso, a maior parte das cidades brasileiras ainda não dispõe de políticas de incentivo à reciclagem ou tampouco adotam a coleta seletiva. Portanto, reciclar é uma atitude individual, que aos poucos está chegando à população em geral, cada vez mais zelosa do planeta no qual vive. Do ponto de vista ecológico, a reciclagem é o processo mais eficiente e ecologicamente responsável no trato de plástico, vidro, metal, papel e papelão. Ao reciclar, poupa-se a produção de materiais que demandariam uma grande extração de matérias-primas da natureza, além de evitar-se a necessidade de aterros e lixões. Há também grande economia de energia e água, que seriam usados na produção de novos produtos. Quem também sai ganhando é a sociedade, já que o processo é um forte gerador de empregos, movimenta uma economia considerável, combinando responsabilidade social e ecológica. Para se ter uma idéia de como reciclar ajuda a economizar recursos naturais, para se produzir uma tonelada de alumínio são necessárias cinco toneladas de bauxita, enquanto cada 50 quilos de papel reciclado evita o corte de mais uma árvore do planeta. O vidro, por sua vez, pode ser reciclado infinitamente, já que cada quilo deste material rende outra quantidade exatamente igual. Você pode começar agora a mesmo a colaborar com a natureza, reciclando seu lixo inorgânico. Mantenha duas lixeiras separadas em casa, sendo uma para o lixo orgânico e outra para o inorgânico. Procure os pontos de coleta seletiva da sua cidade.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

BURACO DA CAMADA DE OZÔNIO

Por que os buracos da camada de ozônio ficam nos pólos? Essa dúvida faz sentido: se os maiores lançadores de gases que detonam a camada de ozônio são os países do hemisfério norte, por que o rombo maior fica sobre a Antártida? Simples: as moléculas desses gases maléficos são carregadas para os pólos por correntes de ar poderosas, que viajam do Equador em direção aos extremos do globo. Por causa desse fenômeno natural, os pólos se tornam depósitos naturais de gases que têm vida longa - como o CFC, o clorofluorocarboneto, principal destruidor da camada de ozônio (você confere o efeito maléfico do CFC no infográfico ao lado). Sem a camada de ozônio na alta atmosfera, entre 20 e 35 quilômetros de altitude, o ser humano fica vulnerável aos efeitos nocivos dos raios ultravioleta que vêm do Sol. Eles podem causar, por exemplo, um aumento na incidência dos casos de câncer de pele. Os cientistas detectaram pela primeira vez um buraco na camada de ozônio na década de 1980. Hoje, há um buraquinho sobre o Pólo Norte e um buracão de 28 milhões de km2 (mais de 3 vezes o tamanho do Brasil!) sobre o Pólo Sul. Para diminuir o problema, 180 países já aderiram ao Protocolo de Montreal, um acordo para reduzir a fabricação de produtos que tenham CFC e outros gases destruidores da camada de ozônio. O esforço tem dado certo: nos últimos 10 anos, a velocidade de destruição da camada vem diminuindo. Mas os cientistas calculam que serão precisos 50 anos para a camada se regenerar por completo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

TRANSGÊNICOS

Ruim para o produtor e para o consumidor A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia, e põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos agricultura para sempre. zoom Plantação de arroz vermelho, variedade que pode desaparecer com a plantação de arroz transgênico. © Greenpeace / Lunaé Parracho Os transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são produtos de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com bactéria. Por meio de um ramo de pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas. As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço alto: riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos. O modelo agrícola baseado na utilização de sementes transgênicas é a trilha de um caminho insustentável. O aumento dramático no uso de agroquímicos decorrentes do plantio de transgênicos é exemplo de prática que coloca em cheque o futuro dos nossos solos e de nossa biodiversidade agrícola. Diante da crise climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura, Nesse cenário, os transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem resistentes a agrotóxicos, ou possuírem propriedades inseticidas, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a dose de agrotóxicos ano a ano. Não por acaso o Brasil se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos em 2008 – depois de cerca de dez anos de plantio de transgênicos – sendo mais da metade deles destinados à soja, primeira lavoura transgênica a ser inserida no País. Além disso, o uso de transgênicos representa um alto risco de perda de biodiversidade, tanto pelo aumento no uso de agroquímicos (que tem efeitos sobre a vida no solo e ao redor das lavouras), quanto pela contaminação de sementes naturais por transgênicas. Neste caso, um bom exemplo de alimento importante, que hoje se encontra em ameaça, é o nosso bom e tradicional arroz. A diversidade do arroz brasileiro congrega desde o arroz branco plantado no Rio Grande do Sul, que é adaptado a temperaturas amenas, àquele plantado no interior do nordeste, vermelho, resistente a climas quentes e secos. Ambos são necessários, sem seus respectivos climas e solos, para garantir que o cidadão brasileiro tenha sempre arroz em seu prato, em qualquer região do país.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

CONTROLE DE AGROTÓXICOS

Governo gaúcho vai criar sistema para controlar uso de agrotóxicos Pesquisa da UFSM revelou presença de produtos proibidos em arroz. Seapa diz que sistema vai aumentar rigor para uso de agrotóxicos. Do G1 RS O governo do Rio Grande do Sul vai criar um sistema de rastreamento eletrônico para controlar o uso de agrotóxicos. A decisão foi anunciada após a revelação de que produtos proibidos no Brasil estão sendo usados em lavouras de arroz do estado, como mostra a reportagem do RBS Notícias (veja o vídeo). A análise feita dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontrou doze tipos diferentes de agrotóxicos em 55 amostras de arroz. Três deles não têm autorização de uso para arroz no Brasil. O que representa um risco para a saúde tanto dos agricultores quanto das pessoas que consomem o alimento. “Um trabalhador que ficou com a roupa impregnado com o produto está sujeito a um quadro clínico bastante grave, a ponto de ser levado a UTI com insuficiência respiratória”, diz a coordenadora do Centro de Informações Toxicológicas, Isabela Lucchese Gavioli. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) diz que o contrabando de produtos químicos deve ser fiscalizado pela Polícia Federal e Pela Receita Federal. E que pretende aumentar o controle do uso de agrotóxicos com a contratação de mais agrônomos e um novo sistema eletrônico para o rastreamento dos produtos distribuídos no estado. Agrotóxicos proibidos no Brasil são usados em lavouras de arroz no RS “Vai estar dentro do sistema todos os produtos com suas dosagens e suas indicações. A receita agronômica só vai sair se o responsável técnico estiver habilitado e se a recomendação for correta”, explica o gerente da divisão de produção vegetal da Seapa, José Candido Motta. Além do arroz, técnicos que fazem a coleta de amostras de alimentos para um programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontraram irregularidades no uso de produtos químicos em vários produtos. A anvisa constatou problemas, principalmente no cultivo de pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%) e alface (54,2%). Entre as irregularidades estão a utilização de agrotóxicos não autorizados ou em quantidade acima da permitida. “É importante que a pessoa que está produzindo saiba que a sua produção, a sua propriedade rural, ela é responsável também por saúde pública. À medida que eu produzo observando as boas práticas de produção agrícola, eu vou estar trazendo benefícios para as pessoas que vão consumir o meu produto”, destaca o engenheiro de alimentos, Bruno Hoernig.